Em busca da felicidade - Cap. 19

Parte da série Em busca da felicidade

Niss e Edward - muito obrigado por acompanharem e comentarem. Não vou comentar o comentário de vocês pra não estragar a leitura de vocês. Esse capítulo vai fazer com que vocês me amem ou que me odeiem. Hahhaha. Beijos pra vocês dois!!!

Sentados e encostados naquela árvore, olhando para a lua e para as estrelas, minhas mãos eram acariciadas por meu namorado e eu não poderia estar mais feliz. Como se fosse um filme, olho para aquele céu lindo e vejo um estrela cadente fazendo seu caminho. Imediatamente faço um pedido, mas não revelo nada a Tony... Pedi que nossa história dure para sempre, foi a única coisa que me veio à cabeça, ou seja, se algo der errado, a culpa é da estrela... Tem cantor que adora culpar a lua, eu vou culpar a estrela, rss.

Depois de voltarmos para o quarto e ter o sexo mais romântico de todos os tempos,finalmente dormimos com a certeza de que nada seria um obstáculo para o nosso sentimento. No domingo, acordamos e fomos tomar café... Que sensação maravilhosa de estar usando aquela aliança. Algumas pessoas ao redor de nossas mesas percebiam, algumas sorriam discretamente, outras cochichavam e faziam gestos de reprovação, tudo acontecia e nada podia tirar minha felicidade. Eu já não me importava com nada, nada e nem ninguém.

Passamos o domingo inteiro, quer dizer, a manhã inteira na piscina e a tarde no quarto. Apesar de estarmos num município perto da capital, pedi a Tony que dormisse um pouco, pois ele precisaria dirigir mais tarde. Enquanto Tony dormia, escutei várias toques de mensagens chegar em seu celular e, apesar de estar extremamente curioso para saber do que se tratava, preferi não invadir seu celular sem que ele soubesse. Adormeço e acordo com Tony me chamando e pedindo para nos apressarmos. Incrivelmente a hora voou e já era noite, conseguia ver pela escuridão que atravessava os vidros da janela. Não sei como dormimos tanto, mas sei que aquele cochilo ou sono, como preferir, renovaram minhas energias, sentia-me 100% disposto. Fizemos o check out e pegamos a estrada de volta para a realidade. Aquela pequena viagem serviu para que nós nos aproximássemos mais ainda emocionalmente, eu percebi que o Tony não era apenas um namorado dos sonhos, mas sim, um homem de valor imensurável. Estava tão feliz de estar ali ao lado dele, segurando sua mão enquanto ele dirigia, trocando palavras bonitas. Eu tinha um sentimento tão grande, mas tão grande, que cogitei em falar as três palavras para ele, mas lembrei de um vídeo que eu assisti sobre expectativa e realidade, no YouTube. No vídeo, uma mulher gravou uma cena onde ela falava "eu te amo" e o namorado dizia que também a amava... Essa era a expectativa!!! Logo ela repetia a mesma cena, mas o namorado dizia "eu te adoro"... Essa era a realidade!!! No final ela dizia que, se você tem dúvidas se ele te ama, então espere que ele fale primeiro. E assim eu resolvi me calar... Nunca tinha me apaixonado por ninguém, mas eu tinha certeza que aquilo era mais que paixão, eu olhava para ele e não tinha como descrever tudo que eu sentia, era lindo, era mágico!!!.

No meio do caminho, pedi para que Tony fizesse uma parada no primeiro lugar que ele encontrasse na rodovia para que eu pudesse ir ao banheiro. Fui até o banheiro e depois comprei alguns lanches para comermos, estava voltando para o carro quando percebi que Tony olhava para seu celular, mexia na tela, passava a mão na cabeça e tinha uma expressão séria, fechada. Entrei no carro...

- Amor, eu trouxe um lanche pra nós... - Tony permaneceu calado só me observando de canto de olho. Eu continuei... - Tony?

- Fala, André... - ele respondeu de cabeça baixa e eu pude perceber que seus olhos começaram a lacrimejar.

- O que aconteceu, meu amor?

- Não me chame de meu amor, André...

- O que aconteceu? Você estava tão feliz e agora está me tratando desse jeito?

- Não fale comigo, por favor. Coloque o cinto e vamos sair daqui, quando chegarmos em casa, conversaremos.

Eu o obedeci sem entender nada. Eu estava com medo, não sabia como reagir. Ele agia da mesma forma como quando tivemos nossa primeira briga, só que dessa vez, com um pouco mais de calma. Eu tentei falar com ele algumas vezes mas ele pediu que eu não tirasse sua concentração. O trânsito estava horrível, provavelmente porque muitas pessoas voltavam para a capital depois de um fim de semana no interior. Os minutos não passavam, eu ficava cada vez mais agoniado por dentro. Uma viagem que deveria durar duas horas, durou três horas e meia devido ao trânsito e a um acidente na rodovia. Quando finalmente chegamos na casa de Tony, ele entrou e se sentou no sofá. Eu não sabia o que fazer, não sabia o que ele ia me falar, eu estava com as idéias embaralhadas e não pensei em nada que o tivesse feito ficar daquele jeito.

- André... - Tony exclamou meu nome e logo vi as lágrimas caírem de seu rosto.

- Tony... Me fala o que eu fiz... Eu não tenho idéia do que você está pensando, por favor.

- André... Eu achei que nossa relação daria certo, mas eu nunca deveria ter pensado isso.

- O que você está falando, meu amor? Claro que vai dar certo... A gente se gosta, não tem como dar errado.

- Não tem como a gente continuar, André. Eu não confio mais em você. Eu quero que você devolva a chave de minha casa, se quiser ficar com a aliança, fique, mas eu estou tirando a minha. - Tony tirou sua aliança na minha frente e a colocou na mesa de centro da sala. Eu apenas olhava e não entendia nada.

- Você está inseguro de novo, Tony? Você precisa me explicar o motivo de agir assim, por favor. - eu suplicava e começava a derramar as primeiras lágrimas também.

- André... Minha vontade agora é de socar sua cara... Mas eu nunca levantei a mão pra nenhum namorado meu, e não será agora que vou fazer isso, muito menos com você, que ainda é uma criança. - confesso que essas palavras perfuraram meu peito, causaram uma dor por dentro que nunca senti antes.

- O que foi que eu fiz, Tony?

- Você realmente não sabe o que fez? - Tony perguntou.

- Não.

- Isso, André. -Tony apenas me mostrou uma foto em seu celular. Uma foto minha com Carlos... Provavelmente tirada bem no momento em que Carlos não conseguia ficar em pé e se segurava em mim. Essa foto foi tirada bem no momento em que Carlos me deu um beijo no pescoço e eu lembrei daquela noite como se estivesse acontecendo naquele exato momento.

- Tony... Eu posso explicar...

- Pode, André? O que você vai me dizer? Desde quando você frequenta boates sem me dizer nada? Quem é esse cara que está te abraçando? Vamos, André... Fale alguma coisa.

- Esse é o Carlos... - falei me dando conta da burrice que fiz ao esconder essa história do Tony. Aline me avisou, Gabriel me aconselhou... Mas eu não os escutei.

- Carlos? O mesmo que te mandou a mensagem que ocasionou nossa primeira briga?

- Sim... Ele mesmo. - falei abaixando a cabeça.

- Desde quando você está me traindo, André?

- Eu nunca te traí, Tony. - alterei minha voz. - Eu posso ter escondido algumas coisas de você, mas eu nunca te traí...

- Nunca me traiu? O que é isso, então?

- É uma foto, tirada de um ângulo ruim. Ele estava embriagado e não conseguia se segurar em pé, eu estava apenas segurando. Eu não o beijei, eu não troquei carinhos com ele, eu apenas o segurei. Eu nem sei quem tirou a merda dessa foto.

- Vocês estão na frente da mesma boate em que eu te conheci, André. O que você estava fazendo lá, pelo amor de Deus?

- Tony... Eu posso te explicar, me escute, por favor.

- Nada do que você diga agora vai trazer a confiança de novo. Economize sua saliva, eu não volto atrás. - Tony falava friamente.

- Ok... Eu errei em não ter te contado, mas eu nunca te traí, nunca nem sequer me ocorreu esse pensamento.

- Essa foi a única vez que vocês se encontraram?

- Não... - abaixei a cabeça novamente me dando conta, mais uma vez, que eu poderia ter evitado todos esses problemas.

- Então vocês se encontraram antes? E depois se encontraram de novo? O que você pensa que está fazendo?

- Eu sei que estou errado... Mas eu não posso voltar no tempo e mudar isso. Eu só posso explicar o que aconteceu e esperar que você me perdoe.

- Eu não tenho que te perdoar... Eu não aceito o que você fez, ainda que você não tenha me traído, eu não aceito você mentir para mim, não dessa forma. Você não sabe o que é ter um relacionamento, você não sabe ... - Tony continuava com o rosto em lágrimas.

- Tony... O Carlos... -enxuguei as lágrimas. - O Carlos recentemente se assumiu pra família dele e estava passando por alguns problemas. Ele me pediu ajuda e eu não tive como negar, eu me coloquei no lugar dele e decidi ajudá-lo, mesmo que fosse apenas conversando.

- E por que você me escondeu isso?

- Porque eu sabia que você ficaria com ciúmes, eu estava me preparando pra te contar, eu te juro. Eu só estava esperando chegarmos dessa viagem pra te contar, eu estou falando a verdade.

- Não importa mais... Você estava agindo pelas minhas costas, eu não aceito isso.

- Mas...

- Não existe "mas". - Tony me interrompeu. - Não existe nenhuma palavra que vai me confortar nesse momento.

- Mas eu não te traí...

- Você traiu... Você traiu minha confiança. Eu tinha muitos planos pra gente, eu tinha muitas idéias pra você, pra gente... Eu não vou seguir com essa relação mais. É melhor terminar agora, pelo menos a queda será menor.

- Eu não quero te perder, por favor. - Me ajoelhei em sua frente e comecei a suplicar e chorar.

- Não faça isso!!! Tenha orgulho próprio, por favor...

- Eu não me importo com orgulho, eu faço qualquer coisa pra que você me perdoe. Por favor, Tony. Eu só saí com o Carlos porque queria ajudar.

- Ajudar numa boate?

- Ele estava bêbado quando me ligou, estava querendo cometer suicídio, eu não poderia deixar ele fazer isso.

- Quantas vezes vocês se encontraram?

- Duas vezes... Eu te juro, foram apenas duas vezes.

- Alguma dessas duas vezes...- Tony fez uma pausa e me pediu para falar a verdade. - Alguma vez você me deu alguma desculpa para poder se encontrar com o Carlos.

- Sim... - abaixei a cabeça mais uma vez, eu sabia que estava errado. Pelo menos agora, eu sabia.

- Então você mentiu pra mim e foi se encontrar com ele, duas vezes...

- Infelizmente sim... - respondi sentindo que estava perdendo as forças. Cada vez que eu tentava consertar uma coisa, Tony me fazia uma pergunta e a resposta me deixava numa situação pior.

-Escute bem, André... Eu achei que eu poderia fazer você enxergar que nós teríamos um futuro brilhante, mas eu estava enganado. Só quero que você saiba que, nada do que eu fiz foi na tentativa de te manipular. Eu fiz porque eu me apaixonei, fiz porque eu acreditei na gente, fiz porque a minha felicidade só era completa quando eu conseguia arrancar um sorriso seu, quando eu percebia que você estava feliz, era nessa hora que eu me realizava...

- Tony.. - Cheguei perto dele e tentei beijá-lo.

- O que você está fazendo? - Tony me empurrou. - Você acha que as coisas funcionam assim? Você faz merda e depois conserta com um beijo? É essa a concepção que você tem de relacionamento?

- Desculpa, Tony. Eu só achei que...

- Você achou que um beijo poderia fazer eu mudar de idéia... Nem beijo, nem sexo, nem nada. Se você tivesse me contado antes, teríamos brigado, mas não acredito que chegaríamos ao fim.

- Você está irredutível...

- Sim, estou...

- Então acho que tenho o direito de saber uma coisa... - falei olhando para Tony.

- O que você quer saber?

- Como essa foto foi parar no seu celular?

- Isso realmente importa?

- Mas é claro que importa? Você não percebe que isso tudo pode ter sido uma conspiração pra gente se separar?

- André... Mesmo que tenha sido , isso não muda os fatos. Você mentiu, você traiu minha confiança. Esse é o problema dos jovens de hoje em dia. Vocês acham que o único motivo pra se terminar um relacionamento é se uma das partes trair, pior ainda, muitos acham que traição não é motivo. Fidelidade não é a única virtude que um homem precisa ter para estar numa relação, não para mim.

- Eu entendo o que você está me falando, mas eu preciso saber.

- Vai embora, André... Acho que já conversamos o que tínhamos que conversar. Você teve vários dias pra me contar e não o fez...

- Eu vou embora, mas não antes de tirar essa história a limpo. - Peguei meu celular e e liguei para Carlos, na frente de Tony.

O telefone caiu direto na caixa de mensagens.

- Pra quem você está ligando.

- Para o Carlos...

- Está desperdiçando seu tempo.

- Se for preciso, desperdiço o resto da minha vida para saber o que aconteceu.

- Faça o que você quiser...

- Tony... Releve isso, por favor. Eu prometo que nunca mais eu vou esconder mais nada de você. Eu te imploro, por favor.

- Eu já dei minha palavra final...

- Tony... Eu amo você. - comecei a chorar novamente.

- Você percebe o que você está fazendo, André? Você fala que me ama justo agora? Isso mais parece uma chantagem emocional...

- Não é... Se você não vai mudar de idéia, eu não posso te obrigar. Mas eu não vou sair daqui sem antes dizer que te amo. Se eu não disse antes foi porque eu não sabia se você sentia o mesmo.

- Isso já não importa mais... Está ficando tarde e eu preciso trabalhar amanhã cedo, é melhor que você vá embora. - Tony abriu a carteira e me entregou uma nota para pagar o táxi. Em seguida ele ligou para o porteiro e pediu para que ele chamasse um táxi.

- Então é assim? - perguntei. - É assim que vamos terminar?

- Você terminou comigo no momento em que traiu minha confiança, André, não tente jogar a culpa em mim.

Permaneci ali, no carpete da sala, com a cabeça entre meus joelhos. Chorava como uma criança, eu sabia que não tinha mais o que fazer. Tony me avisou que o taxi já estava me esperando. Me levantei, deixei o dinheiro que ele havia me dado em cima da mesa juntamente com a chave de seu apartamento e saí. Assim que a porta se fechou, ouvi Tony trancar a porta e permaneci ali, com uma das mãos na porta. Eu podia sentir que ele estava ali também, do outro lado. Eu sentia o calor de seu corpo, não sei explicar. Caminhei em direção ao elevador e desabei em lágrimas. O porteiro viu meu estado e me trouxe um copo com água. Ele tentou conversar comigo e pediu pra eu ter calma. Eu o agradeci e disse que ficaria tudo bem, ele apenas me disse para eu não desistir porque o senhor Tony, segundo ele, era um homem que valia a pena. Fiquei admirado com as palavras do porteiro, mas eu já estava sem forças pra lutar. Entrei no táxi e dei meu endereço. Olhei para minha mão e vi a aliança, eu não a devolveria por nada nesse mundo, ela era a prova de todos os momentos felizes que eu vivi ao lado de Tony num curto espaço de tempo. Tirei a aliança e fiquei olhando como ela era bonita, com poucos detalhes, mas muito bonita. Passei o dedo na parte que fica em contato com a pele e senti algumas pequenas ondulações, como se tivesse algo escrito. Liguei a lanterna de meu celular e vi que havia três palavras escritas: "eu amo você ". Chorei mais ainda, chorei tanto que o taxista perguntou se eu estava passando mal. Cheguei em casa e fui direto para o quarto, nenhuma alma viva naquela sala, mas percebi que a luz de meu quarto estava acesa. Abri a porta e vi Aline e Edgar sentados, como se eles já estivesse sabendo de tudo.

Aline veio e me deu um abraço, um abraço que me confortou de tal forma que a única coisa que consegui fazer foi chorar.

- Me desculpa, Aline... Me desculpa pela maneira que eu falei com você, me desculpa por não ter escutado seu conselho.

- Tudo bem, meu amigo. Eu estou aqui. - respondeu Aline me apertando mais com seus braços.

- Você já está sabendo?

- O Tony me mandou uma mensagem me pedindo pra te dar uma força...

- Quando? - perguntei.

- Acho que assim que vocês chegaram da viagem. Eu já estava indo pra casa, mas decidi ficar aqui e te esperar.

- Eu devia ter te ouvido.

- Você devia... Mas não ouviu.

- E agora eu perdi o homem que eu amo...

- Como assim? Você já desistiu? Que amor é esse que você desiste sem nem tentar?

- Ele foi irredutível... Ele não confia mais em mim, eu o perdi para sempre.

- André... Pare e pense!!! O que você precisa fazer agora é provar pro Tony que você está arrependido e está disposto a fazer qualquer coisa pra que vocês voltem.

- Ele não vai mudar de idéia, ele me disse isso.

- Mas é claro que ele ia dizer isso. O que você queria que ele dissesse depois do que você fez?

- Eu só queria que ele me desse um pouco de esperança, mas ele fez o contrário. Ele matou minha esperança de estar com ele.

- Se você desistir agora, você vai se arrepender depois. Você não me escutou quando eu pedi pra você cortar aquela bicha... Então me escute agora. Não desista! Pelo menos não ainda...

- O que você acha, Edgar? - perguntei a Edgar que até o momento, apenas nos observava.

- Eu fiquei sabendo de tudo agora... Eu acho que Aline está certa, André. Tenha um pouco de calma porque não será fácil. Você precisa mostrar pra ele que você aprendeu a lição e que vai agir diferente caso ele resolva te dar uma chance. - Edgar se levantou e me deu um abraço também.

- Vocês estão juntos? - perguntei.

- Começamos a namorar... - Aline respondeu sorrindo e dando um beijo em Edgar.

- Estou feliz por vocês. - falei. - É uma pena que agora não poderemos fazer um programa de casais. - chorei novamente.

Os dois me abraçaram e Aline pediu a Edgar que a esperasse na sala. Ela ficou comigo, conversando, consolando, dando idéias, opiniões, enfim, tudo o que ela podia me falar para que eu me sentisse melhor, ela falou. Senti uma culpa imensa dentro de mim, eu havia estremecido minha relação com minha melhor amiga e perdido meu namorado por causa de uma pessoa que eu mal conhecia, mas Deus sabia que eu não tive nenhuma má intenção.

- André... Se você quiser, eu posso conversar com o Tony. Pode ser que ele me escute.

- Será?

- Não custa nada tentar.

- Não!!! Não quero que fale com ele.

- Por quê?

- Porque eu vou correr atrás dele. Que tipo de homem precisa que outras pessoas intercedam para consertar sua própria burrada? Se você falar com o Tony, ele só vai confirmar que eu sou um menininho que não sabe resolver seus próprios problemas sem ajuda. Se eu quiser que ele me perdoe, eu tenho que mostra que eu o amo e que vou mudar, tenho que mostrar atitude. E é isso o que vou fazer.

- Aeeeeeeeeeeeeee! André, isso era tudo o que eu queria ouvir de você agora. É assim que você tem que pensar, não se entregue agora.

- Olha isso, Aline. - entreguei a aliança que Tony me deu.

- Ai, meu Deus!!! Ele te deu uma aliança de compromisso? Ai, meu Deus... Tá escrito eu amo você...

- Sim... Eu só percebi isso quando estava no táxi voltando pra casa.

- Seu idiota... Tá vendo o que você fez? - Aline começou a me dar vários tapas em meu braço.

- Eu sei, Aline. Eu caguei no pau!!! Se você soubesse como eu me arrependo de tudo isso...

- Ai, amigo...

- Eu preciso dormir... Estou com a cabeça a mil... Mas eu vou ligar pra ele antes. Posso?

- Claro que pode. O Edgar vai me levar em casa. Fique bem, caso você precise, me ligue que eu venho correndo.

- Obrigado, minha amiga. - nos abraçamos e em seguida, liguei para Tony.

- André?

- Oi...

- Chegou bem em casa?

- Não.

- Onde você está?

- Em casa... Mas não cheguei bem.

- André... Levante a cabeça...

- Tony... Eu não liguei pra escutar você falar o que eu já sei, eu liguei porque eu preciso te falar uma coisa. Se eu não falar isso agora, não vou conseguir dormir.

- Estou escutando.

- Eu te amo, cara. Eu te amo demais. Eu estou aqui na minha cama e só consigo pensar em você. Eu sei que eu errei, mas quem não erra? Eu prometo que vou mudar se você me der uma chance, eu só preciso de uma chance. Você não precisa me responder agora, mas eu preciso que você pense. Cara... Eu não posso perder você, eu não quero te perder. Eu não quero conhecer outra pessoa porque eu sei que já encontrei quem eu quero. Eu nunca nem sequer me interessei por outra pessoa antes de te conhecer, nem amor platônico eu tive. Então, não me diga que isso é apenas uma coincidência, eu sei o que você sente por mim e eu sei o que eu sinto por você. Por favor, pense um pouco. Nós temos uma química que poucos têm hoje em dia, eu preciso saber que você vai pelo menos pensar em reconsiderar sua decisão. Eu só preciso saber disso pra poder dormir em paz.

- André... Eu não quero te dar esperanças.

- Não estou pedindo esperança... Estou pedindo que você pense um pouco, apenas isso.

- Você é teimoso.

- Na verdade, não. Mas eu não posso deixar você escapar sem antes fazer tudo o que está ao meu alcance pra te segurar.

- André...

- Tony... Eu sei que eu menti pra você, mas eu quero te fazer uma pergunta e quero que você seja sincero.

- André...

- Por favor, Tony.

- Ok...

- Vice tirou a aliança e colocou na mesinha da sala... Quando eu saí, você deixou ela na mesinha ou você está usando ela agora?

- André... Eu estou usando...

- Viu, Tony? Você também me ama, cara. Eu vi as palavras que você mandou gravar na aliança, você me ama. Você não pode desistir agora, por favor.

- Eu não vou negar isso... Mas eu não estou em condições de te falar nada agora.

- Não precisa ser agora. Eu te dou o tempo que for preciso. Esqueça que você terminou comigo, encare isso como uma briga e que agora você precisa de um tempo pra pensar nisso tudo. Eu não vou deixar de usar essa aliança, e mesmo que você decida não me dar uma chance, eu vou continuar usando.

- Por que você está fazendo isso? Você não percebe que você só está dificultando as coisas?

- Eu não tenho vergonha do que eu sinto. Usar essa aliança é como se eu sentisse que você está aqui comigo, que me ama. Eu vou usá-la, enquanto eu sentir que há sentimento, eu a usarei.

- Terminou?

- Acho que sim... Era isso o que eu queria te falar.

- Então ok... Vou dormir agora. Passar bem!!

Tony desligou o telefone sem ao menos me esperar dar tchau. Comecei a chorar de novo, já estava a ponto de ficar desidratado, meu Deus. Eu não sei o que faria caso Tony não me desse uma chance, eu não conseguia pensar em nada que não fosse nós dois juntos novamente. Que merda!!! Por que será que a às vezes a gente sabe o que é certo e não agimos corretamente? Que burrice a minha ter escondido tudo de Tony, que burrice!!!

A vontade que eu tinha era de me matar, não por estar depressivo ou coisa do tipo, mas como auto punição. Eu não conseguia imaginar minha vida sem Tony, sem aquelas mãos me tocando, sem aqueles lábios me beijando, sem aquele sorriso alegre, sem aquela expressão meiga, sem suas atitudes de homem, sua serenidade, seu carinho, seu caráter, deus momentos safadinhos, definitivamente eu não podia imaginar o minha vida sem seu amor.

---------continua--------