Cap. 5

Conto de Itak como (Seguir)

Parte da série Em busca da felicidade

* Pessoal... Comecei o conto como terceira pessoa, narrando... Isso está complicando minha vida, pois é muito mais fácil escrever na primeira pessoa. Como o tempo é curto, a partir desse capítulo eu sou André. Rss

Voltei pra casa com a cabeça no mundo da lua. perdi as contas de quantas vezes Aline tentou falar comigo e eu totalmente distraído não ouvi sequer uma palavra. Só conseguia pensar naquele beijo mágico que tinha me desestabilizado numa intensidade inacreditável. Cada toque, cada respiração, cada demonstração de afeto que tinha rolado naquele beijo me dava a certeza de que queria aquele homem pra mim.

É incrível como as coisas podem acontecer do dia pra noite, eu havia saído pela primeira vez para um local gay, conhecido pessoalmente a primeira pessoa por quem me interessei e ainda tinha dado meu primeiro beijo em um homem.

Era tão diferente... Lembro-me que quando saía e beijava alguma menina, não sentia nada além de culpa por tentar enganar a mim mesmo. Mas aquele beijo era extraordinário, muito melhor do que jamais poderia imaginar. Eu estava literalmente nas nuvens. Sabe quando você se apaixona pela primeira vez? Era assim que eu me sentia. Não conhecia Tony... Só sabia seu nome e sua profissão. Mas não sabia de onde era, onde morava, sua trajetória de vida... E pra falar a verdade, não estava me importando nem um pouco. Tudo o que eu mais queria naquele momento era vê-lo novamente.

Ao chegar no nosso destino final, prometi a Aline que depois contaria todos os detalhes minuciosamente... Ela entendeu que eu precisava ficar sozinho naquele momento e me deixou ir sem protestar.

Entrei em casa e meus pais não estavam... Por ser domingo, minha mãe deveria estar na igreja e meu pai, provavelmente, jogando uma pelada com os amigos.

A sensação de ter a casa só pra mim era indescritível, eu queria paz e silêncio pra poder pensar no quão maravilhosa minha noite tinha sido.

Tomei um banho para tirar o cheiro de cigarro da balada e me deitei. Não tinha um pingo de sono, mas era como se eu estivesse dormindo e sonhando acordado toda vez que pensava na noite anterior. Meu celular estava em minha mão e eu não o largava por nada nesse mundo. Ficava igual um besta olhando pra tela na esperança de que Tony me ligasse ou pelo menos mandasse uma mensagem. Adormeci sem perceber e duas horas depois despertei. Mal acreditava que tinha dormido tão pouco e não me sentia cansado. Chequei meu celular desesperado por um mensagem ou ligação perdida e não havia nada. Continuei deitado olhando para a tela e, para minha surpresa, Tony me ligou. Deixei chamar quatro vezes antes de atender porque não queria demonstrar meu desespero. Finalmente quando atendi e disse um oi, ele já havia desligado. Provavelmente pensou que eu estivesse dormindo e não quis me acordar.

Agora sim eu tinha ficado completamente desesperado. Não sabia se ligava ou se esperava uma próxima ligação. Tinha medo de que ele pensasse que eu não queria atender ou que estava fazendo pouco caso. Para minha sorte, meu celular tocou novamente e dessa vez eu atendi numa velocidade tão grande que acredito que ele nem ouviu o "tuuu" da primeira chamada. Se eu não quis passar a imagem de desesperado quando ele me ligou antes, agora isso estava mais que transparente ao atender a segunda ligação.

- Alô...

- Que rápido!!! Eu te acordei?

- Não... Eu estava no banheiro e estava checando agora essa ligação perdida, por isso atendi rápido. - respondi, quer dizer, menti tentando esconder minha afobação.

- Então... Estou ligando pra saber se você chegou bem em casa.

- Cheguei bem sim, obrigado. - aquilo era tudo muito novo para mim. Eu simplesmente não sabia como me portar diante daquela situação... Um homem me ligando querendo saber como eu estou, meu Deus!

- André... Na verdade eu liguei porque queria me encontrar contigo novamente. Não sei se você deseja o mesmo, mas gostei muito do que rolou entre a gente ontem a noite.

- Mas é claro que eu quero... - naquele momento eu já não estava me fazendo de difícil e nem queria.

- Quando você acha que pode sair novamente?

- Hoje!!! - respondi praticamente dando pulos de alegria.

- Você pode sair a noite ou ontem foi uma exceção?

- Posso sim, sem problemas. - na verdade eu não sabia se meus pais permitiriam novamente, mas não podia desperdiçar uma chance dessas. Mesmo que tivesse que sair escondido, eu iria.

- Então estamos combinado. Me passe seu endereço que eu te pego às 19:30, pode ser?

- Não precisa! A gente pode se encontrar no centro mesmo. - eu sabia que meus pais já estariam em casa e ficariam preocupados caso me vissem saindo com um homem mais velho...

Tony concordou e então desligou mandando um beijo e eu me derreti por completo. Parecia um conto de fadas com personagens gays.

Escutei passos rumo a meu quarto... Era Aline! Estava mais curiosa que um gato. Sentou-se junto comigo na cama e começou a me encher de perguntas... Uma mais cabulosa que a outra.

Contei a ela tudo o que aconteceu na noite anterior e ela parecia estar chocada, pois parecia história de filme ou romance, que o mocinho conhece a mocinha numa situação meio que nada a ver só para começar a história real. Eu nem estava ligando pra isso, só esperava que no fim de tudo eu viveria feliz para sempre... Que coisa mais brega!!! Eu sei...

- Amigo!!!! Você está apaixonado...

- Não sei se isso é paixão, mas se for, então não quero deixar de sentir isso nunca mais. Não que eu tenha sentido sentido antes, mas do jeito que as coisas estão, está ótimo.

- Onde vocês vão?

- Eu não sei. Nem sequer perguntei... E isso também não importa. Qualquer lugar que eu for, estarei bem desde que ele esteja comigo.

- Ai, André... Pare com isso. Não precisa ser tão meloso assim. Desse jeito você vai espantar o bofe.

- Mas eu não consigo falar de outra forma e nem em outro tom. Foi muito perfeito...

- Eu acho que ele vai te levar pra casa dele. - disse Aline fazendo sinais obscenos com as mãos.

- Será? - perguntei meio apreensivo

- Com certeza. Meu amor... O bom de um relacionamento homossexual é que nenhuma das partes fica regrando sexo... Acontece muito rápido.

- E como você sabe dessas coisas? -perguntei admirado.

- Eu leio, querido. Fico na internet lendo as pessoas contarem suas experiências.

- E porque você faz isso se não é gay?

- Porque você é, oras. Sou sua amiga... Logo me procupo com tudo que te diz respeito. E tem mais uma coisa...

- O quê?

- Você vai dar ou comer?

- Aline!!!!!! - digo praticamente caindo a cara de vergonha.

- André, meu amor. Pare de ser tão puritano. Já tá na hora de perder seu cabacinho né... Só estou perguntando se você quer ser ativo ou passivo pra poder te dar umas dicas.

- Eu não sei... Nunca fiz... Não sei o que me interessaria mais...a única referencia que tenho são os filmes pornográficos que vejo na internet.

- Bom... Por via das dúvidas, é melhor fazer a chuca...

- Chuca? O que é isso?

- Meu amor... Você acha que seu buraquinho é um quarto de hotel? Meu filho... É por aí que você caga...

Tem que fazer uma lavagem pra não correr o risco de passar cheque. Já sei até os termos que os gays usam pra esse tipo de situação. Rss...

Aline me explicou tudo o que aprendeu em suas pesquisas na internet. Confesso que sempre me perguntei como não havia acidentes nos filmes... Agora eu já sei...

Mesmo tendo ouvido todas as explicações de Aline, eu ainda não conseguia imaginar como seria minha primeira vez. Não pensava em ser ativo ou passivo, simplesmente queria deixar rolar naturalmente. Tinha certeza de que Tony, sendo experiente, saberia exatamente o que fazer.

Passamos a tarde toda conversando sobre coisas banais até a hora que eu me toquei que meus pais poderiam chegar a qualquer momento. Aline foi embora e eu corri contra o tempo para tomar uma ducha e me arrumar.

Como não queria que meus pais me vissem saindo, saí mais cedo e deixei um bilhete avisando que iria ao cinema e que não se preocupassem comigo. Esperançosamente eles ficariam tranquilos e nem me ligariam para saber onde eu estava.

Saí de casa e fui direto ao ponto de ônibus. Meu coração batia acelerado, era muita euforia... Estava prestes a ter minha primeira relação sexual com outro homem. Na verdade eu nem sabia se essa era a intenção de Tony, mas por via das dúvidas, segui os conselhos de Aline.

Entrei no ônibus com a sensação de estar dando mais um passo em busca de minha felicidade...

Continua...

Comentários

Há 2 comentários.

Por Felex11 em 2015-09-09 15:13:17
Legal a serie estou acompanhando posta logo
Por Niss em 2015-09-09 01:07:43
Genteeee essa Aline kkkkkkk, achei fofa, concordo com ela, todas as amigas de gays deveriam se preocupar com os amigos gays!!! Enfim, espero pelo proximo!!! Quero só ver esse safadinho tirando o cabaço!!! hahaha