Cap. 2

Conto de Itak como (Seguir)

Parte da série Em busca da felicidade

Eram 9 horas da manhã quando o celular de André vibra. Há muito tempo que não sabia o que era dormir sem se preocupar em acordar cedo para trabalhar ou estudar. Viu a mensagem que acabara de chegar e deu um pulo da cama. Havia se esquecido de que Aline passaria em sua casa em meia hora para irem ao shopping. Rapidamente pulou da cama, se enrolou em uma toalha e correu para o banheiro. Depois de ter tomado um banho de gato, literalmente, voltou a seu quarto e começou a se arrumar.

Como sempre foi um rapaz simples, se arrumar, na verdade, era vestir um jeans e uma camiseta. Não demorou muito e escutou um grito de Aline, que já esperava na sala.

- Bom dia Aline, mãe...

- Bom dia! - as duas sorriam.

- Meu filho, é melhor vocês comerem alguma coisa antes de sair.

- Não se preocupe, mãe. Vamos comer alguma coisa na rua mesmo. Vamos, Aline?

- Vamos! Tchau, dona Ana... Depois venho aqui com mais tempo e a gente fofoca.

- Tchau, minha filha. Juízo!!! Que Deus os acompanhe.

Carlos, irmão de Aline, estava esperando para levá-los até o shopping. No caminho, todos conversavam tranquilamente. André achava Carlos lindo, gostava de reparar nos traços daquele homem de 25 anos. Não era uma atração sexual, até porque André ainda era virgem, mas ele gostava de reparar a beleza masculina, lhe prendia a atenção.

Já perto do shopping, Carlos pede aos dois para tomarem cuidado e que façam uma ligação quando terminarem tudo.

Após se despedirem, Aline diz:

- Está querendo virar meu cunhado, é?

- Que isso... Seu irmão é bonito... Não posso fazer nada que não seja admirar.

- Brincadeira, seu bobo. Só tome cuidado para que ele não perceba nada. Apesar de achá-lo mente aberta, não é bom que desconfie de nada.

- Fique tranquilo. E então, o que você queria fazer aqui?

- Como assim? Querido... Precisamos comprar roupas. Vamos à uma boate pela primeira vez... Precisamos nos vestir deslumbrantemente bem, rss.

- Hummmm. Você sabe que não ligo muito pra essas coisas... E também não queria gastar muito. Você sabe que eu estou guardando minhas economias desde que comecei a trabalhar. Eu não sei como serão as coisas no dia em que resolver contar a meus pais...

- Querido... Eu vou te vestir. Você vai do jeito que eu achar melhor, e seu visual será meu presente de aniversário. E nem adianta dizer que não precisa e blá blá. Já pensou se o bofe da sua vida estiver lá? Você tem que ir lindo e causar uma ótima impressão.

André não disse mais nada, pois sabia que Aline não mudaria de opinião por nada nesse mundo. Passaram a tarde toda entrando e saindo das lojas. Aline escolheu cada peça de roupa que Carlos usaria, desde a meia até o gel do penteado. Aline estava decidida a dar a André a melhor noite de sua vida. Apesar de não saber nada do que rola dentro de uma boate gay, já imaginava que uma coisa era certa: alguém olharia para seu amigo com segundas intenções e pelo menos um beijo ela obrigaria André a dar...

Logo depois de terminarem com as compras, almoçaram e pegaram um cineminha. Aquele filme romântico fazia André viajar, pensar no impossível, imaginar como seria viver uma história de amor com outro homem. André sabia que não tinha vocação para passar o rodo como a maioria faz, queria conhecer alguém que fosse só dele, que seguisse todos os princípios que um casal adota em busca da felicidade amorosa.

Quando o filme termina, André segurava as lágrimas. Perguntava-se o motivo de tanto sentimentalismo. Deixou os pensamentos saírem de sua mente e tentou falar de outras coisas a fim de não chorar...

- O que faremos agora?

- Já mandei uma mensagem para que meu irmão venha nos buscar. Já deve estar chegando.

- Aline...

- Diga, meu amigo.

- Obrigado por tudo. Você não é apenas uma amiga, é uma irmã.

- Ah, meu lindo... Eu te amo tanto que para mim, você já é da família. Mas não precisa agradecer de nenhuma forma, eu só quero o seu bem, hoje e sempre.

Os dois se abraçaram ali mesmo e seguiram em direção ao estacionamento. Se encontraram com Carlos e seguiram para casa. Aline morava na mesma quadra que André, o que facilitava muito a amizade inseparável dos dois. Assim que chegaram, se despediram e cada um seguiu seu rumo. André estava exausto e só pensava em ir pra sua cama e dormir.

- Mãe, pai, boa noite!!!

- Boa noite, meu filho! Como foi o dia? - responde João, pai de André.

Seu João era um homem ainda jovem, 38 anos, 1, 75 de altura, 70 kg, branco dos cabelos bem negros. Era um ótimo pai. Não se metia muito nas coisas de André, mas sempre procurou se mostrar preocupado com o filho. Sua intuição de pai sabia que seu filho, de alguma forma, era diferente, mas seu orgulho de "macho" não deixava esses pensamentos amadurecerem.

Ao contrário de seu João, dona Ana, mãe de André, nunca desconfiou do filho. Talvez o fato de ela ser extremamente religiosa fazia com que nem pensassem sobre assuntos como esse.

- Meu dia foi bom, pai. Aline comprou todas essas sacolas e disse que esse era meu presente.

- E onde vocês vão amanhã?

- Ah, pai. Acho que vamos sair para comer alguma coisa e depois nos encontraremos com nossos amigos. Acredito que iremos à uma boate para dançar. Eu não sei de nada, parece que é surpresa.

- Tudo bem, meu filho. Você já será maior de idade amanhã, tem que comemorar mesmo. So lhe peço para não se envolver com drogas e essas coisas. E se for beber, beba com moderação. Todo mundo merece tomar um porre ao menos uma vez na vida, mas não faça isso enquanto sua mãe estiver te vigiando.

- Pode deixar que não farei nada que deixe a mamãe preocupada, quer dizer, que deixe vocês dois preocupados.

Nesse momento, a mãe de André, que estava na cozinha desde que seu filho chegara em casa, deu um grito chamando. Conversaram um pouco e André decidiu ir para seu quarto dormir.

Ao deitar em sua cama, desligou o celular para que nada o acordasse. Queria estar bem descansado para a noitada do dia seguinte, queria chegar lá com uma boa aparência.

Em determinando momento, André fecha os olhos e começa a adormecer lentamente enquanto lembra de sua infância e de todas as humilhações do qual já foi vítima pelo fato de ser gay. Já sem forças para sua imaginação, adormeceu.

* Olá, pessoal. Acho que daqui pra frente terei mais tempo para postar mais. Nem sei se alguém começou a ler esse conto, mas caso alguém esteja lendo, comente, opine, critique...

Comentários

Há 2 comentários.

Por Niss em 2015-09-01 23:16:13
Choquei!!! Eu tenho o mesmo pensamento que o dele, tipo, não sou muito fã de "pegar geral", prefiro viver uma coisa mais a dois, mas, nada me impede de experimentar uma vez. Espero que de tudo certo nessa noitada. Estou a espera do proximo capitulo
Por diegocampos em 2015-09-01 21:29:31
Eu estou lendo e estou gostando muito quero muito saber o que vai rolar nessa boate ansioso