Cap. 1

Parte da série Em busca da felicidade

André era um rapaz tranquilo, carinhoso e muito preocupado com a família. Tinha 17 anos, 1,68 de altura e pesava 65 kg. Não era um exemplo de beleza mas tinha seu charme... Sabia que era gay, mas por conta de sua mãe, que era religiosa, preferiu guardar esse sentimento para si mesmo.

Sempre teve medo de que seus pais descobrissem sua sexualidade, seu pai principalmente, pois ele, apesar de não pertencer a nenhuma religião, era o tipo de homem machista e preconceituoso.

Até então nunca tivera uma experiência homossexual, ficara com algumas garotas na tentativa de mudar de "time", porém, sabia que as coisas não eram tão simples assim.

A maior experiência que teve foi algumas conversinhas na internet... Evitava ao máximo se expor por medo de que algum conhecido o descobrisse.

Sua mãe, Ana, era uma mulher boa, mas deixava que as doutrinas da igreja controlassem tudo em sua vida e nem imaginava o quão difícil seria uma vez que tudo fosse revelado.

- Bom dia, meu filho. Seu café está na mesa.

- Obrigado, mãe!

- André, meu filho... Quero dizer o quanto a mamãe está orgulhosa de você. Está quase completando 18 anos e tenho certeza que será aprovado no vestibular.

- Nem me fale nisso... Ainda estou tão nervoso que nem conferi as respostas ainda. Mas falando em 18 anos... Será que posso ir comemorar com meus amigos?

- Qual deles?pergunta Ana preocupada.

- Amigos da escola, mãe. Aline também irá.

Como todo gay tem uma melhor amiga, com André não seria diferente. Aline estudava na mesma classe que ele e sempre soube de sua sexualidade. Na cabeça de Ana, eles formavam o casal perfeito. Ana aprovava tudo e qualquer coisa vindo de Aline, bem... Quase tudo...

- Se Aline vai, te dou permissão. Só não quero saber do senhor chegando aqui bêbado! Ri descontraída.

- Valeu, dona Ana.

Tudo parecia estar bem para seu aniversário. Ainda tinha dois dias pra decidir o que realmente fariam, pois a verdade era que a comemoração seria somente entre André e Aline.

André não era o tipo de cara popular que fazia amizades facilmente.

Durante todo o Ensino Médio cultivou apenas uma amizade verdadeira, com Aline, e o resto não passavam de meros colegas, conhecidos.

André não era afeminado, porém passava longe da imagem de hétero. Nunca entendeu muito esses rótulos da sociedade. Gostava de acreditar que todas as pessoas eram iguais.

Agora encontrava-se distante em seus pensamentos, deitado em sua cama com o olhar voltado para o nada. A porta se abre:

- Vixi! Que cara é essa? Pergunta Aline...

- Você conseguiu alguma informação sobre aquele lugar?

- Claro que sim!!! Já tenho endereço e tudo. Não se preocupe porque sábado você vai arrasar.

- Não sei não... Fico pensando que talvez seria melhor a gente desistir disso.

- Se você desistir, dou na sua cara.

- hahaha! Brincadeira, Aline, mas confesso que estou nervoso.

- Não fique! Vai dar tudo certo.

- Assim espero...

- O que vai fazer o resto do dia?

- Nada! Graças a Deus já não precisamos nos preocupar com escola. Só com o resultado do vestibular...

Aline era uma mulher bonita. Sua família não era rica, mas viviam confortavelmente. Havia prestado vestibular em duas universidades, uma pública e uma privada.

André, por sua vez, sempre trabalhou desde os 16 anos. Sua família não passava por apuros financeiros, porém tudo era regrado. Não tinham luxos e economizavam ao máximo pra poder viver tranquilos. De seu salário mínimo, 70 % era repassado para sua mãe a fim de contribuir com as despesas de casa. O pouco que lhe sobrava, ele guardava em sua poupança. Raramente usava seu dinheiro para comprar coisas supérfluas. Era um rapaz simples, se vestia de maneira simples, nunca ligou mundo para todo o "glamour" do mundo gay. Apesar de não ter contato com a vida "gay", lia muito na internet. Podemos dizer que André era um tipo de homem conservador... Ainda acreditava que era possível encontrar pessoas como ele, que via nas coisas simples da vida uma maneira de ser feliz.

No momento, acabara de tirar férias do trabalho. André trabalhava como vendedor em uma loja de roupas, loja do "povão", como ele costumava dizer.

Aspirava por algo melhor, mas no momento sua única preocupação era o resultado do vestibular...

- Aline... Estou com muito sono.

- Entao durma! Vou ficar aqui na internet pesquisando mais algumas coisas pra nosso "sabadão", sorri.

Em meio a seus pensamentos mais complexos, André adormeceu com um sorriso no rosto. Sentia que sua vida mudaria muito após sua maioridade, desejava isso...

* Olá, pessoal. Já deveria ter postado antes, mas estava completamente atarefado. Ainda estou... Rss

No geral, tento escrever um conto que se aproxima mais a realidade da maioria das pessoas. Nem todo gay é rico, bem de vida, bonito, sarado e dotado. Espero que tenham gostado do primeiro capítulo e, por favor, lembrem-se que estou aberto a sugestões.

Abraços!!!