01x08 - Uma Amizade Diferente

Conto de historiador como (Seguir)

Parte da série Entre Dois Corações (Remake)

GENTE!!! Lindo esse capítulo, lindo de verdade! Espero que vocês chorem tanto quanto eu chorei escrevendo.

•aly: aw obrigado ❤❤ muito bom saber que a série tá agradando kkkkkk e pare de criar expectativas, não me mate se eles não ficarem juntos...... #ficaadica obrigado por comentar, volte sempre aqui, tu é muito bem-vinda. Beijos. Bye.

•Caique: OOOOOBRIGADO!!! É sempre bom ter comentaristas novos aqui, e melhor ainda é saber que a série tá sendo bem recebida. Espero que continue gostando, vou fazer o possível para não decepcionar. Obrigado por comentar, não se esqueça de voltar aqui. Beijocas.

•GibGab: QUE HONRA CARA, QUE HONRA!! Sério, fiquei muito feliz em ver você nos comentários, nossa... Olha, seu desejo é uma ordem, e aqui está a continuação. Por favor, comente mais vezes, vou adorar. Beijos beijos beijos.

✨ BOA LEITURA ✨

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<ENTRE DOIS CORAÇÕES>

Música Tema: Love The Way You Lie (feat. Eminem) - Rihanna.

Capítulo VIII: Uma Amizade Diferente

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Desliguei o chuveiro e puxei a toalha verde que eu havia achado no armário banheiro. Enrolei a toalha na cintura e saí do box transparente, me olhando friamente no espelho.

Eu estava horrível. Meus olhos que antes me alegraram agora me deixavam envergonhado, me perguntando a que ponto a minha dependência me fez chegar. E ainda assim, mesmo vendo de perto o estrago que isso causou em mim, eu me sentia completamente dependente de Gabrielly. O que seria de mim sem ela? Talvez eu estivesse chorando até agora, jogado no chão frio do quarto.

Lancei um olhar decepcionado para o meu reflexo visivelmente abalado e deixei a suíte, andando até a cama.

Olhei para o espaço enorme do quarto, lembrando que minhas malas não haviam sido retiradas do carro quando chegamos, e o motorista havia saído com Hélio.

Abri o guarda-roupas na intenção de achar alguma peça de roupa que Hélio hipoteticamente teria comprado, mas não havia nada além de cabides, e nas gavetas apenas algum aromatizantes.

Mordi os lábios e respirei fundo, andando pensativo até a porta e pondo a cabeça para fora. Ninguém no corredor.

Esperei mais alguns segundos para me certificar de que ninguém apareceria e saí correndo para a outra ponta do corredo, abrindo uma porta aleatória e rezando para ser a certa.

E infelizmente era.

Christopher e Violet me olhavam intrigados, e eu sentia que a qualquer momento meu sangue começaria a borbulhar, de tão quente que subia para o meu rosto, me deixando corado.

Eu provavelmente interrompera uma conversa, e só não estava ainda mais envergonhado porque graças ao deus das pequenas causas, eles não estavam sem roupa. Mas era possível estar mais envergonhado do que eu estava agora? Eu acabei de invadir um quarto, apenas com uma toalha enrolada na minha cintura. O que eu tinha na cabeça, afinal?

— Tudo bem? — Violet rompeu o silêncio, mas eu não sabia o que ou como responder. Ela não parecia irritada, mas Christopher adotou um olhar sério e indecifrável. — Ethan...

— Ah... an... é... — Gaguejei, pensando no que dizer. E porque não dizer a verdade, não é mesmo? — E-eu... tô sem roupas. E aí, tipo... hum... achei que o Christopher poderia me emprestar alguma coisa, porque a minha mala ficou dentro do carro...

Violet me olhou com a testa enrugada durante cinco minutos ou mais, e então olhou para Christopher, o olhando com a mesma intensidade, pela mesma quantidade de tempo.

— Não é por nada não... — Violet disse com um tom divertido na voz — Mas ele não é muito mais alto que você? E tem um corpo bem mais definido também.

— Ele não é tão mais alto do que eu. — Murmurei, me defendendo da acusação de ser baixinho. Ele é que era alto demais — E não é tão mais definido rambem.

Violet gargalhou, levantando da cama e me medindo com o olhar novamente.

— Eu vou ver se tem alguma coisa pra você. — Christopher disse ainda sério, saindo da cama e seguindo para o seu guarda-roupas de três portas, que diferente do meu, não tinha as portas todas espelhadas.

Assenti e respirei fundo, sorrindo timidamente. Que vergonha.

— Eu acho não vou ter uma cueca que te sirva sem parecer uma bermuda. — Ele disse pensativo, se virando com uma camisa preta nas mãos, lançando-a em minha direção. — Pode ficar com ela.

— Obrigado. — Falei agarrando a camisa no ar. A vesti no mesmo instante, mas o constrangimento não pareceu diminuir.

Meu corpo nunca foi um problema pra mim, mas estar frente a frente com Christopher e Violet me fez pensar na possibilidade de frequentar a academia da casa. Christopher é forte, alto, com as costas largas e as pernas grossas, enquanto Violet é magra, com alguns músculos - mais do que eu - nos braços, peitos avantajados e bunda empinada. Resultado de muito treino e pouca comida.

— Vou indo... — Falei sorrindo simpático, saindo do quarto com a cara quase enfiada no cu de tanta vergonha.

Andei apressado até a porta do meu quarto, dando de cara com a minha melhor amiga.

— Onde você estava? — Ela perguntou indiferente, cruzando as pernas sobre a minha cama — E que merda é essa que você está usando? Um vestido de emo gótico roqueiro? Você por algum acaso andou ouvindo Evanescence e Lana Del Rey? Eu te avisei que essa era um caminho perigo.

— Cala a boca. — Falei rindo, indo até o guarda-roupas e me olhando analíticamente no espelho. A camisa cobria metade da minha coxa, mas não estava nada parecida com um vestido. — É do Christopher. Minhas malas ficaram no carro e... — Fiz uma pausa, olhando para a camisola rosa que Gabrielly usava— E as suas também... De onde você tirou isso?

— Da minha mala. — Ela disse rindo — O motorista está aí a um bom tempo já. Eu pedi pra ele trazer a minha mala. Pensei que você faria o mesmo, mas pelo visto você prefere pegar roupas emprestadas com o seu irmãozinho caçula.

Fiz a maior cara de indignação, deixando meu queixo cair. Eu não acredito que paguei esse micão à toa.

— Vamos descer. — Gabrielly disse rindo, levantando da cama e andando graciosamente até a porta do quarto — O brigadeiro não vai ser feito magicamente, e não pense você que sou eu quem vou preparar. Vou apenas fazer companhia, e se achar ruim quando terminar eu não deixo você comer.

— Como você é democrática. — Murmurei, seguindo-a para fora do quarto.

— Democracia é só a modinha do momento. — Ela disse seguindo para as escadas, descendo o primeiro degrau como se ele fosse de vidro — Viva à monarquia.

Ignorei os delírios típicos de Gabrielly e a segui até a grande cozinha, onde encontramos Scott sentado em um banco alto próximo ao balcão, com um copo do starbucks na mão. Ele se levantou e nos cumprimentou alegremente.

— Senhorita Williams... Senhor Parnell... — Ele disse colocando o copo sobre o balcão — Precisam de alguma coisa?

— Eu adoro quando ele me chama pelo sobrenome. Me sinto uma lady, aspirante à rainha da Inglaterra. — Gabrielly disse sorrindo, acenando educadamente para o motorista.

— Ethan, Scott, por favor, me chame de Ethan. — Repeti o que já havia dito antes, ignorando o comentário superficial da minha melhor amiga. Às vezes não falava nada que merecesse ser escutado, tampouco respondido. — E sim. Eu gostaria muito, se não for pedir demais, que você trouxesse a minha mala. Ela ficou no carro, e eu preciso de uma roupa decente.

— Claro que não senhor... Ethan! — Ele mesmo se corrigiu — E se não se importa, o senhor tem belas pernas. Deveria aproveita-las melhor.

Gabrielly gargalhou, enquanto eu piscava, perplexo. Eu acabei de ser zoado pelo motorista.

Scott saiu da cozinha, me deixando sozinho com Gabrielly. Dei de ombros e iniciei a caçada, procurando uma panela pelos armários da cozinha.

Abri o armário ao lado do fogão - já era o terceiro que eu abria -, finalmente encontrando as panelas, empilhadas cada qual com a sua peça, uma dentro da outra. Peguei uma panela pequena e fechei o armário, seguindo para outro armário - que eu já abrira antes - e pegando os ingredientes necessários para o brigadeiro que Gabrielly tanto queria.

— Aqui estão as malas. — Scott chegou segundos depois que eu desliguei o fogo, deixando o brigadeiro pronto sobre o balcão.

Ele deixou as três malas sobre o chão, a poucos centímetros de mim, e me olhou sorrindo, orgulhoso pela tarefa cumprida.

— Obrigado. — Agradeci —Agora se não se importa, eu gostaria que você ficasse do outro lado do balcão, junto com a Gabrielly.

Scott olhou para Gabrielly e depois me olhou confuso. Indiquei o balcão com o dedo, e ele foi sem pedir explicações.

Abri a menor das três malas, onde eu guardei minhas meias e minhas cuecas e puxei uma qualquer, escondendo parte do meu corpo atrás do balcão e vestindo a cueca.

Respirei fundo ao terminar, me sentindo bem mais confortável do que antes. Ficar sem roupa íntima com seu corpo protegido apenas por uma camisa grande e larga não era bem o que eu chamaria de agradável.

— Muito bem, agora podemos comer. — Falei pegando a panela do balcão e uma colher que Gabrielly havia separado — Sinta-se convidado a se juntar à nós, Scott.

— Me desculpe Scott... — Gabrielly disse puxando meu ombro e me arrastando em direção ao salão principal — Isso é coisa de melhores amigos. Ele acabou de perder o namorado pra uma brasileira de peitos enormes. Tá super deprimido. Nós vamos ver filmes de comédia romântica, ele vai se entupir de doce, e aí vai chorar... Não é o tipo de coisa que você gostaria de testemunhar.

— Tudo bem. — Scott sorriu — Eu já dizer que daqui a pouco vou buscar o senhor Parnell. Não posso perder o horário.

Gabrielly sorriu,agradecendo a compreensão de Scott.

— Como você sabe que ela é peituda? — Perguntei sem muito interesse na resposta da minha melhor amiga.

— Eu supus. — Gabrielly também respondeu como se fosse algo sem necessidade, ainda me arrastando, apressada.

— E porque ela tem que ser peituda? — Perguntei completamente indignado enquanto ela me arrastava escada acima — Que tipo de melhor amiga é você?

— O tipo realista. — Ela disse quando já estávamos no segundo andar — Ele não pode ser tão burro assim. Quer dizer, ele ficou com um monstro horroroso durante três anos — Ela se referia à mim — Eu me recuso a acreditar que ele tenha te traído com uma garota sem peito. Eu tenho certeza que ela é peituda.

Revirei os olhos e passei na frente de Gabrielly, entrando no quarto antes dela. Peguei o controle da tv sobre uma cômoda branca, localizada abaixo do suporte onde uma tv enorme estava pendurada.

— Vamos mesmo ver comédia romântica? — Perguntei torcendo para que Gabrielly dissesse não.

— Sim senhor! — Ela disse rude, pulando na cama de casal e se cobrindo com o edredom azul-bebê — E não me venha com esses seus filmes ruins e que mais ninguém conhece não, nunca vi um romance gay quebrar recordes de bilheteria nem ser best-seller no New York Times.

— Adorei o seu discurso homofóbico. — Revirei os olhos e joguei o controle para Gabrielly, deixando que ela escolhesse o filme.

— Homofóbica? Amor, quando você fala em fobia remete a medo, e eu não sinto medo de você. De você eu sinto pena. E os tais "homofóbicos" — Ela fez aspas com os dedos — São idiotas. Não têm medo de vocês, têm medo de se descobrirem gays.

— Que discurso bonito. — Falei indo para a cama e me deitando ao lado de Gabrielly, entregando a panela na sua mão — Quanto tempo você ficou formulando essa fala?

— Vai se foder! — Gabrielly disse pressionando um travesseiro contra o meu rosto.

Peguei o travesseiro e o joguei para o lado, me ajeitando no meu lugar. Deitei sobre o ombro de Gabrielly enquanto a observava passar filme por filme.

— E então... — Perguntei curioso, lembrando do dia em que eu e Robert assistimos à Cuatro Lunas. O mesmo dia em que eu recebi a notícia da morte de mamãe. Senti minha garganta se fechar e o choro crescer no peito, mas não me deixei vencer. — Qual vai ser o filme? — Perguntei com a voz controlada.

— Um clássico! Um Amor Para Recordar. Todo mundo chora com esse filme, é impossível não chorar. — Gabrielly nem notou a minha situação, e eu não sabia se era porque ela estava concentrada demais em achar o filme ou se ela simplesmente não estava nem aí. Ambas as opções eram fortemente possíveis. E eu não me importava. Eu não queria que ela notasse.

Gabrielly iniciou o filme, e eu deixei que apenas o barulho da tv se sobressaísse ao silêncio. Eu já havia visto aquele filme várias vezes, mas ouvia atentamente cada fala, prestava atenção em cada detalhe, e notava cada referência que indicava o que viria a seguir. E quando a Jamie diz "prometa que não vai se apaixonar por mim", eu já estava chorando. Robert deveria ter dito isso quando nos conhecemos. Ele deveria ter dito que não seria fácil quando começamos a namorar. E ele deveria ter dito que não era pra sempre quando começamos a fazer planos para o futuro, e falar de casamento, e filhos adotivos...

•••FLASHBACK ON•••

Eu tinha apenas doze anos de idade quando nos conhecemos. Ele estava sentado na mesa de trás, mas a verdade é que ele não deveria estar na turma de espanhol para principiantes.

— Hey... — O garoto novo sussurrou, cutucando minhas costas com a ponta do lápis. — Você pode me emprestar uma folha do seu caderno? Sabe como é, primeiro dia de aula, eu estava um pouco ansioso, acabei esquecendo o caderno e as apostilas na escrivaninha do meu quarto.

Ele falava demais, e aquilo me irritava no começo. Ele nem me conhecia e já estava contando sobre como ele estava ansioso para vir a uma aula chata com um professor que sabia espanhol tão bem quanto um recém-nascido.

Respirei fundo e virei a folha, arrancando uma bruscamente do caderno. Me virei para trás e olhei para o novato como quem diz "fale menos da sua vida para desconhecidos" e coloquei a folha sobre a sua mesa.

Eu estava no início da fase que eu chamo de "realidade". Foi bem a época em que eu me dei conta de que meu pai não voltaria para o Brasil para ficar comigo e com mamãe. Quando eu parei de atender as suas ligações e comecei a ignorar as mensagens que ele me mandava diariamente.

— Obrigado. — Ele sorriu, exibindo seus dentes brancos — Vou tentar não esquecer o material amanhã.

— Eu ouvi alguém falando português? — O professor de barba branca e barriga imensa perguntou irritado, lançando um olhar mortal para Robert e eu. Era um papai noel nada agradável.

— Me desculpe! — O novato murmurou envergonhado com os olhares curiosos sobre ele — Eu só estava pedindo uma folha, por que eu esqueci o meu material em casa.

O professor murmurou alguma coisa em espanhol, que na época eu não soube dizer o que era. Talbex fosse um palavrão. Ele tinha cara de quem falava palavrões em outras línguas só para não ser demitido.

(...)

A aula acabou, e eu me apressei em enfiar meu material na bolsa de qualquer jeito. Mamãe me levaria para um circo que estava de passagem na cidade, e eu não queria me atrasar.

— Ou! — O novato chamou, mas eu o ignorei. Coloquei as coisas na bolsa e saí andando com pressa, sem nem me preocupar em fechar o zíper. — Espera! — Ele disse ofegante, e por mais rápido que eu andassem, sua voz parecia estar cada vez mais próxima, indicando que ele estava vindo atrás de mim — Você esqueceu o seu celular!

Parei no mesmo instante, apalpando os bolsos do jeans, atrás do meu Nokia. Senti um caroço no bolso dianteiro, indicando que meu celular estava lá.

Dei um giro de 180 graus, olhando indignado para o garoto loiro que agora estava a menos de cinco passos de mim.

— Nossa... Você está com pressa. — Ele disse sorrindo, parando à minha frente — Se não te conhecesse, até diria que você estava fugindo de mim.

— Você não me conhece. — Falei.

— Detalhes. — Ele deu de ombros — Eu só vim devolver a folha que você me emprestou. Meu nome é Robert.

Eu o olhava como se ele fosse uma espécie de alienígena. Quando ele pediu a folha emprestada, eu não imaginei que ele iria me devolver. Ninguém devolve uma folha com anotações que por sinal eu já tinha no meu caderno.

Robert estendeu a folha pra mim, e eu a peguei. Ele com certeza iria prolongar a conversa se eu negasse, então decidi entrar no jogo dele e fingir que eu também era anormal.

Me virei e voltei a andar, agora sem muita pressa, mas ainda pensando que poderia me atrasar para sair com mamãe.

— Você não me disse seu nome! — Robert gritou, mas eu o ignorei novamente, soltando uma risada divertida.

Cheguei ao estacionamento, onde mamãe esperava com o carro ligado em ponto morto. Joguei minha bolsa no banco traseiro e sentei no banco do carona, recebendo um beijo de mamãe.

Olhei para a folha em minha mão, admirando a letra cursiva do novato. Robert tinha uma letra muito bonita. Olhei o verso da folha, e um retângulo desenhado com caneta vermelha chamou a minha atenção. Dentro do retângulo havia uma pequena frase, que parecia até idiota quando lida pelo garoto heterossexual que eu era na época. "Adorei os seus olhos. Você quer trocar pelos meus?"

(...)

Nós éramos o melhor trio que a história da humanidade já havia visto. Os três mosqueteiros não eram nada aos pés de Gabrielly, Robert e eu. Éramos inseparáveis.

Às vezes rolava ciúme da parte de Gabrielly, por Robert ser um garoto, e consequentemente termos conversas mais íntimas que não envolviam a minha melhor amiga.

Por ser consideravelmente mais velho, Robert sempre me falava duas suas experiências, me preparando para as minhas. Ele tinha 18 anos, e uma vida sexual agitada que envolviam tanto garotas quanto garotos. E ele me contava tudo.

Particularmente, e eu ainda estava descobrindo o motivo, eu me interessava mais pelas histórias dele com outros garotos do que com as garotas. Eram sempre mais excitantes, com situações que pareciam quase impossíveis e em lugares variados. No banheiro da balada, no táxi, em lugares variados da casa, com pessoas que ninguém jamais imaginária. Primos, amigos, colegas de trabalho, e até mesmo pessoas completamente desconhecidas.

Mas ao mesmo tempo que me excitava, também causava uma dor pequena no peito. Era como se uma agulha desse leves pontadas no meu coração, e às vezes me dava vontade de chorar.

— E não é estranho beijar outro garoto? — Eu finalmente tive coragem de perguntar, sem me importar se eu daria a entender que eu sentia vontade de experimentar.

— Quando você não está familiarizado com isso, sim. — Robert deu de ombros — Mas particularmente, na minha opinião, beijar garotos é muito melhor.

— E o que os seus pais acham disso? — Perguntei pendendo a cabeça para o lado e erguendo a sobrancelha. — Eles parecem ser tão rudes.

— Meus pais nunca reclamam disso não. — Ele riu — Teve uma vez que eles até perguntaram se a gente tava namorando.

— Ah é? — Forcei uma risada, imaginando como seria namorar com um dos meus melhores amigos. — E o que você disse?

— Disse que você não é meu namorado né, poxa! — Ele riu outra vez — Seria mancada. Aí eles perguntaram porque eu não pedia você em namoro, que a gente era um casal muito bonito. Aí eu falei né, que eu super respeito sua mãe, e que você também é muito novinho.

— Ah sim... — Assenti, fazendo uma pausa — Quer dizer que se você não respeitasse a minha mãe e eu não fosse tão novo você me pediria em namoro?

— Ih, qual é! — Robert gargalhou — Até parece que você quer que eu peça você em namoro.

— Sai dessa! — Bati meu ombro no braço de Robert, fazendo ele pender para o lado — Eu nem sei se gosto de beijar garotos.

— Então vamos descobrir isso agora. — Robert disse, virando de frente pra mim.

— Cai fora!

— Eu tô falando sério, poxa. — Ele se aproximou, esbarrando seu joelho no meu — Se você for ver bem, eu sou o seu melhor amigo, nada mais justo do que eu te ajudar com essa questão.

Fiquei em silêncio, sem saber como argumentar com Robert. Ele era o meu melhor amigo. Nossa amizade não acabaria por causa de um beijo, independente se fosse bom ou não.

Robert aproximou seu rosto do meu, e sem fazer cerimônia colou nossas bocas. Sua língua tentava abrir espaço, mas algo em mim tentava resistir ao beijo. E se nossa amizade acabasse? E se eu não gostasse? Pior ainda: e seu gostasse do beijo? E se eu quisesse beijar Robert mais vezes?

Robert colocou meu rosto entre suas mãos quentes, e pouco a pouco eu cedi. Dei espaço para a língua de Robert invadir a minha boca pequena e quase sem experiência na arte de beijar.

(...)

Eu não sabia como lidar com uma situação dessas. Ainda que eu odiasse o meu, eu não me imaginava indo ao velório dele. Quem dirá ao velório do meu pai e da minha mãe ao mesmo tempo. E era por isso que Robert estava passando nesse momento.

Seus pais foram baleados em um assalto onde eles se recusaram a sair do carro. Consequência: os assaltantes balearam o carro com um fuzil, matando o pai e a mãe de Robert. E ele estava inconsolável. Entre nós, mesmo depois do beijo há quase um ano atrás, tudo parecia normal. Mas só parecia.

Eu estava apaixonado por Robert, e por isso o evitava. Não queria que ele me contasse como foi que ele beijou o primo, ou qual foram as posições que eles usaram na cama. Aquelas pontadas que eu sentia no coração, eu havia descoberto recentemente que era ciúme. E como eu poderia contar isso a ele? Jugamos que não íamos mudar a nossa amizade por causa daquele beijo. E eu, sem saída alguma, tive que quebrar o juramento.

— Que bom que você está aqui. — Ele disse com voz de choro, me abraçando em seguida.

— Eu não podia deixar de vir. — Disse de cabeça baixa — Você é o meu melhor amigo.

— Você não foi na minha festa de dezenove anos. — Ele falou sem se preocupar em esconder o ressentimento na sua doce voz.

— Você não foi na minha de quinze. — Murmurei.

— Porque eu tava com ciúme. — Robert declarou, me pegando de surpresa — Você tava ficando com o garoto lá da sua escola, e tava rolando um boato de que vocês tinham até transado já. Eu que não queria ver você por aí com aquele garoto exibido que mal criou pelo no saco.

— Nós não transamos! — Rebati alto demais, fazendo com que boa parte dos parentes dele nos olhassem curiosos — Nós não transamos. — Sussurrei.

— Tanto faz. — Robert deu de ombros. — Você não atende as minhas ligações nem retorna. Você quase não manda mais mensagens, e quando manda são sempre de bom dia, boa tarde e boa noite. Eu não ficaria surpreso se você não aparecesse no enterro dos meus pais.

— Eu tava com medo.

— Medo de que?

— De não conseguir falar que eu tô gostando de você. E de falar e ser rejeitado. — Falei enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto — Eu tava tão preocupado em manter a nossa amizade, que era eu quem estava acabando com ela.

— Eu não quero mais ser seu amigo, Ethan. — Robert falou sério, me olhando profundamente — Eu tô cansado, pra mim já deu.

Assenti ainda chorando, sem saber o que responder. O que eu poderia fazer? E mesmo que eu pudesse fazer algo, eu não sei se faria. Foi eu quem o afastei de mim. Seria egoísmo pedir para que ele ficasse.

— Okay. — Falei engolindo o choro e baixando a cabeça — Eu te entendo.

— Entende? — Robert disse procurando meus olhos — Então você entende que eu quero ser muito mais que seu amigo? Que só isso não é suficiente pra mim, e que eu quero muito mais que simples abraços?

Assenti e sorri, o abraçando com força. Eu teria beijado ele se não estivéssemos no meio de tanta gente, e se mamãe não estivesse nos olhando também. Mas aquele abraço valeu.

•FLASHBACK OFF•

Abri meus olhos bruscamente, notando que eu havia cochilado durante o filme. Olhei para Gabrielly, que dormia suavemente, virada de frente para mim. Ela provavelmente pegou no sono antes de mim.

Senti meu braço dormente, e então percebi que Gabrielly estava deitada sobre ele. Tentei mechê-lo discretamente sem acordar a minha amiga, mas não obtive sucesso.

Gabrielly murmurou alguma coisa incompreensível, abrindo os olhos lentamente. Ela bocejou e fechou os olhos por um segundo, então os abriu e me fitou, ainda com cara de sono.

— Você parece uma doida chapada. — Zombei de Gabrielly e dei uma risada divertida, seguida de um bocejo preguiçoso.

— E você parece um anjo. Com esses olhos azuis lindos e essa pele que se assemelha a de um fantasma. — Ela murmurou, levando a mão ao meu rosto e o acariciando gentilmente — É pecado sentir vontade de beijar um anjo?

Eu não tive tempo de responder, ou de reagir. Antes que eu tivesse a oportunidade de raciocinar, Gabrielly já estava com os seus lábios carnudos pressionando os meus, me prendendo entre a cama e o seu corpo.

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GENTE, o capítulo não chegou a 5 comentários como eu havia proposto, mas como eu sou uma pessoa maravilhosa, eu vou liberar um dos personagens........

Muito bem.... DIANNA AGRON (conhecida por interpretar Quinn Ferbray na série musical da Fox, Glee) foi a atriz escolhida para representar a....... GABRIELLY WILLIAMS.

Para saber quem são os outros representantes dos outros personagens, fiquem de olho no twitter @historiadorbr, porque amanhã eu vou postar TODOS!!!

Então é isso, obrigado por tudo. Beijos no coração.

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Tchau gente.

Papai ama vocês.

FUI!

Comentários

Há 3 comentários.

Por amantedalua em 2016-08-31 12:38:01
não faz isso comigo por favor vc ta acabando com meu coração vc sempre começa uma serie super foda e nos deixa .... não faça isso não cara por favor volta com a serie please ......... amo sua series ❤️❤️❤️
Por ®red® em 2016-08-07 17:36:24
p.s escrevi comentários em todos os outros textos. se quiser da uma lida. mas não precisa responde los Lindão. bjks
Por ®red® em 2016-08-07 11:44:46
Voltei!! não te abandonei não Lindão (COF..COF... mintira... COF ..cof.)talvez um pouquinho. a vida meio que indoidou aqui no estranho estado do Ceará. e eu entrei na dança do aedes. sabe cume. o texto ta incrível. e tem tumulto no recinto no próximo capitulo. pelo menos e o que eu acho. não fique aflito por poucos coments eu te disse como eu era e tau como eu muitos decidem se gostam da trama para depois comentar. mais o texto ta muito bom. Bjn