1X07 A Vingança de Samuel

Conto de Gojimmy como (Seguir)

Parte da série Os Segredos de Mountainville

Bernardo - o que devo a sua ilustre visita ?

Augusto - eu vim pessoalmente para você se vangloriar na minha face. Admito que é uma nela casa.

Bernardo - obrigado, eu mesmo mandei fazer desse jeito.

Augusto - sabe... é admirável a sua coragem de me enfrentar. Todos que entraram em meu caminho ao longo da minha vida, foram pisoteados e serviram como base para construir o meu império, você só vai ser mais um deles.

Bernardo - bem, creio que eram inimigos fracos pois o seu império me parece estar ruindo.

Augusto - graças a você.

Bernardo - ah não... graças aos seus erros, seus crimes e mentiras. Você cavou a cova em que você e sua família vão ser enterrados.

Augusto - você vai se arrepender... E eu não estou falando de batalhas na justiça.

Bernardo - eu não tenho medo das suas ameaças.

Augusto - deveria, você não sabe do que eu sou capaz... e do que eu vou ser capaz.

Danilo aparece e vem descendo as escadas até chegar na sala.

Augusto - então é isso. Meu próprio filho agora é amigo do meu maior inimigo.

Danilo - agora não... eu sou amigo seu tem um tempo né Ben ?

Bernardo - tem.. acho que uns três meses ?

Danilo - é um pouco menos eu diria..

Augusto - CHEGA !

Bernardo - ei ei... abaixa o seu tom voz porque aqui não é a mansão Genom. E eu também cansei de olha pra essa sua cara, fora.

Augusto - se preparem

Ele sai e eu mesmo fecho a porta.

Bernardo - seu pai é chato.

Danilo - ele só faz ameaçar. Podia cumprir alguma coisa pra vida ficar mais emocionante.

Bernardo - vira essa boca pra lá. Vamos dormir.

Eu subi com e fui para o meu quarto. Assim que entrei o Raphael estava dormindo e eu me deitei ao lado dele e dei um beijo nas suas costas que o fez acordar.

Bernardo - tava fingindo né safado ? (risos)

Raphael - (risos) não, você me acordou.

Bernardo - desculpa.

Raphael - tudo bem. Só que agora eu fiquei sem sono.

Bernardo - e... ?

Raphael - e eu preciso ficar cansado pra poder ficar com sono de novo.

Bernardo - já até sei onde isso termina.

Raphael - então tira essa roupa logo.

Bernardo - vem tirar gostoso.

Ele sobe em cima de mim e nós ficamos rindo entre beijos e ele tirando minha roupa. O Raphael me faz o cara mais feliz desse mundo, nossa, eu nunca devia ter ficado longe dele.

No outro dia eu e ele acordamos tarde e eu desci com ele para o café. Danilo e Samuel estavam a mesa conversando.

Bernardo - meu pai ?

Samuel - saiu cedo. Eu nunca vi ele tão feliz.

Danilo - estávamos conversando sobre o caso hospital.

Samuel - irmão, mais do que uma vingança minha a gente precisa fazer alguma coisa antes que alguém morra lá.

Danilo - o que você acha que precisamos fazer ?

Samuel - basta uma denúncia.

Raphael - mas se o prefeito está no meio vai ser difícil conseguir.

Bernardo - não vai não. Eu vou lá no gabinete do prefeito falar com ele.

Samuel - o cara é corrupto, você acha que ele vai querer conversa ?

Bernardo - se ele não sair fora ele vai cair junto, eu vou só avisar ele. Estou indo.

Raphael - você não vai sozinho.

Danilo - eu vou com ele.

Eu me arrumo e ponho um óculos escuro. Vamos até a garagem e entramos no meu carro nada humilde. Eu chego acelerando na frente da prefeitura e entro sozinho. Vou até a recepção e tenho uma surpresa.

Matheo - o que você tá fazendo aqui ?

Bernardo - hm.. nepotismo. Você trabalha aqui ?

Matheo - sim, você é cego ?

Bernardo - ai ai...

Matheo - o que você quer ?

Bernardo - vim falar com seu pai.

Matheo - você precisa marcar hora viadinho.

Eu chego perto do balcão e me debruço.

Bernardo - olha aqui eu vou falar bem baixinho só entre nós dois. Para de tentar me ofender falando da minha orientação amorosa, fica feio já que pelo visto você também tem essa orientação não é ?

Matheo - não sei do que você está falando.

Bernardo - ah não ? Raphael me largou pra ficar com você.

Matheo - o que ? ele fez isso ? onde ele está ?

Bernardo - (risos) ele não fez isso mas pela sua reação eu acabo de confirmar o que disse antes.

Matheo - DROGA !

Bernardo - calma cara... eu só te dou um conselho, segue sua vida. Pegar no meu pé não vai fazer você se aceitar e ser amado por alguém.

Ele fica me olhando e eu dou um sorriso.

Bernardo - ah e fica longe do meu namorado ok ?

Eu entro na sala e o prefeito me recepciona.

Vincente - como posso ajudar o mais novo milionário da cidade ?

Bernardo - eu vou direto ao assunto. Eu vim aqui falar sobre o hospital Genom.

Vicente - sim, do que se trata ?

Bernardo - eu recebi denúncias e queria que o senhor como prefeito tomasse algumas medidas pra sanar tudo.

Vicente - e eu vou ser mais direto ainda Você estaria disposto a colaborar com a prefeitura mais que o doutor Augusto colabora ?

Bernardo - estamos falando de valores ?

Vicente - creio que você entendeu.

Bernardo - eu imaginei que você não faria nada então vim dizer que no momento a denúncia está sendo feita e fiscais vão virar aquele hospital de pernas pro ar. Não vai dar tempo de você nem ligar pro seu amigo pra avisar ele.

Vicente - eu não vou permitir que isso...

Ele pega o telefone e eu ponho a mão em cima.

Bernardo - senhor prefeito, eu acho melhor o senhor não fazer nada ou vão descobrir que o senhor também está no meio disso tudo.

Vicente - você é um moleque maldito.

Bernardo - e você é o pior prefeito que essa cidade já viu.

Eu coloco meu óculos e saio da sala. Passando pela recepção o Matheo está de cabeça baixa com os olhos cheios de lágrimas.

Bernardo - Matheo ? se precisar de ajuda pode me ligar.

Matheo - e por quê você me ajudaria ?

Bernardo - porque ninguém merece sofrer.

Eu saio da prefeitura e entro no meu carro.

Danilo - os fiscais estão a caminho do hospital e pelo visto agora meu pai vai em cana.

Bernardo - ótimo.

Voltamos para casa com a boa notícia de que depois da fiscalização acharam tanta porcaria que o hospital foi interditado e os pacientes movidos para outra unidade.

Raphael - como foi com o prefeito ?

Bernardo - pelo jeito ele não vai se meter, aquele ali só pensa no próprio umbigo.

Raphael - então vai dar tudo certo.

Danilo - as alianças da família Genom estão caindo.

Bernardo - essa é pelo Samuel.

Samuel - só vou ficar feliz quando o Augusto e o resto da família for presa.

Bernardo - Danilo ?

Danilo - os mandados foram expedidos mas o Augusto sumiu. Ele abandonou geral e deu no pé.

Samuel - e a Camila ?

Danilo - presa. Ela, minha mãe e outros funcionários. Eles vão ficar até o fim das investigações.

Samuel - ainda bem que o presídio fica bem longe daqui e eu não vou ver essa garota tão cedo.

Danilo - pena que o Augusto meteu o pé.

Raphael - não demora muito e vão achar ele. As contas bloqueadas, processos e com passaporte caçado ele não vai muito longe.

Samuel - enquanto isso eu vou me ocupar um pouco.

Bernardo - vai lá Sam.

Samuel esta arrasado porém agora um pouco mais aliviado de ter dado o troco. Ele sai e provavelmente vai trabalhar em uma das minhas empresas.

A tarde eu fui até a sacada da parte externa da minha casa admirar o por do sol no vale que fica em frente ao morro onde fica minha casa. Fico pensando em tudo que eu fiz nesses últimos meses e me sinto muito bem. Eu não me arrependo de nada pois minha mãe sofreu e eu fui privado da compania dela.

Raphael chega por trás e me abraça. Ele fica beijando meu pescoço.

Bernardo - que gostoso.

Raphael - gostou ? você tá tão quetinho aqui.

Bernardo - tô pensando.

Raphael - em que ?

Bernardo - bem louco o que nós fizemos né

Raphael - eu diria justo. A verdade apareceu e os culpados estão sendo punidos.

Bernardo - é, tá certo.

Raphael - você tá se sentindo errado por ter feito isso tudo ?

Bernardo - não mas... sabe, ter ficado rico com as fórmulas parece um pouco exagerado.

Raphael - se não fosse você ia ser outro. E olha quanta coisa legal você tá fazendo e projetando fazer. É melhor esse dinheiro com a gente do que na mão do Augusto. Ele ia continuar financiando mortes por aí.

Bernardo - você tá certo.

Raphael - para de pensar nisso.

Ele me agarra mais e continua me beijando.

Raphael - e tem mais...

Bernardo - o que ?

Ele tira alguma coisa do bolso e coloca na minha frente.

Bernardo - isso é o que eu tô pensando ?

Raphael - depende do que você tá pensando.

Ele abre a caixinha e tem duas alianças enormes dentro.

Raphael - quer casar comigo ?

Bernardo - nossa você é muito fofo !

Eu viro de frente pra ele e o beijo e abraço.

Bernardo - eu te amo muito.

Raphael - tá, mas responde.

Bernardo - é claro que sim !

A gente fica se beijando um tempo e depois subimos para o quarto e comemoramos do nosso jeito. No outro dia eu desci antes do Rapha e encontrei com meu pai no hall dos quartos e nós fomos descendo juntos para a sala de jantar.

Márcio - bom dia filho.

Bernardo - bom dia pai.

Márcio - que aliança bonita é essa no seu dedo ?

Bernardo - Raphael me pediu em casamento.

Márcio - isso é possível ?

Bernardo - como assim ?

Márcio - vocês casarem assim, sendo.. você sabe.

Bernardo - (risos) sim pai. Hoje em dia é permitido casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Márcio - a tá, menos mal né ?

Bernardo - sim (risos) Mas eu não vou casar com ele agora. Nós já estamos morando juntos e não acho necessário isso.

Márcio - entendi. Bem, faz o que você achar melhor.

Samuel - bom dia, bom dia.

Márcio - bom dia filho, tá com uma cara boa.

Samuel - eu tô feliz.

Bernardo - é pai, viu o que aconteceu ontem ?

Márcio - sim, vocês continuam atacando o Augusto.

Samuel - ele só tá pagando pelos próprios erros.

Bernardo - isso aí.

Danilo chega de fora, parecia ter acordado mais cedo e saído.

Danilo - oi gente.

Bernardo - oi. O que houve ?

Danilo - nada, eu só estava me interando da procura pelo meu pai.

Márcio - nada ainda ?

Danilo - ele consegui sumir.

Bernardo - deve estar no meio do mato.

Samuel - eu não duvido.

Danilo - eu desconfio que ele esteja na casa do prefeito. O Vicente deve muita coisa ao meu pai, eu não duvido ele ter cobrado isso.

Bernardo - ele não seria tão idiota.

Danilo - lá seria um lugar seguro. Pensa só, é a casa do prefeito.

Bernardo - mas o que a gente vai fazer ? denunciar sem ter provas ?

Danilo - não... a gente precisa investigar. Perguntar ao porteiro do prédio, sei lá.

Bernardo - gente, e o laboratório ?

Márcio - aquele lugar secreto foi desativado provavelmente.

Bernardo - eu vou lá dar uma olhada.

Márcio - ei ei ei, pode esquecer.

Bernardo - você não vai me impedir.

Márcio - eu sou seu pai.

Bernardo - eu sou maior de idade

Márcio - eu continuo sendo seu pai.

Danilo - podemos ir juntos. Eu você e o Raphael.

Raphael - eu o que ?

Ele estava chegando na sala sem camisa e bocejando.

Bernardo - com a cara toda amassada...

Raphael - meu beijo.

Danilo - estamos falando de ir dar uma sondada no laboratório. A gente acha que o Augusto pode estar escondido lá.

Raphael - vamos.

Samuel - eu vou também.

Márcio - não tô gostando nada dessa ideia.

Bernardo - relaxa pai.

Samuel - é pai, fica tranquilo.

Ficamos falando sobre como íamos nos aproximar sem sermos vistos. No mesmo dia de tarde eu recebi uma visita inesperada.

Bernardo - bem vindo.

Matheo - ual, sua casa é incrível.

Bernardo - obrigado. Senta aí.

Matheo - eu vim aqui porque fiquei pensando no que você me disse.

Bernardo - sim.

Matheo - e eu precisava conversar com alguém.

Bernardo - pode falar.

Matheo me contou um pouco sobre a vida dele e eu passei a entender o porque ele é tão amargo assim. A mãe morreu no parto dele e o pai nunca ligou muito pro cara. Deu de tudo mas negou amor e carinho. E ainda por cima o pai dele nem pode sonhar que ele é gay.

Bernardo - então cara, você primeiro precisa se aceitar como você é.

Matheo - é muito difícil.

Bernardo - não é não. Se eu te perguntar qual a sua orientação amorosa o que você responde ?

Matheo - eu.... não sei.

Bernardo - responde o que você sente.

Raphael vem descendo as escadas de sunga e o Matheo fica olhando. Raphael fica bravo ao ver.

Raphael - o que ele está fazendo aqui ?!?!

Comentários

Há 0 comentários.