Reecontros

Conto de Gojimmy como (Seguir)

Parte da série A vida de John.

Cheguei ao Brasil, estou ansioso e ao mesmo tempo com medo. Pousamos no aeroporto internacional do Rio de Janeiro e assim que somos liberados para sair do avião eu saio com bastante pressa, fico confuso, não sei pra onde ir. Confesso que devo estar engraçado aqui olhando para as placas parecendo um turista perdido. Eu destraído acabo esbarrando em alguém, tropeçando e caindo no chão.

Bruno - hey, você está bem ?..... pera aí, John ?!? É você ?

John - Bruno !!!

Obrigado vida, a melhor coisa que poderia me acontecer aqui nesse aeroporto lotado, encontrar meu melhor amigo. Ele me levanta e começa a chorar, me abraça tão forte que posso sentir meus ossos estalando. Não me lembro dele ser tão forte assim e.... John, concentre -se.

Bruno - eu morri de medo de nunca mais te ver. Estava com muitas saudades.

John - é, aconteceu bastante coisa comigo nos últimos anos.

Bruno - você vai me falar tudo, mas vamos, vamos pra casa meu carro esta no estacionamento.

John - você sabe onde eu vou morar ?

Bruno - sim, eu moro na casa do lado.

John - entendi.

Bruno - to tão feliz que você está aqui J.

Caramba, por uma momento eu tinha esquecido que o Bruno era aquele típico amigo fofo, ele me chamava assim desde que tínhamos uns 7 anos. E ver ele fazendo isso de novo me emocionou.

Entramos em seu carro e eu ja começo a estranhar pois a família do Bruno era uma família comum de classe média não acho que eles teriam grana pra comprar um carrão desses pra ele, mas enfim, nós saimos do aeroporto e seguimos conversando.

John - gostei do carro.

Bruno - peguei tem alguns meses. Sei que você deve estar estranhando mas tudo vai ser um pouco estranho pra você agora.

John - por que ?

Bruno - vou te contar uma história. Depois que seus pais se separam e você foi embora com ele, provavelmente logo depois que ele te mandou pro internato, seu pai colocou inúmeros processos contra sua mãe, com provas forjadas e alguns fizeram ela ser condenada e perder quase tudo.

Cada frase que o Bruno falava me fazia ter mais repugnância do Ricardo. Ele realmente queria destruir minha mãe. Ele me falou de todo o sofrimento que foi causado e que ela e minha irmã chegaram a morar com ele e os pais.

Bruno -... aí depois de alguns anos sua mãe com excelentes ideias construiu uma grande empresa junto com meus pais, e hoje nós trabalhamos todos juntos e conseguimos chegar onde chegamos.

Eu fico parado olhando pela janela do carro sem dizer nada.

Bruno - J, sua mãe tentou de todas as formas de tirar de lá, eu estava com ela nisso, até sugeri alguns formas diferentes tipo sequestro mas ela não queria mais problemas com a justiça dos Estados Unidos.

John - você continua conseguindo saber o que eu penso, não é ?

Bruno - temos uma ligação que não morre não é mesmo ?

Ele me estende a mão e eu a pego então damos um sorriso um para o outro. Chegando no bairro onde eu vou morar eu fico bem impressionado. Não era o mais chique ou mais caro do Rio mas mesmo assim era um bairro pra poucos. Entramos em um condomínio próximo a praia e paramos na frente de uma casa linda toda branca com pilares em uma pequena varanda na frente da porta principal. Não tinha muros em nenhuma das casas.

Bruno - essa é a sua e aquela e a minha. Vamos, sua mãe não sabe que você esta comigo vamos fazer surpresa.

Entramos pela porta da frente e eu fiquei parado admirando toda a decoração bem feita e toda grandiosidade da casa onde eu ia morar. Uma mulher desce as escadas e quando me vê fica paralisada.

Bruno - achei perdido no aeroporto.

Sarah - MEU MENINO !!!!

Ela desce as escadas correndo e me abraça. Meu mundo para naquele momento, eu não queria estar em outro lugar. Nós começamos a chorar e ela me agarra mais, não existe lugar melhor nesse mundo do que dentro dos braços de sua mãe. Ela me solta um pouco e fica passando as mãos no meu rosto como se quisesse ver e tocar pra acreditar que finalmente eu estava ali.

Eu consigo ver uma menina loira descendo e chorando ao ver a cena, sim , era minha irmã Jennifer. Ela nos abraça e nós ficamos assim por quase cinco minutos.

Sarah - meu filho...

John - mãe...

Sarah - agora nossa família está completa. Do jeito que deveria ter sido desde o início.

Jenny - seja bem vindo de volta meu irmão.

John - eu amo vocês.

Sarah - Bruno, muito obrigado, eu ja estava louca não conseguia falar com a Madalena.

Bruno - eu só estava no lugar certo, na hora certa.

Eu caminho até ele e lhe dou um abraço.

John - obrigado

Bruno - não por isso. Vou em casa, mais tarde eu volto pra ver como você está.

John - ta.

Sarah - Bruno, hoje é um dia especial e temos que comemorar. Fala com seus pais, vamos dar um jantar.

Bruno - ok, até mais tarde.

Depois que o Bruno sai nós vamos abraçados pra sala de estar e começamos a conversar sobre tudo, novidades e esclarecimentos de tudo o que aconteceu e de tudo que acontece por aqui.

Jenny -... É isso, nós só temos contato com a imprensa de revista em ocasiões especiais.

John - é tudo muito novo.

Sarah - eu sei meu filho, você tem o tempo que precisar pra se adaptar a essa nova vida.

Um rapaz entra pela sala dando boa tarde e eu logo o reconheço.

Éramos muito amigos na escola.

John - Victor !

Victor - caramba, você chegou !

Jenny - desculpa amor, não deu tempo de te avisar.

John - amor ?!?

Jenny - nós estamos juntos desde o fim do ensino médio.

John - que lindo, não imagino alguém melhor pra você.

Ficamos batendo papo por alguns minutos até que o Victor que pelo jeito trabalhava na empresa da minha mãe a chama para resolver alguma questão da mesma.

Jenny fica me olhando com cara de sapeca.

John - eu conheço essa cara, fala.

Jenny - deixou alguém apaixonado lá nos EUA ?

John - era um internato só de meninos.

Ela fica me olhando com uma cara de " fala sério "

Jenny - desde quando isso foi problema pra você ?

John - para, eu não tive tempo pra isso.

Jenny - como eu senti sua falta.

John - eu também senti a sua. Você é a única que sabe dessas.... minhas... dúvidas. Eu até tive amigos mas nada como ter sua irmãzinha.

Eu fico abraçando ela e fazendo cócegas. O telefone dela toca, era uma mensagem.

Jenny - Bruno ta falando pra você ir lá, a tia Ruth quer ver você.

Eu saio da minha casa e vou em direção a casa do Bruno antes de subir as escadas até a porta eu percebo que tem um garoto, aparenta ser um pouco mais velho que eu no jardim de uma casa que fica de frente pra casa do Bruno. Uma casa bastante mal tratada e bem sinistra e o garoto é bem esquisito, ele não para de me olhar. Uma mão toca meu ombro e claro eu me assusto.

Bruno - oi !

John - ah ! Nossa é você.

Bruno - que foi ?

John - nada... eu só, quem é ele ?

Bruno - entra

Bruno fica sério e me puxa pra dentro.

Bruno - o nome dele é Max e ele é maluco. Fica longe dele tá ?

John - por que ?

Bruno - eu explico depois.

Ruth - Olá !!!!

Antes que eu fale " oi tia " ela me agarra e me espreme num abraço. Ela sempre foi assim, nem doida e super engraçada. Eu vou até a sala de jantar deles e a gente fica conversando e rindo bastante com a mãe do Bruno. O pai dele, tio Edson, chega logo em seguida e também me abraça. Os pais de Bruno são excelentes pessoas desde que eu me entendo por gente.

Depois de muita conversa nós saimos da casa do Bruno e fomos para a minha de volta. Jenny e Victor parece que estão se aprontando para sair.

Jenny - nós vamos no shopping.

Sarah - quero vocês aqui antes das 8 para o jantar.

John - vou com vocês.

Jenny - claro que vai, quando eu disse nós quis dizer os quatro. Você não acha que vai ficar com essa roupa aí pra sempre né ?

John - nem pensei nisso. Ta, vamos.

Sarah - calma aí, antes, John vem aqui comigo.

Minha mãe me leva até o segundo andar da casa e no fim do corredor ela abre uma porta.

Sarah - seu quarto.

John - caramba. É lindo.

Bruno - espero que cinza ainda seja sua cor preferida.

Sarah - eu pedi ajuda dele e da Jenny pra deixar do jeito que você gosta.

John - sim, eu amo essa cor. Obrigado !

Dou um abraço neles e descemos. Quando saimos da casa eu percebo que o tal Max está parado na janela da casa dele olhando em nossa direção enquanto todos entram no carro do Victor, eu paro e fico o encarando mas o Bruno abre a porta e pega no meu braço. Ele olha com a cara séria pro Max e depois nós entramos no carro.

John - o que foi isso ?

Bruno - nada.

Jenny - o maluco gostou do John.

Bruno - acha isso engraçado Jenny ?

Jenny - i... calma Bruno.

Victor - é cara, relaxa.

John - alguém pode me explicar o que ta acontecendo ?

Bruno - relaxa, só faz o que eu te falei.

Chegamos no shopping e eu entrei em várias lojas pois eu realmente não tinha uma peça de roupa então eu comprei logo tudo de uma vez. Andando entre uma loja e outra procurando os meninos encontramos uma " amiga " de Jenny.

Jenny - ai a Ana.

Ana - Olá amiga.

Jenny - oi Ana, tudo bem ?

Ana - quem é esse gatinho ? Prazer Ana.

John - sou John.

Jenny - meu irmão.

Ana - hm. A gente se vê por aí.

Jenny - tchauzinho.

Nós sentamos em um banco e esperamos eles chegarem.

Bruno - podemos ir ? São quase 8.

Jenny - encontramos a Ana Bru.

Bruno - te falei pra não falar nessa garota mais.

John - gosto quando vocês ficam de segredo, e olha que eu acabei de voltar.

Jenny - ela é ex do Bruno.

Bruno - sua amiga !

Jenny - amiga nada. Acontece que ela disse que estava grávida dele.

Bruno - mas eu nunca encostei nela, se é que você me entende.

Jenny - era de outro, mas ela acabou perdendo.

Bruno - meu namoro com ela foi só pra pararem de perguntar quando eu ia arrumar uma namorada.

Jenny - você também não é fácil.

Chegamos em casa e colocamos as bolsas no meu quarto, fomos para sala de jantar e estava tudo muito bom, com um cheiro maravilhoso. O jantar foi bastante divertido, rimos com a tia Ruth e mamãe contando histórias de quando eram jovens e bem loucas.

Depois de me despedir deles eu fui com Jenny para meu quarto arrumar meu armário. Victor chegou logo depois.

John - você viu aquela sacola que estavam com as jaquetas ?

Jenny - você não guardou ?

John - não, ah ficou no carro.

Victor - eu pego.

John - não precisa, me da a chave.

Eu pego a chave dele e desço até a rua, como toda rua de condomínio estava vazia aquela hora da noite. Abro a mala do carro e vejo a sacola no fundo do porta malas. Ouço alguns passos mas não vejo ninguém em volta, me debruço na mala do carro pra pegar a sacola e alguém fala comigo eu gelo.

Max - quer ajuda ?

Comentários

Há 2 comentários.

Por Gojimmy em 2017-06-28 11:39:58
Obrigado Edward, espero que continue gostando !
Por edward em 2017-06-27 22:44:28
Gostei muito! Vou acompanhar 😘😘