David, A banda e 3XLucas

Conto de GarotoComum como (Seguir)

Parte da série Epifanias

Não, a história não acabou. Sim, eu sou um idiota egoísta e as vezes ridículo por não ter escrito antes, mas acreditem, não tá fácil. Passei por tempos difíceis envolvendo um “crush” aí, minha família cobra as namoradas e eu preciso garantir meu futuro. Por isso venho aqui. Para fugir disso tudo e me concentrar em algo que eu mesmo criei e com muito orgulho digo que criei. É algo meu. Algo sincero. E eu compartilho isso com vocês. Por isso, obrigado por lerem.

Agora, respondendo aos comentários (de forma muito atrasada.... mas ok)

Salvatore: Fiz você esperar mais de um mês. Me desculpe mesmo. E sim...todos temos esse fetiche, acho que é pelo fato de querermos nos sentir protegidos ou protetores com o cara que gostamos. Eu tentei não deixar algo saliente. Apenas inocente e bonito, por isso eles só dormiram kkkk. Eu amo seu Adam também e estou esperando ansioso pelo próximo capítulo do seu conto. Por isso, continue sendo fofo e poste logo. Ah...quanto a minha escrita..obrigado, Tore Tore <3 tentando melhorá-la. Abraços, moço.

Jehh_alvez: Pior que durante a série será perceptível o que o álcool em excesso pode causar nas pessoas. Eles são fofo não são? Hauhauhauha...quanto Karina: não sei. Será? Vamos ver. Abraços, cara. Continue comentando. Gosto dos seus comentários. Bjão!

BielBock: Eu gostei muito de escrever sobre os dois dormindo na mesma cama enquanto Adam cantava para Edu. Eles ficam lindos assim. Mas ainda há muitos acontecimentos para que a história deles vingue. Obrigado por gostar da minha narrativa rsrs. Quanto ao Rick: iremos descobrir sobre o que ele tem falado e sobre como tem se portado. Logo logo chegaremos a uma conclusão. Gostei muito de você ter me chamado de “Andy” hahahahaa...só não vai me denunciar chamando-me pelo meu verdadeiro nome hein haha.. abraços. P.s: quanto ao último comentário. Tudo bem, mano. Se um dia desejar estar por aqui de novo eu ficaria muito feliz. Goto dos seus comentários e das nossas antigas conversas. Abraços!

Disturbia: Você ouviu Let it be!! Que top! que lindo! Fico tão feliz por você ter gostado e ainda mais feliz por ter gostado da minha escrita. Sério, muitíssimo obrigado. Eu também quero que os dois fiquem jutos, mas só o tempo e a minha cuca dirão. E nossa, fico muito feliz por ter te deixado feliz. É um dos meus objetivos. Abraços! E continue comentando ^^

Leitor: Está aqui!!! hauhauahuaha...desculpa por isso. Que bom encontrar seus comentários por aqui. E não...não achei que fosse uma doença degenerativa ou algo do tipo huahauha...Abraços!! continua por aqui. Gosto de ti hehe..

- E você que só lê e não comenta...comente!! haahuhauhaua..quero te conhecer, saber o que você pensa e o que está achando de tudo. Espero por você hein! Abraços

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E AGORA MAIS UM CAPÍTULO DA SÉRIE!

Capítulo 17: David, A banda e 3xLucas

Você já se imaginou acordando ao lado que quem um dia já amou muito? Não que eu não sinta mais nada, mas é diferente. Pois é, eu acordei com Eduardo ali encima do meu peito, dormindo profundamente. Não vou dizer que como um anjo, ou que até dormindo ele era lindo. Para mim estava tudo bem normal, Eduardo era simplesmente um humano, não gostava de idealizá-lo como muitos adolescentes de minha idade. De qualquer forma era bom estar ali, eu senti o quão próximo eu estava do meu amigo e apesar de não estarmos juntos como namorados, estaríamos juntos como grandes amigos. Eu não poderia estar mais satisfeito com isso.

Meus olhos ainda ardiam pelo sol que adentrava a janela. Cocei-os com cuidado para não acordar Eduardo, ele se mexeu um pouco mas não acordou, provavelmente pela noite passada, exaustiva. Eu sorri por não saber ao certo como me levantar sem acordá-lo, mas fui me empurrando para o lado bem devagar até que desci da cama triunfante. Ele ainda balbuciou algumas palavras com a voz embargada como “já acordou” ou “que horas são?” mas eu disse a ele para dormir mais. Ele nem precisou implorar para continuar dormindo. Deveria estar realmente cansado. Eu desci até a cozinha onde minha flor preparava o café. Beijei-a, e me propus a ajudá-la durante o preparo.

- Eduardo dormiu aqui não é Adam? - ela me surpreendeu com essa pergunta de cara.

- Como você sabe? Eu já ia te contar. Juro.

- Primeiro, eu vi os sapatos dele perto da porta – sim, ela sempre foi de reparar bem nas coisas das pessoas – então fui procurá-lo no quarto de hóspedes e não encontrei ninguém. Obviamente, fui ao seu quarto esperando encontrá-lo dormindo no chão mas não foi o que eu encontrei – ela me encarou – só encontrei o meu neto, que tem namorado, deitado na mesmo cama que seu amigo acariciando o cabelo do seu amigo.

-Vó..

- Não, Adam. O Ricardo é um bom menino, você não pode fazer isso com ele. E outra, se aconteceu alguma coisa naquela cama, eu tenho que te dize que...

- Vó, não aconteceu nada. Eu juro. E para tudo tem uma explicação. Sente-se. Preciso explicar toda a história.

Então eu contei tudo a ela enquanto me ouvia atentamente.

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- Que vadia! Que idiota!

- Vó. Calma. Não grite. Ele ainda está lá em cima

- Como é que um pai pode fazer isso com um garoto tão novo, Adam? É filho dele. Eu não aceito esse tipo de coisa. Quem é ele? Me dá o endereço desse senhor que eu vou lá agora mesmo.

- Calma vó, calma. A senhora tem que entender que não deve ser fácil pra ele também né? É obvio que ele está errado mas..será que ele não precisa de um tempo?

- Tempo é o escambau...eu vou é mostrar o tempo que ele tanto quer, com a minha panela goela abaixo desse moço.

Eu não pude fazer muito, senão rir um pouco da situação. O lado valente da minha flor é muito, muito engraçado. Ela começa a se armar quando segura sua panela de pressão e o rolo de amassar pão. Uma vez um garoto me bateu na escola por que eu ganhei um papel que ele queria em um musical. Quando ela soube foi até a escola “armada” desse jeito para me defender. No fim das contas nada de mais aconteceu e depois disso me colocaram em uma arte marcial para saber me defender sozinho. De qualquer forma eu sempre soube que minha avó era meio que uma defensora dos incapazes e oprimidos (hauhauahauha) e que se alguém precisasse ela estaria ali com sua panela e seu rolo de amassar pão.

Enquanto eu a acalmava e aprontava a mesa para o café Eduardo chegou a cozinha com a cara ainda inchada.

- Bom dia, dona Rosa.

- Ô meu filho querido – ela o abraçou carinhosamente – pode parar de me chamar de dona. Me chame de tia se quiser, meu anjo. Dormiu bem? Tá com fome? Tá magrinho. Eu já soube o que aquele retardado, infantil e burro do seu pai fez e eu vou...

- Vó!

- Que foi Adam? Eu só estava...

- Não...por favor...pare. Melhor. - eu sorria constrangido enquanto Eduardo sorria.

- Tia Rosa – ele segurou em seus ombros enquanto olhava em seus olhos – eu quero te agradecer muito por isso. Não sabia que poderia considerar outra família como sendo parte da minha. Obrigado mesmo. - e eles se abraçaram.

- Mas você sabe né meu filho...se precisar de umas paneladas chama a tia aqui. E dou um jeito – eles riram e se abraçaram. Depois minha avó foi colocar o café nas xícaras enquanto Eduardo aproximou-se de mim.

- E você hein...ficou ai..parado. - disse ele quase que em sussurro – obrigado pela noite.

- E você? Tá se sentindo melhor? Eu só queria que ficasse bem, eu..eu. - e ele beijou em minha testa tão rápido que no momento eu me assustei. Ele se afastou e olhou em meus olhos (como de costume) deixando-me com vergonha.

- Obrigado por tudo.

- Imagina. Vem cá. - para nós parecia que estávamos sozinhos enquanto nos abraçávamos por alguns (muitos) segundos. Até que ouvimos o “ham ham” da senhora que estava o tempo todo ali nos observando.

- Hora do café – ela nos olhava com os olhos semicerrados – meninos.

Naquele café manhã eu tentei deixar Eduardo leve. Há tanto o que se preocupar mas era algo que ele precisava enfrentar de forma madura, primeiramente refletindo sobre o que fazer e como fazer. Muitas vezes tomamos atitudes tão precipitadas por não planejarmos nada e acabamos nos arrependendo lá na frente. Não queria que isso acontecesse com meu amigo.

- Vou na sua casa hoje, ok?

- Pra quê? Posso comprar roupas novas. Meu pai pode ter me expulsado de casa mas não pode me impedir de comprar com o cartão que minha mãe banca.

- Mesmo assim. Eu quero ir. Vou falar com seu pai

- Tá maluco? Eu não permito.

- Desculpa pela grosseria, mas...eu não pedi sua permissão. E de qualquer jeito você não manda em mim então eu vou até a sua casa sim e falarei com seu pai sim senhor, você querendo, permitindo ou não. Será que eu fui claro?

- ok..- disse ele rendido. Se tem uma coisa que dificilmente eu faço, mas quando faço, tenho êxito é de fazer as pessoas tomarem uma decisão contra a sua vontade. Sim...eu sempre consigo.

- Então vou me aprontar. Você fica aqui com minha flor. E cuida dela hein.

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Lá estava eu na frente da porta da casa de Eduardo notadamente apreensivo por estar naquela situação. Eu nem o conhecia, mas algo eu deveria fazer. Como sou bom com pessoas, achei que poderia dar certo. Toquei a campainha e um homem de aproximadamente 38 anos veio me atender. Se eu o visse na rua provavelmente desconfiaria que é o pai do Edu. Era um homem bonito, másculo, provavelmente frequentava academia, meio loiro com uma barba rala.

- Oi. Quem é você?

- Bom dia, meu nome é Adam. Sou amigo do seu filho.

- Ah...Claro claro. O famoso Adam. Entre. Fique a vontade. Desculpe a bagunça, eu acabei de levantar e estava tomando café. - sim, eu estava achando muito estranha toda aquela gentileza. Eu esperava o pai do Edu um cara muito duro e até grosseiro, não um rapaz gentil. Não estava entendendo ao certo mas já que estava ali precisava fazer o que fui fazer. - por quê você não se senta aqui comigo? Se quiser pode tomar café comigo. Um capuccino ou um “normal”?

- Não senhor...

- David

- Senhor David...

- Não não, Adam. Só David, por favor.

- Ok. David. - ele sorriu enquanto mastigava seu pão de queijo – eu na verdade vim aqui falar sobre você e seu filho – eu me sentei na mesa.

- Pode falar.

- Eu vim pedir que você pare de tratar seu filho dessa forma. Poxa. O cara está sofrendo tanto quanto você. E agora, quando ele precisa do seu apoio nesse momento tão difícil você o expulsa de casa? Eu sei que ele errou mas ele precisa de você.

- Adam, você está certo.

- Não não, eu ainda não termi..o quê?

- É. Você tem razão. Eu fui muito egoísta ao expulsar meu filho de casa, eu sei disso. Mas coloque-se em meu lugar, eu trabalho o dia inteiro, tento ter uma boa relação com meu filho mas ele só me ignora e ainda faz uma burrada dessas. Eu fiquei com muita raiva no momento e não pensei direito. Depois que não o encontrei por aqui por perto imaginei que ele tivesse ido para a sua casa já que a família da Karina não o receberia depois de tudo isso, não sei se você já sabe mas a família dela já está a par da situação não quer ver meu filho perto dela. Eu sabia que ele procuraria você então fiquei mais tranquilo. Achei que seria uma boa para mim e para ele termos essa noite. Eu pude refletir e quando acordei senti que deveria ir até a sua casa buscá-lo. Eu já ia me aprontar, mas você foi mais rápido. E aqui estamos. - David me surpreendeu. Eu não estava esperando que ele me dissesse tudo aquilo, o que tornou tudo muito mais fácil.

- Acho que vou aceitar um capuccino – eu comecei a rir – eu juro que não esperava essa atitude sua, senhor David. Eu realmente achei que iriamos acabar batendo boca na sua sala com você soltando os cachorros em mim – ele riu.

- Que nada, Adam. Isso não vai acontecer mesmo. Eu já conheço você. Primeiramente por que o Edu sempre falou de você quando consigo ter um diálogo com ele. E ele sempre enfatizou a pessoa maravilhosa que você é. Então já gosto de você de graça. E depois, quando te vi na porta da minha casa eu fui logo com a sua cara. Até por que...eu sou muito bom com pessoas. - eu gelei. Só então percebi o quão parecidos nós somos. Não fisicamente. Mas o nosso jeito. David tem uma personalidade muito parecida com a minha, deve ser por isso que nos damos bem de cara.

Eu acabei ficando por lá. Eu e o pai do Edu conversamos muito sobre muitas coisas, como a ala profissional, sobre como ele lutou pra ter uma estabilidade financeira ou sobre o próprio Eduardo. Ele me levou até o quarto do Edu para ver algumas fotos dele. O pai do Eduardo parecia até uma mãe coruja.

- Adam. Sabe o que eu realmente acho?

- Que essa pose ficou muito engraçada? Olha só essas mãos, que engraçadas. E esse banguela aqui. Que lindo hauahauah...

- Não Adam. Na verdade eu acho que seria bom ele ficar mais uns dias por lá. Nossos vizinhos querem que ele fique longe, e eu não gostaria que ficasse um mal estar pra ele enquanto estivesse por aqui. Ele poderia ficar com você até as coisas melhorarem por aqui. Eu poderia vê-lo de três em três dias, levo suas roupas e alguns itens que ele precisa, agora co você, converso com ele e ficamos bem. O que acha?

- Acho fantástico o senhor – ele me olhou sério – e pode parando por que é muito estranho pra mim chamar o pai de um amigo de você.

- rum...Amigo é?

- Amigo sim. Por quê? - agora eu o olhava sério enquanto ele nada respondia – enfim..acho fantástico o senhor procurar seu filho e esclarecer as coisas. Quanto ao fato de ele ficar lá. Por mim e por minha avó está tudo bem. Ela já o ama como se fosse seu neto mesmo.

- Ótimo. E eu ainda posso arcar com as despesas.

- Mas nem pensar nisso. Não mesmo. Dona Rosa e eu já somos contra. Não precisa. Só o fato de procurar por seu filho já paga qualquer coisa. Então: não.

- Você é bem genioso né moleque. Eu gosto disso. Meu filho escolheu bem.

- Como?

- Ele escolheu uma boa amizade, Adam. O que mais seria? - ele olhou-me de forma até cínica.

- Nada não, senhor David. - ele continuou me observando até que se levantou da cama, onde estávamos sentados e começou a organizar algumas roupas e itens que o Eduardo precisaria para a sua estadia. Eu, obviamente o ajudei. Demoramos cerca de meia hora até organizarmos tudo. Eu não sabia que eu poderia me dar tão bem com o pai de um amigo como o senhor David. Ele me convidou para almoçar mas eu recusei, não queria causar qualquer incômodo.

- Então? Vamos? - disse David carregando a pequena mala de Eduardo enquanto abria a porta.

- Vamos sim. Onde está o seu carro?

- Pra quê carro, Adam? - ele perguntou cinicamente.

- Ah..não sei. Eu só achei que o senhor sendo

- Um homem de posses, com grana e uma boa casa logicamente não iria querer pegar um ônibus com o amigo do seu filho. Pois bem meu caro. Você está errado dessa vez. - eu o olhava um pouco assustado. Definitivamente David não era qualquer um. Ele era diferente e parecia que ele gostava de ser daquele jeito, pelo fato de conseguir pegar pessoas como eu, de surpresa com suas atitudes nada convencionais. - Adam. Eu não quero ser um “almofadinha” ou “mauricinho” como vocês jovens falam. Eu não sua assim. Eu assumo minhas raízes quando eu lido com o cotidiano da forma mais simples possível. É claro que um carro é de grande utilidade. Mas há tantos carros por aí e tantos ônibus também. Por quê não pegar um ônibus de vez em quando? - enquanto isso eu só pensava o quão errada era minha imagem do “temido pai de Eduardo”. Ele era completamente diferente do que eu imaginava.

- Desculpe, senhor. Eu realmente estava errado.

- Está surpreso não está? - eu sorri

- Se estou.

- Eu gosto de fazer isso com as pessoas – ahaa...eu sabia.

- Ok ok. Agora vamos. Seu filho está nos esperando. Acabei de enviar uma mensagem avisando que estamos indo.

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Então fomos de “busão”. Era uma cena atípica para mim, mas bem natural para David. De qualquer forma isso só me fez ficar mais admirado com o caráter daquele homem. Por quê Eduardo não falava de seu pai para mim? Por quê eu cheguei a pensar que ele era um homem duro nas palavras que poderia, a qualquer momento, chegar em minha casa perguntando que tipo de influências eu teria na vida de seu filho, o qual será pai precocemente? Eram perguntas que Eduardo precisava me responder.

Chegamos bem rápido e batemos na porta. Percebi o carro no professor Antônio estacionado na frente de casa. Essa era mais uma questão a ser resolvida, porém, não naquele momento. Por isso nem me preocupei.

- Chegamos. Vó? Edu? - eu disse enquanto os procurava pela sala.

- Oi filho. Eu e Antônio estamos aqui na cozinha. - entramos e nos aproximamos deles enquanto eles se levantavam na mesa. Depois de abraçar a minha flor e cumprimentar meu professor percebi que ela encarou David com certa repulsa. - esse é o cara, Adam?

- Oi, senhora avó do Adam – ele sorria gentilmente – eu sou o pai de Eduardo. - ele estendeu a mão mas minha avó não mexeu um dedo sequer deixando-o constrangido. Nem minha intervenção fez efeito.

- Ele está lá encima, “Senhor bem de vida que não sei o nome”. Só não vá expulsá-lo daqui também. Ele está esperando por você.

- Eu te levo lá, senhor David. - ele concordou e logo subimos. Eu podia sentir a apreensão que ele sentia, eu estava nervoso por eles, mas sabia que daria certo. Apesar de um pouco explosivo, Eduardo sempre foi um cara de conversas. - Edu? Seu pai está aqui. Ele vai entrar agora ouviu? Vai lá. Boa sorte. - nos abraçamos e ele entrou. Enquanto eu descia a escada, meu celular tocou e percebi que era Ricardo. Nem havia lembrado dele, e ainda precisava falar sobre a noite passada para ele não ser pego de surpresa.

- Alô? Ricardo?

- Ei gostoso. Hoje vai ter ensaio com a banda. Vamos?

- Poxa, Rick. Tenho que ir mesmo? Estou bem ocupado hoje.

- Ah não, Adam. É claro que você precisa vir, você é o cara da voz. Pede pra te liberarem de qualquer compromisso e vem pra cá pra casa. Estamos na garagem.

- Tá...ok – disse eu desanimado. De qualquer forma era bom deixar pai e filho conversando e minha avó com o namorado-ficante-amigo, ou seja lá o que for. Eu ficaria sozinho de qualquer forma. Avisei minha avó e disse a ela que David é totalmente diferente do que ela havia pensado, deixando-a mais tranquila. Ela me deixou ir ao primeiro ensaio para a festa do colégio e eu parti rapidamente. A questão é que eu não estava com cabeça para isso mas não podia fazer nada além de estar presente e dar o meu melhor.

Assim que cheguei, Gabriela me recebeu e me levou para o porão a fim de me encontrar com “A banda”.

- Oi lindão! - disse Ricardo aproximando-se de mim e me arrancando um beijo de forma tão rápida que eu o empurrei pelo fato de não estarmos sozinhos.

- Ricardo! - Disse o empurrando.

- Calma aí, mano. A gente sabe de vocês – disse um carinha sentado atrás da bateria. Ele aparentava ter 19 anos, cabelos e olhos castanhos e pele branca. Um garoto normal.

- É irmão. Nem se preocupa com isso. Para nós o amor é o que conta, sacas? - Eu me espantei com um outro garoto idêntico falava olhando para o teclado. Na verdade nem deu tempo de ficar assustado por quê do nada apareceu outro idêntico aos dois segurando um baixo.

- E não vamos contar a ninguém. Nossa boca é um túmulo – disse o provável baixista.

- Tri..trigêmeos?

- Sim, gostoso. Trigêmeos. Na bateria, o Lucas Afonso. No teclado, o Lucas Otávio e no baixo o Paulo Lucas. - Ricardo parecia conhecê-los muito bem para falar com tanta segurança. Eu não conseguiria distingui-los facilmente. Eram muito parecidos.

- Isso é muito legal. Eu sempre quis conhecer trigêmeos ou tetra, ou penta. Que seja. É muito legal vocês fazerem parte da mesma banda.

- Não amigo. Acredite. Não é. Eu sou o mais velho mais ele não me respeitam. Meus 6 minutos deveriam me dar mais moral mas não é bem assim não – disse Lucas Afonso enquanto organizava a bateria.

- Ei, Adam. Precisamos daquela sua lista. Você trouxe?

- Claro. Aqui está – entreguei a Ricardo e os quatro reuniram-se em volta do papel e começaram a discutir a respeito da lista de músicas que preparei.

- É irmão. Acho que temos uma boa lista aqui. Então acho que podemos começar. Temos ainda algum tempo de ensaio. Dá para arrasar nessa festa. - Paulo Lucas parecia bem empolgado.

O primeiro ensaio foi muito bom. Das 20 músicas selecionadas ensaiamos 5 e marcamos de ensaiar para outra semana. Das vinte deveríamos escolher cinco, pois não teríamos tanto tempo para tocar na festa. Ricardo se propôs a me deixar em casa. Eu achei muito bom por quê daria para conversarmos sobre Eduardo. Então foi a primeira coisa que eu fiz quando entramos no carro.

- Então ele vai ficar mais tempo na sua casa? Sério isso, Adam? - ele estava indignado.

- Olha Rick. Você precisa entender que as coisas não estão fáceis pra ele. E outra, eu juro que não estou criando nenhum tipo de expectativas. Eu estou com você não estou? Eu gosto de você, Ricardo. Não se preocupe.

Ele não disse muito além de um “tudo bem” resmungado. Eu entendia o lado do Ricardo. É complicado você saber pelo seu namorado (ou seja lá o que éramos) que o cara que você já foi apaixonado está morando com você. Por essa razão eu teria que saber lidar com essa situação, a qual pode gerar muitos conflitos.

Ricardo me deixou na porta de casa e nem falou comigo direito. Deu a partida sem mesmo nos despedirmos. Eu já conhecia o jeito dele, por isso nem me preocupei tanto, eu iria esperar até que chegasse alguma mensagem dele pedindo desculpas. Eu não o julgo. Gostava demais daquele cara e queria,, mesmo, que ele tivesse segurança no nosso relacionamento.

Entrei em casa e “meus avós” estavam assistindo televisão na sala. Aparentemente a conversa ainda não havia terminado. Então fui em direção a sala para ficar por lá.

- Eles já estão conversando há um bom tempo não é? - meu professor disse olhando para mim.

- Pois é. Eu sai já há algumas horas e ainda estão lá. E como foi a tarde de vocês hein flor? Flor? - nem percebi que ela estava cochilando (como de costume). Acabei a assustando.

- Ai filho. Que susto. - disse ela rindo - Que bom que você chegou. O pai do garoto pediu para que você subisse assim que chegasse. Ele não disse o por que mas acho bom você ir logo – sem pensar muito, apenas concordei e subi em direção ao quarto onde eles estavam.

Assim que entrei, percebi um clima muito estranho. Eles só me fizeram entrar e pediram para eu sentar. Os dois se encaravam com preocupação e seriedade, como se algo tivesse que ser dito mas amos estavam preocupados em dizer.

- O que houve? Por quê me chamaram? - perguntei aflito.

- Eu só quero que você seja sincero comigo, Adam. - iniciou Eduardo de forma séria. Seu pai continuava a nos encarar com os braços cruzados.

- Claro, Edu. Sempre. - eu estava sem entender ainda.

- Esse homem.. - ele parecia procurar as palavras certas – ele de alguma forma...ele

- Ele quer saber se eu dei em cima de você, Adam – David o interrompeu assustando-me com a pergunta.

- O quê? - perguntei notoriamente confuso.

- ELE DEU EM CIMA DE VOCÊ? - ele aumentou o tom de voz de forma que eu por pouco quase estremeci. Contudo, percebeu que não era o tom adequado a usar comigo – Adam. - ele gora fitava o chão – só quero que me fale a verdade. Por favor.

- Mas como assim? eu..eu não estou entendendo nada....

- ELE É GAY, ADAM!!! MEU PAI É GAY!! - esbravejou o filho liberando sua raiva.

- ….

- ….

Naquele momento eu entendi toda a situação. Eduardo não me apresentava seu pai por essa razão. Por ele ser gay. Eu estava prestes a conhecer um lado de Edu que eu não conhecia. E que eu provavelmente iria me decepcionar muito.

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Eu já sei o que vou fazer da minha vida. Darei uma de Salvatore do conto Um amor de infância (até propaganda de ti eu faço aqui...sou muito legal....tédoidé) e vou começar a postar todo fim de semana ou no inicio da semana. Eu consegui escrever capitulo ontem ainda, por que domingo foi uma correira. Eu entendo que alguns de vocês até ficam desmotivados a continuar ler por que eu demoro bastante e eu não posso fazer muito além de pedir que não parem, mas de qualquer forma eu os entendo. Estou procurando melhorar, juro. Estou procurando por tempo também. Acreditem, se vocês souberem as coisas que faço entenderiam o por quê de eu não ter tempo. No mais, é isso. No próximo capítulo algumas surpresas, uma passagem de tempo e um novo conflito. A chegada de um novo personagem – que vocês vão amar. Abraços calorosos de um cara que ama o que faz e acreditem, que faz muitas coisas. Pensem no Adam, pensarão em mim (hauhauaha). Abraços do Garoto Comum.

Comentários

Há 3 comentários.

Por Salvatore em 2015-09-29 23:23:33
Valei-me Senhor! Tipo: muito bom kkk Fez propaganda de mim... Por isso que eu te adoro kkk (brincs). Cara, tá muito boa a história. O q me mata é vc ter dito que esse lado do Eduardo iria decepcionar Adam (pelo menos vc disse provavelmente). Eu sei q a história é sua e q vc tem todo o direito e controle sobre ela (e tbm q eu te faço sofrer esperando uma semana)(e que eum adoro usar parênteses), mas por favor, n transforme o Edu num 'homofóbico' ou coisa e tal. Tá, esquece meu pedido, eu sei q vc é mais racional do q emocional, mas lê pelo menos o q eu vou escrever agora: confesso q n gosto muito do Rick, sorry. Meu subconsciente deseja ver Adam e Edu juntos, mas n qro q dê atenção ao q eu disse. N siga os comentários e vc já deve saber disso. Mas é só que eu gosto muito deles dois e se o Edu vir com uma de 'anormal' como foi esse tom de voz dele eu vou me chatear com ele. Nada pessoal. Enfim, desconsidere minha escrita, sou um leitor comum, idealizador de personagens e um tanto sincero. Sua história tá ótima e parabéns por isso. Até a próxima e n demore um mês!
Por Jeeh_alves em 2015-09-25 18:55:05
Garoto , quem é vivo sempre aparece , uma pena essa sua " barra " que você passa , você consegue sair dessa ! E sua Série amei , Amo e leio sempre ! Poste mesmo todo fim de semana que arrazo 😍👊 ! E Eduardo agora fiquei no chão agora , será que ele tinha vergonha do Pai , por ele ser gay ? Será que ele não se assume gay porque não quer ser como o pai ? O Pai dele parece ser um amor de pessoa . e O Ricardo , eu acho ele fofo , mas nada feito Eduardo ! Séria tão bom um novo personagem pra tumutua a Série s2 . Espero o próximo , e vc escreveu meu nome errado ! É Alves !!! Alves !! Kkkk bjs
Por Leitor em 2015-09-23 22:13:27
Uma palavra define: Amei. Posta mais e mais kkkk tens muito talento, jovem. By the way ("mim" deixa treinar ingreish, oush) você pretende cursar o que? Já sei... engenharia. Acertei? Kkkkkkk zoa. Sério, fala ae... abrc