Capítulo 12: Doce Ricardo

Conto de GarotoComum como (Seguir)

Parte da série Epifanias

Eu estou de voltaaaa!!!!! Eu sei que é muito chato quando alguém abandona suas séries e tals. Na verdade eu fiquei muito chateado comigo mesmo. De qualquer forma esse tempo em que não estava escrevendo me fez pensar à respeito do rumo da história. Resolvi fazer umas modificações, as quais serão logo logo perceptíveis. Por isso preparem-se para grandes emoções. E mais uma vez desculpem-me pela ausência. Na verdade assim como Adam eu estudo para entrar na faculdade de Medicina, estou conseguindo grandes resultados, os quais me trazem muita esperança de que esse é o “meu ano”. Agradeço a cada um que lê esse conto. Só peço que não deixem de lê-lo e de comentar também. No mais, é isso. Boa leitura a todos! Ainda nessa semana postarei o próximo capítulo. Abraços de um cara que tem esperanças, de um cara que acredita nas pessoas, abraços de um cara normal, descobrindo, a cada dia, que pode ser melhor pelas pessoas, abraços de um Garoto, um Garoto Comum...

Lembrem-se: Há esperança!

Capítulo 12 : Doce Ricardo

Haviam se passado duas semana que eu descobrira que Eduardo estava em um relacionamento com Karina, uma bela moça de olhos verdes cabelos loiros. O pai de Karina era advogado, muito reconhecido na cidade. Nem eu sabia que eles se falavam, mas ao que parece, eles conversavam por mensagens rápidas e pelo fato de morarem perto sempre poderiam conversar, ir a casa um do outro e com isso se aproximar. Eles pareciam felizes. Se isso me incomodava? Muito! Durante uma semana eu ia para a minha casa, frustrado, triste, sem vontade de voltar a aula. Eu não sou dramático, mas não sabia lidar com tudo que estava sentindo, e eu precisava aprender.

Eu voltei a falar com o Eduardo. Eu sabia que a atitude mais madura que eu poderia ter era aceitar e esquecer o que houve na minha casa. Eu deveria seguir em frente e agir da forma mais natural possível. A primeira coisa que fiz, antes de me reaproximar dele foi esclarecer as minhas intenções com as duas meninas que eu havia “seduzido”. Eu não estava mais disposto a fazer nenhum mal a elas. Não queria que elas, de alguma forma, ficassem magoadas.

Sendo assim, na terceira semana eu conversei com cada uma. Eu disse o quanto eu as admirava e queria que elas contassem comigo sempre. Eu seria um amigo perfeito e bom ouvinte. Não sou um cara mal, só estava fora do meu controle. Cada uma pareceu gostar da ideia de me ter como amigo e isso foi um alívio. Não! Eu não conversei com Amanda. Aquela ali era louca. Prefiro não arriscar rs.

Entretanto, Ricardo e eu fomos nos aproximando. Dele eu não queria me afastar, e além disso, ele estava me ajudando a esquecer Eduardo. Saímos mais duas vezes naquela semana, uma com a Gabriela, a qual estava realmente mais próxima do irmão, e outra sozinhos. Fomos tomar café juntos em uma manhã nublada de domingo. Ricardo sempre gentil, me fazia rir e era um bom ouvinte.

- E então, Adam? Gostou?

- Do café?

- Não. De mim? - eu o olhei confuso – brincadeira, seu idiota.

- Você me faz de bobo e ainda me chama de idiota? Não está indo bem para o enc..para a nossa terceira saída.

- Você ia dizer “encontro” sr. Adam? - ele me olhou com os olhos semi serrados. Eu tinha, mais uma vez, falado besteira.

- Não não...acabei me atrapalhando – disse eu tomando um gole de café. Estávamos em um restaurante pequeno, mas aberto, ele era realmente mais voltado para cafés. Era um ambiente agradável. Decidimos ir a um parque. Um local com árvores em que as famílias vão para levar meus cachorros para passear, ou os pais levam seus filhos para correrem no campo enquanto tomam “banho de sol”. Certamente naquela manhã, o “banho” não seria a melhor opção, o que deixaria o local menos cheio.

Logo chegamos ao parque. Alugamos duas cadeiras para sentar perto de um lago. Haviam poucas pessoas por ali o que me agradava. Não sou o tipo de cara que gosta de ficar rodeado por muita gente.

- E então, Adam? Gostou?

- De novo essa pergunta? Por que você não começa uma conversa com uma pergunta diferente?

- Ok! Você gostou do fato de estarmos aqui em uma manhã de domingo, em um local calmo como esse? - eu ri.

- Idiota

- Você me chamou de quê, Adam?

- Retribui o idiota. - eu o olhei o desafiando.

- Você não tem esse direito, mocinho. Olha que eu posso te imobilizar quando quiser hein?

- Tente. Você não sabe que já fiz jujitsu?

- Que merda! Não há algo que você não faça?

- Muitas coisas.

- Você entendeu, Adam. E não vem com esse papinho de que você é uma pessoa normal por quê não é. Já pensou que você pode correr para qualquer ramo e se dar bem?

- A Gabriela vive falando disso...mas não. Vou ser médico.

- Tive uma ideia – ele deu um pulo da cadeira, o que me assustou.

- Que ideia?

- Bom, a Gabriela me disse o quão linda é a sua voz, eu tenho uma banda, então, o que acha de participar do nosso “show” - ele fez aspas com as mãos – no próximo baile da escola?

- Show? Isso é sério? - eu perguntei surpreso. Nunca fui de ir a bailes. Sinto-me envergonhado por não conseguir convidar ninguém justamente pela vergonha...e sim, isso é confuso e estranho. De qualquer modo eu nunca ouvi falar de algum show nos bailes da escola.

- É claro que é. Faremos apenas uma apresentação. Mas já é alguma coisa. Será daqui a dois meses, então dá tempo de ensaiar bastante. E aí? Você topa? Diz que sim senão eu te encho de cócegas.

- Como você? ..

- A Gabriela me fala muito de você. Acredite, eu também não gosto de cócegas, mas você deve ser muito fraco para a Gabi ter me dito isso de uma forma muito hilária.

- Eu aceito. - ele me abraçou entusiasmado – começou a falar o quanto seria legal e divertido, o quanto poderíamos fazer sucesso, viajar para fora do país fazendo turnês e etc... definitivamente, Ricardo viajava quando tratava-se de fazer sucesso com sua banda.

Continuamos a passear pelo bosque. Estávamos conversando sobre a música que poderíamos apresentar. Ricardo como sempre estava lindo. Ele parecia gostar de branco, já que usava uma camisa de botões fina branca e uma bermuda clara. Seu sorriso era cativante e seu olhar, penetrante.

- Adam? - disse ele enquanto caminhávamos.

- Eu. - eu olhava para o chão. Ele segurou em meu ombro e me fez virar para ele.

- Obrigado! - ele olhou em meus olhos enquanto falava. Eu não havia entendido o por quê do agradecimento e ele nem me deixou pedir uma explicação. - obrigado por estar aqui comigo. Obrigado por me ajudar a me aproximar da Gabriela. Obrigado por ser essa pessoa incrível que me faz querer ser alguém melhor.

- Ricardo..

- Não. Deixa eu falar. Eu não consigo parar de pensar em você. Simplesmente não consigo, tá legal. Nunca pensei que diria isso de novo mas...acho que me apaixonei. Sinceramente não estou ligando para o que as pessoas pensarão. Eu só quero estar com você, só isso. Desde quando te vi depois de tanto tempo sabia que algo estava diferente, em mim. Em nós. Me desculpa, desde já pelo o que vou fazer agora, mas eu não consigo mais me segurar.

Ricardo me beijou. Eu não consegui dizer nada. Apenas retribui e deixei rolar. Ele me beijou de forma calma, explorando meus lábios de uma forma única. Foi tudo muito singelo e bonito. Eu gostei. Ele foi se afastando até deixar apenas nossa testa encostada. Ele sorriu e eu também.

- E então? O que achou?

- Eu acho que você é louco. Só isso. Mas... eu quero continuar provando dessa loucura toda -Voltamos a nos beijar.

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- Então....estamos namorando?

- Não sei...podes me dar um tempo?

- De novo? Primeiro foi pra te beijar, coisa que eu já estava louco pra fazer..agora pra oficializar? Estou velho - eu ri.

- Seu tosco. É que isso ainda é novo pra mim...e de qualquer forma. Eu nunca namorei.

- Entendo. Vamos manter isso entre nós, então. Talvez eu conte para a Gabi...por ser minha irmã. Mas fora ela, ninguém saberá. Prometo.

- Obrigado - isso me confortou. - ficamos ali "namorando". Eu não sabia como agir mas estava radiante. Queria beijar e beijar muito. Queria abraçar e abraçar muito. Ainda mais alguém tão lindo como Ricardo.

- Você sabe o quanto é lindo? - eu disse entre beijos.

- Parece que quem não entende isso é você, Adam. Já percebeu o número de garotas que gostam de você? Fora os garotos né? Mas com esses eu me entendo.

- Olha quem fala. O senhor gostosão que pega todas.

- Mas a diferença é que comigo elas só querem ficar. Com você ocorre mais do que isso. As pessoas se apaixonam. Você é apaixonante.

- Nem ligo para isso.

- É só uma forma de dizer que por você eu luto. Luto o que eu puder lutar....por quê sei bem que não sou o único que chegou aqui - ele apontou para meu peito - não sei se da última vez você se machucou. Não sei se ele fez algo de ruim para você. Apenas sei que eu queria que você olhasse para mim da mesma forma que olhava para ele

Ele sabia sobre Eduardo. Eduardo foi diferente de todos. Eu pensava nele todas as noites antes de dormir. Imaginava se ele não fosse hétero e como seria se estivéssemos juntos. Eu lembrava de nosso beijo. E ainda mais, lembrava no quando doeram suas palavras na quadra. Eu queria esquecê-lo mas Era muito difícil. Eduardo era o primeiro cara por quem eu havia me apaixonado e dificilmente eu o esqueceria.

- Olha Ricardo...não vamos falar nisso ok?

- Seu desejo é uma ordem.

Começou a garoar. Voltamos para o carro e seguimos em direção a minha casa. Ricardo estava radiante.

- Estou tão feliz que não me contenho. Nunca pensei que estaríamos assim. Eu tinha medo de não ser correspondido.

- Você não sabe o quão engraçado fica desse jeito. Todo bobo.

- E eu estou hahahaha...não consigo parar de pensar em você. Você já faz de mim, Adam.

- ok ok...agora olha pra frente se não a gente vai bater.

- Mas antes. Um beijo.

- tá bom - dei um selo

Naquele domingo não passamos o dia inteiro juntos. Minha flor o conheceu como um amigo. Um bom amigo. Ele apenas se sentou conosco na mesa para tomar um café. o melhor café do mundo preparado pela avó mais linda do mundo. Ele se foi depois de um curto papo sobre a novela das sete, a qual minha flor era expectadora assídua. Ricardo assistia a mesma novela, se não assistia, lia revistas sobre, julgando pelo fato de ele saber sobre todos os personagens.

eu estava bobo. Dona Rosa percebeu meu olhar distante e meu sorriso sem graça. ela até perguntou de forma preocupada se eu estava bem, mas contentou-se com minha resposta afirmativa entre abraços e beijos. Subi para "estudar" e meu celular estava tocando, era Gabriela.

- Alô?

- Eu não acreditooooo - Gabriela berrava no telefone, o que me fez afastar o celular de forma instantânea.

- Alô? Gabi? O que houve??? Fala comigo!

- Adam! seu cretino de uma figa! conseguiu pegar um dos garotos mais gatos da escola né seu safado?! como é o nome do boffe mesmo? Ah é...O Ricardo meu irmão!! - Gabi parecia louca do outro lado da linha. ela começou a falar coisas muito sem noção não me deixando dar um piu - já estou até imaginando vocês dois andando de mãos dadas na Disney com cara de bocós ou como os mocinhos de "Um amor para recordar"..

"Do que ela está falando" - pensei

- ...Vocês vão ser muito felizes. e ainda mais comigo, já que agora...agora..AI MEU DEUS DO CÉU!!! NÓS SOMOS CUNHADOS!!..ou cunhadas né. ainda não sei quem é a moça da relação

- Mas o que...

- Aaaiii tô tão feliz que nem consigo falar muito - imagina se conseguisse - não se preocupem por que o segredo de vocês está muito bem guardado na minha boquinha de anjo fêmea...peraí. Existe diferenciação de sexo para anjos?

- Eu acho que...

- Que seja. tô cansada de tantas emoções. vou dormir, cunhado. beijos!!! AAi..a loucaa!

Desliguei o celular, atónito. "Minha amiga surtou" pensei. Esse Ricardo. Certamente contou para ela assim que chegou em casa. EU temi que ele não fosse tão discreto quanto falou que seria.

Agora eu estava preparando-me para dormir. antes eu me aproximei de minha janela e fiquei observando a lua, sua fonte de luz secundária e as estrelas, as quais estavam tão lindas naquela noite. Estava pensando que eu estava seguindo um novo rumo, o qual ainda era desconhecido, eu estava praticamente namorando um cara, um cara que eu gosto muito, que me excita, me faz sentir especial, algo que eu precisava sentir. ao mesmo tempo eu fiquei triste. pois sabia que meus sentimentos por Ricardo não eram mais fortes que por Eduardo. Aquele Anjo me fazia sentir flutuando. Eu estava com medo de acabar magoando alguém, mas eu precisava arriscar. De qualquer forma, Eduardo estava em outra, ele não gostava de mim da mesma forma que eu gostava dele, isso doeu, doeu admitir que eu não poderia estar no luar de Karina enquanto os dois estivessem abraçados, doeu admitir que eu sentia algo muito forte mas que isso não era suficiente.

Voltei meus pensamentos a Ricardo. Ele estava sendo perfeito e eu precisava dar uma chance. deitei na cama e mandei um boa noite para ele que prontamente me respondeu. Recostei minha cabeça no travesseiro antes de fechar meus olhos e falar para mim mesmo "Amanhã é outro dia, Adam. Amanhã é outro dia.."

Comentários

Há 2 comentários.

Por WilliamIvo em 2015-05-12 21:41:27
muito bom sinceramente prefiro o Ricardo, desde o incio ja torcia por ele rsrsrsr to contente espero proximo capitulo!!!
Por Jeeh_alves em 2015-05-07 20:51:21
Próximo , próximo kkkkkk