"Final" Feliz?

Conto de Felipe Storm como (Seguir)

Parte da série Destino

Interior de Goiás

Sábado

10 de Janeiro de 2015

09:26 da manhã

{Thomas}

Era só o que me faltava. O bebê sair com raivinha pra casa dele. Eu não suporto esse tipo de frescura. Minha mãe esta lavando a louça do café-da-manhã e a Dona Helena arrumando a mesa. Elas conversavam sobre o acontecido de mais cedo e eu sentado no chão riscando a areia sem sentido. Mas ainda dava para ouvir a conversa delas.

- Olha me desculpa mesmo dona é que o Thommy tem esses ataques de raiva de vez enquando. -Minha mãe tentava cobrir minha raiva para Dona Helena.

-Eu ja disse que esta tudo bem Cristina. Depois converso com ele e se resolve tudo. Simples.

-Espero que os dois se entendam - Minha mãe diz baixo quase sussurando mas consigo ouvir

-Nem pensar. Conheço muita gente da laia dele.

-Posso te covencer de que ele é diferente. Ja pedi desculpas por hoje. - Dona Helena estava meio aflita

- dificil me convencer. Me desculpe dona Helena, mas não da. - me levanto e vou pro meu quarto ler um livro velho que tenho. Como será possivel? Esse garoto aparecer do nada depois de eu ter um pesadelo com ele. É meio chato ter que ser assim com ele mas ele deve ser daqueles garotos que tem muito dinheiro e fica esfregando na cara dos outros o que tem. Aquele bolo de hoje foi um exemplo. Vou lavar meu chinelo que estava empoeirado. Uso o tanque que tem la fora e o sol ja estava queimando como de costume nessa época. A água gelada da torneira refrescava meus pulsos e era uma sensação otima, que foi interrompida pelo turista fresquinho. Ele estava vindo em minha direção com o chinelo na mão e parou no meu lado.

-Ve se da proxima vez que for pra escola. Leva o SEU chinelo. Ou vai acabar indo sem os pés tambem. - meu olhar estava menosprezando ele. O mais curioso é que ele vai para as trilhas, onde não costumo muito explorar. Curto mais meus livros e a escola. Que não posso me esquecer da festa de "fim de ano" que vai ter. Outra coisa que não estou afim de ir. Estou bem aqui.

Depois de uns minutos escuto minha mãe chamar por mim. Vou até a cozinha onde ela estava fazendo algo bom como ela sempre faz.

-Filho vai na casa da dona Helena e chama ela pra comer com "nós" - Fico indignado dela querer almoçar com eles.

-Mãe não faz isso, eles não passam de um bando de ricos metidos que n....

-Você conhece eles Thomas? - ela me interrompe parando de mexer a panela.

-Conheço muita gente da laia deles

-Não foi isso que perguntei.

-Não conheço eles não - fico cabisbaixo percebendo essa atitude de criança que tive com eles. - Tudo bem. Vou la chamar eles. - vou ate a porta - mas até eu ter certeza essa duvida vai ficar.

- Vai fazer logo o que eu mandei - vou ate a casa deles. Bato na porta e Dona Helena aparece pra me atender.

-Olá Thomas - ela tava meio que sem jeito. Mas foi culpa minha pelo o ocorrido de mais cedo.

-Ola Dona Helena. Olha primeiramente me desculpa pel...

-Não precisa não filho. Eu sei do que você estava falando mas não somos assim. - Fico com vergonha - Scott é um garoto incrivel, simpatico e gente fina. Não entendi toda aquela revolta de hoje mas eu aceito suas desculpas.

- Obrigado - fico aliviado sem esse peso na conciencia.

- Entra. Vamos tomar um café - ela era muito gentil. Odeio minhas mudanças de humor

- Sim - entramos e eu estava com um sentimento de orgulho por ter ajudado a construir esse lugar lindo. - Ah sim. Quase ia esquecendo. Minha mãe pediu como desculpas pelo café-da-manhã para vocês almoçarem com "nós". Se a senhora quiser é claro.

- Promete que não vai surtar de novo? - Nós rimos lembrando do dia de hoje. Ela põe café em duas xicaras e pega um pote que esta no balcão de madeira. - Com açúcar ou sem açúcar?

- Sem açúcar. E não. Não vou surtar de novo hahaha a não ser que seu filho me obrigue haha

- Ele não é meu filho. É meu sobrinho. A mãe dele o abandonou quando era um bebê ainda. - pelo que vi o assunto tava ficando meio complicado. - Sinto muito por ele. - tento quebrar o gelo que ficou - Mas não mudou nada. Continua sendo um bebê chorão hahaha ta parei.

- haha você precisa conhecer ele. Não é um chato. Ele é incrivel.

- Ah ta sei. Ele quase arrancou meus pés porque sai com o chinelo dele por engano. - justo. Eu arrancaria os dele tambem.

- Deve ter sido pelo estresse de hoje.

- Aliás, cadê ele?

-Ele foi pra praia. Ele disse ter achado uma quando foi explorar ontem.

-Hum. Pois é. Bom Dona Helena. Eu ja estou indo - me levanto da mesa.

- Mas já. Fica mais um pouco. - fomos ate a porta.

- bem que eu queria ficar. Seu café é o melhor de todos.

-Oh obrigada

- mas vou ter que ir. Até o almoço Dona Helena.

-Até la Thomas

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Estava meio quente o clima de hoje e ja estavamos todos na mesa... na verdade todos exceto um.

-E onde esta o Scott Dona Helena? - Minha mãe perguntava botando uma porção de macarrão no prato.

-Ainda não voltou da praia - olhei pro começo da trilha e nenhum sinal dele. Por que eu devia me preocupar? Tenho que cuidar da minha vida. Ele é só um garoto Thomas.

-Ele deve ser bastante aventureiro né dona Helena - meu pai bebia um gole de água. Devia estar entalado com as almôndegas que ele não costumava comer. Com a chegada dos hospedes a gente só comia algumas coisas bem saborosas.

-Bem ele ja deve estar voltando. - Assim que a Dona Helena terminou a frase ele surge da trilha meio que despido. Ah sim claro... muito desnecessário esse garoto aparecer  sem camisa...e molhado... e correndo... e TA CHEGA!  Sou acordado do meu transe psicologico inutil pela minha mãe

-Viu um elefante voador falante passar Thommy? - O QUE?!

-Não não. Acho que sim. Ou não, sei la. Só estou com fome. - ele esta se enxugando na varanda da casinha olhando pra ca.

- Da pra perceber - ele chega na mesa com a toalha e fala alguma coisa com dona Helena e volta pra casinha. Tenho que parar com isso. Passo a esquecer que ele existe e começo a comer.

Olho pra minha mãe e ela está feliz. Meu pai esta feliz. Realmente os hospedes trouxeram alegria para eles, posso dar crédito a isso. Ela esta arrumada com os cabelos castanhos e longos amarrados, uma blusa amarela que ela usava frequentemente, calças de um tecido fino. Sim usamos calças por  causa dos mosquitos que vem em excesso pela manhã. Mas já era tarde então ja estava na hora de trocar. Ela tem uma aparencia meio que jovem com a pele branca e um pouco baixa, mas ainda com uns vestigios dos 43 anos que ela completava.

Meu pai... Ruhm  ele tinha a aparencia meio bruta com os braços fortes e cabelos grisalhos. Sua pele branca e um pouco queimada justificava as semanas de trabalho como pedreiro. Mas ele tinha o coração mole e quase não falava. Vivia calado acho que por causa do cansasso. Vestia uma camisa azul marinho e uma bermuda jeans.

Minha casa levantada com tijolos e com telhas de barro era um perfeito lugar para morar. Eu amo esse lugar. Ser assim é minha paixão. Ai aparece um garoto idiota que vem e acaba com minha felicidade achando que pode me afetar só porque tem mais dinheiro?

AH VAI.... TOMAR.... NO....

-Thomas! - meu pai me chamou a atenção - o que esta acontecendo para você ficar desligado daqui?

- Me desculpe eu só estava pensando na vida um pouquinho. - termino de comer e meu pai ja estava sem paciencia

- deixa pra pensar na vida depois de comer. - Scott aparece da casinha vestindo uma camiseta preta e bermuda jeans. Ele se junta a mesa e meu humor muda repentinamente.

-Boa tarde pessoal. -Eu tinha nojo da falsidade e encarava ele. Ele percebeu e perguntou - Você de novo?!

- Vou lavar a louça - me levanto, pego os pratos da mesa e levo para a pia. Aff eu não aguento mais esse garoto por aqui. Alias eu tenho que evitar qualquer pensamento de achar que estou gostan... Estou emburrado e reclamando com um prato ensaboado e sou interrompido dos meus pensamentos por ele.

-Posso te ajudar? - fico calado e nem ligo se ele esta lá. Só quero acabar logo e voltar pro meu quarto. Percebo de canto de olho ele observando pra ver se eu respondia algo enquanto lavava um prato igualmente a mim. - Quandl vai parar com essa ideia besta de eu ser debochado?

- Só não quero que você fique perto da minha familia - continuo olhando pro prato que estou ensaboando

- Cara quando você vai entender que eu não quero o mau para vocês. Eu sou completamente diferente do que você diz que sou. Tenta enxergar isso - o tom de voz dele ja estava um pouco elevado. Larguei o prato e olhei nos olhos dele.

- Eu enxergo o pouco que me mostraram de como as pessoas da cidade são. Não queria que os Hóspedes fossem assim tambem.

-Não somos assim garoto para com isso. Você esta tendo argumentos de uma criança Thomas. Você esta passando uma pessima imagem de como as pessoas são aqui no interior. Lá na cidade a gent.... - pego os pratos e olho pra ele.

-Não estamos na cidade meu caro Scott - levo os pratos pra uma mini bancada de madeira pra escorrer lá mesmo... e ele veio atrás de mim

- Você e sua familia tem sorte de terem tido nós como hóspedes. Estamos sabendo lidar com isso. - ele ja estava vermelho.

- Ah sim claro e você ja esta quase chorando haha - vou enxugar minha mão no pano que tem na mesa e paro de frente pra ele que ainda tava me seguindo

- Você estava nos meus planos de viagem cara, minha tia disse que você é o unico adolescente daqui que posso interagir. Se você é desse jeito idiota, eu preferia ter ficado em casa. - me sento no chão do quintal de areia e olho pro céu nublado com uma breve chuva.

-Eu não sabia disso. - olho pro chão e ficamos uns minutos em silencio e o tempo fechou completamente e ja estava chuviscando. Ele se levanta e me levanto tambem.

-Eu ja avisei que não somos assim - ele olha nos meus olhos castanhos e reparo que os deles são de um verde meio escuro. - para de falar disso da gente. - Ele me olha um pouco, vira de costas e respira fundo andando lentamente - você é um otimo garoto Thomas - ele estava de costas mas se virou e olhou pra mim. - Tenta mostrar isso. - assim ele vai embora e minha felicidade tambem. A chuva estava caindo e eu parado la fora. Eu tenho que parar com isso. E eu volto pro meu quarto pra me enxugar.

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Depois de alguns dias que se foram recebi um gelo constante de Scott. Eu ia no mercado com ele e era um silencio, a gente almoçava com ele e ele sem falar nada. Nesse dia dona Helena acho que até ja sabia o por que dele está calado tipo:

- Qual o problema dele? - minha mãe fazia o favor de perguntar

- Deve ter sido dinheiro demais que deve ter o deixado quieto - dona Helena me olhou e deu um sorriso como resposta.

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Duas semanas se passaram e o gelo foi permanente. O que me fez perceber com minha mente não tão evoluida que eu devia tomar a iniciativa das desculpas. Realmente me sinto culpado. Realmente ele preisava de um amigo por aqui e realmente sou bipolar pra caralho e não decido o que faço. Agora pensar em um pedido de desculpas perfeito... deixa eu ver... Já sei! A festa de despedida do segundo ano do Ensino médio. O lugar perfeito cheio de adolescentes. Agora preciso da roupa perfeita e o discurso perfeito do pedido de desculpas. A festa era hoje a noite. Sabado, dia 24 de Janeiro de 2015 ás 19:00 hrs. Visto uma camisa xadrez verde com uma camisa preta sem estampa por dentro, um jeans meio rasgado no joelho direito e meu chinelo que tanto amo. Ja pronto eu passo meu perfume preferido e ajeito meu cabelo. Agora sim... vamos la . Vou até a casinha depois de avisar pra minha mãe a hora que eu iria voltar, chegando lá bato na porta lembrando do meu discurso e tenho uma supresa.

- O que é - Scott atende usando apenas uma boxer preta. Eu o olho de cima abaixo e esqueço o discurso.

- Ehh... V..você... - não conseguia completar uma frase de tão hipnotizado que eu tava - Foi mal ae por ter te tratado mal e por ter recebido escrotamente sua familia... quer dizer... sua mãe... ow sua tia... perdão. - o vermelho tomava conta do meu rosto

- Tudo bem. De boas - Só isso?  Era no que se resumia a cara dele naquele momento

- ah e festa de despedida. Daqui a meia hora. Tem 13 minutos pra se arrumar. Estou te esperando aqui na varanda. - ele só me olha sentar no banco da varanda escorado na porta.

- Volto em 9 minutos - ele gira nos calcanhares, entra na casa e espero ele olhando o por-do-sol entre as arvores da suposta trilha que tem aqui.

Dooze minutos depoois...

E ele me deixou plantado naquela cadeira quase dormindo e depois de mais quaatro minutos depoois...

- AH JA CHEGA ELE ME PAG... - fico parecendo um velho reclamando. Me levanto da cadeira enquanto o ambiente estava incrivelmente lindo com o pôr-do-sol dando o seu show, me viro e vejo o Scott. Todo arrumado. Todo lindo. Eu fiquei paralisado olhando pra ele. Nada demais haha, ele só estava com uma calça bege, uma camiseta cor de vinho e uma jaqueta de couro preta, assim como não dava pra esquecer do destaque que era o converse preto. O Converse é meio que outro nivel. Eu sempre quis ter um mas meus pais sempre diziam "sabe que não temos dinheiro o suficiente entãp nem peça mais" e eu sempre pedia de novo.

- Vai ficar parado ai me secando ou nós vamos logo? - ele me tira do transe

- pelo menos eu não demorei pra caraca me arrumando - começamos a andar até a estrada

- foram só uns 5 minutos Thomas. Para com essa frescura. - paramos no meio do caminho até a estrada.

- frescura?! Frescura foi você que teve pra demorar 15 minutos exatos só pra uma festinha. E se prepara que vamos a pé. - Ele me olha assustado bançando a cabeça de forma negativa.

- NÃO! NEM PENSAR Thomas ja viu a distancia de uma casa pra outra aqui. Ja fui morrendo daqui até o mercado imagina até a sua escola que deve ser longe pra caralho.

- Você tem um carro pra levar a gente? Parece que não né Scott - perdi minha paciencia já

-Não realmente não tenho. Maaaas - olho pra ele esperando a "grandiosa" ideia que vai ter - tem algo não melhor que um carro mas bastante útil no momento.

-NÃO -quem esta assustado sou eu agora

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- Isso vai... ah ta doendo, um pouco mais forte, aiii mais um pouquinho eeee AAHHH conseguimos. Agora ja da pra chegar lá. - Depois de muito esforço tiramos um galho que estava preso entre os raios da roda da minha bike. Quase caímos quando prendeu eee, foi triste.

Já quase chegando na escola onde ocorreria a tal festa, estou eu, o garoto Scott e a coitada da minha bicicleta sem ter como levar porque não tem garupa e está carregando duas pessoas meio que pesadas... mas enfim, ela esta sofrendo mas estamos chegando.

- pensa pelo lado bom - diz o Scott no varão da bike pela terceira vez depois de tanto trocarmos - não viemos andando - ele solta uma risada meio fofa PARA COM ISSO SEU IDIOTA

- Se viessemos andando ja estariamos lá - digo meio puto da vida por estar carregando ele. - mas esquece já estamos chegando

- Espero que essa festa vale o esforço que demos vindo.

- Relaxa que ela vai ser épica

Digamos que ao invés de épico foi inexquecível. Eu realmente estava enganado sobre o Scott. Ele é divertido, simpatico e sabe aproveitar uma festa como ninguem. Mas fiquei meio confuso de ter varias meninas (meio que pegam qualquer um) e ele ter dispensado todas. Dizendo ele "estou com uma pessoa especial na cabeça. Você não entenderia" fiquei tipo "Então tá né". Continuando na festa, começou a tocar "7/11 - Beyoncé" e o povo foi pra posta dançar no que resultou em várias mesas liberadas.

- Senta ai quero falar com você - ele meio que gritou por causa que a musica estava auta demais.

E foi nesse momento que virei BFF (Best Friend Forever para os seres que não sabem disso Meu Deus) dele. Ele me contou tudo, o lance complicado que teve com os pais na infancia, sobre como é a vida dele na cidade e como ele vê as coisas na cidade. Contou sobre a sua reação ao seu primeiro shoe do Coldplay que é claramente sua banda preferida. Ele citou um tal de Connor como filho da Dona Helena. Enfim, ele realmente, me convenceu.

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Essa ultima semana se passou como nenhum de nós imaginou. No dia seguinte da festa ficamos meio que quebrados e foi o assunto do dia inteiro e nossas familias ficavam observando e se perguntando "O que aconteceu com eles dois?" Passamos o resto dos dias fazendo as coisas juntos, conversando juntos, lendo meus livros juntos, ouvindo Yellow de Coldplay juntos, e isso foi quase a semana toda. Mas no dia 30 ele já estava arrumando as coisas. Olhei da minha casa ele catando umas coisas dele na varanda. Ele olhou pra mim, abaixou a cabeça meio triste e voltou pra dentro. Eu pensei Amanhã é o seu ultimo dia aqui. Ele deve aproveitar mas ele levou isso a sério demais que na faixa das 4:00 da manhã no dia 31 de janeiro ele bateu na janela de casa.

- Conhece a lei do Silencio Estou Dormindo? - abro a janela e ele está com uma regata azul e um shorts preto e tambem, descalço.

- Sim eu criei ela. - nós dois rimos juntos - ei. Quero te mostrar um lugar antes de ir embora.

-pode ser. Só deixa eu vestir uma camisa - eu estava só com um shorts verde folha eu acho não sou muito bom com cores e fui direto ao armario procurar uma camiseta preta e dois casacos que ganhei da amoga da minha mãe. São bem confortaveis e aquecem demais. Ótimos pra esse momento. Enquanto eu vestia a camiseta, pensava no por que dele me chamar a essa hora, confesso que eu tava meio nervoso. Pulo a janela em silencio e sigo ele que andava em direção a trilha.

- Scott onde nós vamos - ele vestia o casaco que emprestei por causa do frio aqui fora e fiz o mesmo esperando a resposta dele.

A parte mais aflita da noite começou. Andamos e andamos e andamos pela trilha que eu ja estava pensando que estavamos perdidos. Engraçado ele aparecer aqui e descobrir esse lugar coisa que não fiz á 17 anos. Meus pais deveriam ter me contado. Andamos mais uns minutos e encontramos uma praia. OKAY uma praia aqui e eu NUNCA soube disso. CLARO.

-Seja bem vindo ao meu refúgio. - fico indignado de não saber que existe uma praia aqui. A maré está um pouco cheia e a areia é bem fininha. As árvores onde ficam as trilhas dão um toque bem tropical nela e o melhor de tudo são as estrelas brilhando intensamente no céu. - vem. Vamos aproveitar a vista.

Ele se senta na areia e faço o mesmo ao seu lado ambos olhandi para o céu. Ficamos alguns minutos em silencio escutando as ondas do mar e o vento apenas dando vida aquele momento inexquecivel.

- 17 anos - ele me olha e começa a rir - 17 anos morando aqui e nunca soube desse lugar.

- É meu amigo. Consegui achar em 1 dia o que você não procurou em 17 anos.

-Parabens explorador Scott - nós dois rimos

-Só quero passar esses ultimos momentos aqui com você. - ficamos em silencio e eu olho pra ele. Nossa. Acho que estou gostando dele. PARA COM ISSO THOMAS Papai disse que é coisa de doente. Demos o lugar para o sol enquanto ele tira o celular do bolso e pôe Yellow-Coldplay e larga o celular tocando ao seu lado.

- essa musica de novo - dou uma risada

- cala a boca ela é perfeita pro momento - realmente o sol mostrava seus primeiros raios de luz e Scott se levanta e tira o casaco que tava usando. De boas mas ele tambem tira a camisa eee os shorts - preparado pra encarar uma leve hipotermia quando entrar na agua? - ele começa a rir e sai correndo pro mar.

- EU TE ODEIO SCOTT - tiro a camisa e corro atras dele.

A cena é meio cômica. Eu e ele brincando na água em pleno nascer-do-sol. Ja passamos tempo demais no banho e voltamos pra areia.

- aquela agua ta mais fria que meu coração.

- O coração desse garanhão é tão congelante assim? - nós rimos e ele fecha a cara

- Sim. Minhas escolhas me fizeram assim. - toda vez que um de nós falamos tinha uma pausa agoniante.

- Mas qual o problema das suas escolhas?

Ele se aproximava e sussurra no meu ouvido

- É que elas são muuito inexperadas - nos olhamos e ele sussura algo a mais - e eu sei que você quer isso tambem. - olhos nos olhos, respiração acelerada, corpos colados e arrepiados e aquele pensamento de Vai Dar Merda. Nossos lábios se aproximando um do outro lentamente e finalmente... a onda do mar nos cobre o que acaba com tudo. Eu sabia que ia dar merda.

Ficamos varios e varios minutos calados tentando acreditar no que aconteceu e ele quebra o silencio.

- Minha tia deve estar me procurando - ele se levanta - depois a gente se vê - nem ligo e ele volta pra trilha me deixando sozinho. Ainda tentando acreditar no que quase rolou só me veio um pensamento na cabeça...

COMO VOU VOLTAR PRA CASA?

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A tarde depois de nem ter almoçado eu acho o caminho de casa e chegando lá fiquei de castigo por ter sumido, mas desde o momento em que vi ele caminhando para a trilha ainda não tive noticia dele, estou tentando ao maximo esquecer o fato de que nunca mais vou ver ele. Mas o certo é seguir em frente com minha velha rotina e esquecer isso... o problema é saber se vou manter o certo.

Ja eram 17 horas e as bagagens ja estavam fora da casinha e ele todo arrumadinho de casaco xadrez vermelho e camisa branca por dentro usando um jeans e o Vans preferido dele. Ele esta sentado com os fones escutando Yellow provavelmente porque ele nunca larga dessa musica haha fica chato. Ele veio em direção a mim e eu senti o cheiro do seu perfume e é espetacular.

-Eae Thommy - ele diz alegre

-Oi. Eae como estão as coisa? Tudo certo para a volta pra casa? - pergunto meio sem jeito

- Sim. Saímos daqui a uma hora e meia

-Ah sim. - me sento no mesmo lugar que sentamos naquela vez que nós brigamos.

Tiro meus chinelos e coloco pra ele sentar encima por causa da areia. Ele me deu um lado do fone e certamente ele esta escutando Yellow. Ficamos uns minutos ouvindo ela.

- Sabe qual o lado bom de você ir embora? - ele me olha - é que nunca mais eu vou escutar essa musica - ele volta a olha para o céu.

-Poisé

Passamos quase uma hora assim. Dona Helena nos viu assim e ela nos olha com um ar de vitória por ter nos unido sendo que fluiu naturalmente. O sol ja estava se pondo e a Van particular que eles chamaram tinha acabado de chegar.

- É - ele se levanta e estende a mão pra me levantar - nossa hora acabou.

Fomos até as bagagens e ajudei a colocar umas coisas na van e a dona Helena foi falar com meus pais enquanto eu e Scott colocamos a ultima mala.

-Ufa! - nós rimos pelas malas serem tão pequenas mas tão pesadas - Thomas... obrigado por cada momento depois daquela festa

- Scott... me desculpa por cada momento antes da festa. Sinceramente eu estava enganado. - nos abraçamos e eu queria que aquele abraço fosse eterno, pois foi o melhor abraço da minha vida ate agora. Ficamos abraçados e o motorista da van buzinou.

- Adeus Scott - ele olha pra mim

- Ei - damos um aperto de mão - isso não é uma despedida Thommy. Vou ter o dever de te ver de novo. Vou sentir saudades.

- eu tambem - falo baixo um pouco triste. Ele veio no meu ouvido e sussurrou.

- Nunca vou esquecer daquela hora na praia.

Vou terminar o que eu comecei. - ele entra na van. Dou tchau pra dona Helena e ele aparece na janela da van.

-Nunca duvide do destino Thomas. Você quer que aconteça algo do seu jeito mas ele que escreve todo o seu futuro. Pensa nisso. - ele fecha a janela e da tchau e faço o mesmo.

O pior daquele dia foi a van indo embora. Fico olhando o veiculo sumindo na estrada e outro carro parando na frente de casa. Era um carro preto e muito foda. Olho com mais atenção quem está la dentro e Samantha sai de lá. Minha irmã era muito linda e seus olhos brilharam ao me ver. Igual ao meu. Mas o meu era por não ver mais a van na estrada.

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Eae humanos. Como vocês estão? (Sim eu me importo mesmo HAHA) eu queria pedir desculpas pela demora e agradecer pelos views e comentários dos capitulos anteriores. Bom esse saiu grande demais devido a complexidade de montar essa despedida e tals. MAAS se pensam que acabou... NÃO, ainda vai ter muita coisa pra rolar com os dois e o proximo capitulo vai ser mais curto só que bem chocante. Bem humanos, obrigado por lerem, comentem o que acharam e obrigado mesmo. Até breve.

Comentários

Há 1 comentários.

Por Gabriel em 2016-10-24 16:15:23
Oiiiii Felipe, estou amando está sua história! Amei esse final ❤️️😍