01 - Never Touch the Mirror

Conto de FairestofThemAll como (Seguir)

Parte da série Sucessores

Você sabe o provérbio "quanto mais às coisas mudam, mais permanecem a mesmas"? Então não é verdade. Às vezes, quanto mais as coisas mudam, mais elas mudam. Leve-me, por exemplo: Eu, Raven Queen, filho da Rainha Má. Você vê, em Ever After High, nós estudamos para ser a próxima geração de contos de fadas. Quem quer que seu pai fosse aquele é quem você será. Apple White vai ser a próxima Branca de Neve. Briar Beauty vai ser a próxima Bela Adormecida. Killian Badwolf vai ser o próximo Lobo Mal. Nosso "sábio" Diretor Grimm chama isso de nosso "destino do livro de histórias". E, sorte, meu destino é ser a próxima Rainha Má. Na realidade o primeiro rei.

Então, eu deveria sorrir como o Gato Risonho, porque eu tenho que ser o vilão mais temido na história dos contos de fadas? Eu não sou mal! E agora eu estou esperando para dar uma maçã envenenada para a Apple White? Mas, como minha mãe costumava dizer, "Todos nós temos um papel a desempenhar." Ela tinha que ser a Rainha Má? E agora eu também?

A verdade é que o roteiro está invertido e é minha culpa. Você sabe o que é perversamente louco? É a melhor coisa que já me aconteceu. Deixe-me explicar desde o início, era uma vez, antes do Dia do Legado...

Nuvens azuis escuras e uma névoa densa giravam em torno de mim quando adentrei mais fundo o Palácio Sombrio. Eu me senti diferente, como outra pessoa. Eu estou em paz com o mundo ao meu redor. Encarei meu reflexo no espelho.

– Olhe para o que você se tornou.

– Eu irei destruir você.

– Você me destruir? Você não tem o que é preciso. Você é fraco. Não importa o que você faça você não pode destruir nossa escuridão. No fundo, você sabe a verdade. Você precisa de mim.

– Não! Eu não. – Ele conjurou uma maçã e a jogou no o espelho, quebrando-me. Minhas mãos começaram a se desfazer junto com os cacos de vidros. Abri a boca, mas as palavras não saíam. O mundo tremeu... E balançou... Ainda tremendo... Espere, alguém estava me sacudindo. Meus olhos se abriram. Eu estava no meu quarto, na minha cama. Minhas mãos estavam inteiras novamente. E um rei de arregalados olhos bondosos me segurou pelos ombros.

– Raven! Acorda!

Minha cabeça estava confusa – Pai? O que aconteceu?

– Você estava tendo um pesadelo. Ainda bem que eu sei vários modos para despertar rápido dos sonos. Caso contrário, você ainda poderia estar perdido em seu pesadelo. – Disse com um largo sorriso

Minha cabeça começou a clarear. As coisas começaram a fazer sentido. Um pesadelo. Mas era apenas um sonho? Senti que foi tão real.

– Levante-se, você não vai querer se atrasar para seu primeiro dia de aula.

– Certo.

Abri as cortinas de seda azul ainda mais largas para deixar entrar todo aquele sol amanteigado. Comecei a fazer minhas malas, enquanto pegava coisas do armário e as jogava no baú. A pilha de roupas é principalmente de tons azuis com uma pitada de couro e um pequeno toque de princesa príncipe. Lá fora o sol nascia no mar de cobre. A última página do inverno se fechava.

– Ei, Ooglot! – gritei enquanto erguia o baú no parapeito de meu quarto, no quarto andar. Deixei-a cair. No pátio abaixo, o serviçal da família a segurou com uma mão e me acenou. Eu acenei de volta. O inverno havia sido bom. Apenas horas e horas para ouvir música e ler romances de aventura. Eu e papai navegamos em seu pequeno barco descendo a costa para passar a semana com Pinóquio e sua família. Adorei tomar chá com a Fada Azul, jogar cartas diante da lareira e ficar acordado até tarde com Robecca e Cobalt, cantando no karaokê e rindo entre os travesseiros. Tudo muito legal, mas estou ansioso para meu primeiro dia do meu primeiro ano em Ever After High.

Uma sirene berrou, chamando-me para o café da manhã. Vesti um suéter quando sai do quarto. O palácio é frio. Há quartos demais desocupados para se preocuparem em acender o fogo em todas as lareiras.

Enquanto fazia o meu caminho para a sala de jantar para minha última refeição em casa naquele inverno, me preocupava com o significado deste ano. Desde menino, odiava quando minha mãe me empurrava para o mal. Hoje em dia, ela está em uma prisão e a maioria dos funcionários saiu do castelo, mas eu ainda sinto esta pressão daqueles dias sombrios.

– Tudo nas malas? – perguntou meu pai assim que cheguei à cozinha – Não se esqueça de levar um casaco quente. E galochas. E um guarda-chuva.

Meu pai beijou minha testa quando eu sentava ao seu lado. Sua barba aparada começava a ficar grisalha, e o topo da cabeça estava totalmente careca, como se o cabelo tivesse aberto espaço para a coroa dourada que ele raramente se dava ao trabalho de usar. Os olhos eram azuis brilhantes e cintilavam ainda mais quando ele sorria, o que era frequente.

– Certo. Não fique enfurnado aqui o ano todo sem mim. Dê um jeito de sair, vá velejar e pescar, pai.

– Claro.

– Vou querer só um sanduíche de creme de amendoim de princesa, por favor! – Cook revirou os olhos, mas me deu meu sanduíche de sempre.

– Obrigado! – disse, e então estremeci automaticamente. Mas minha mãe não estava lá para me censurar por ser educado. Sorri.

Quando minha mãe governava, o castelo ficava lotado de servos, soldados e criaturas das sombras. E todos eles vigiavam o meu eu mais jovem, prontos para dedurar-me para minha mãe se me pegassem fazendo algo gentil.

– Raven – minha mãe diria – Yop, o Goblin, diz que o viu se desculpando para um rato por ter pisado em seu rabo. Você deve parar com esse tipo de comportamento!

– Mas eu não queria pisar no rabo dele.

Ela responderia. – Não é isso! É o pedido de desculpas! A Rainha Má nunca se desculpa por nada. Você precisa aprender isso.

– Cook, muito obrigado. Raven, você...? – disse meu pai após o pudim de ameixa, ele inclinou a cabeça na direção da porta.

Meu estômago congelou, mas eu o segui. Assim que estavam sozinhos no saguão, ele sussurrou.

– Chegou a hora, Raven. Se preferir não...

– Não, eu vou lá falar com ela.

Eu tenho dezoito anos agora. Idade suficiente para enfrentar minha mãe sozinho. Endireitei os ombros e comecei a longa caminhada até a Ala da Rainha no outro lado do castelo, pela primeira vez no ano. As cores esmaeciam: paredes de madeira escura, carpetes escarlates e negros. Pinturas de retrato olhavam para baixo. Minha mãe sorrindo. Não sorrindo. De perfil. Um close do nariz. Em um deles, ela piscava. Em todos, ela era bela. Estátuas monstruosas pareciam me vigiar enquanto passava. Cortinas farfalhavam onde não havia corrente de ar.

Dois guardas de armadura reluzente se postavam do lado de fora da antiga câmera do Espelho Mágico, empunhando lanças com espinhos e bastões mágicos. Eles acenaram com a cabeça enquanto abria a porta.

– Lembre-se... – disse um deles.

– Eu sei, nunca toque no espelho.

O quarto estava tão cheio de teias de aranha que parecia ter sido decorado para uma festa por esqueletos. Abri caminho por meio das teias para a parede mais distante e arranquei a cortina azul de veludo do espelho. Eu vi meu próprio reflexo me encarando de volta – cabelo azul escuro com lateral raspada e grande no topo em uma franja penteada para cima, olhos castanhos escuro, sobrancelhas escuras, lábios rosados, nariz e queixo fortes. É estranho ver meu próprio rosto. Normalmente evito me olhar em espelhos. Contemplar espelhos havia sido o passatempo preferido de minha mãe.

– Espelho, espelho meu – disse – Hum... Mostre minha mãe.

O espelho não exigia uma rima para funcionar. Rimar era tão capítulo passado. O espelho faiscou, com eletricidade deslizando pela superfície prateada. Ela apareceu lentamente. Vestindo um vestido preto cravejado de diamantes. O cabelo negro preso no topo da cabeça no formato de uma coroa com profundos olhos azuis. Ela é uma mulher escultural com uma aura insuportavelmente escura em sua aparência, que é intimidante e temerosa.

– Raven, é você? Você está tão... Tão lindo! – ela riu. – Você vai dar um trabalhão para aquela pirralha branquinha de lábios rubros!

– Oi, mãe – disse. – Como está, você sabe, a prisão?

– Bah – a Rainha disse com um belo dar de ombros. – Conte-me todas as fofocas. Você está de partida para Ever After? Diga-me, alguém me copiou e tentou dominar todos os reinos? Seu pai ainda é uma vergonha entorpecente de homem?

– Não zombe do meu pai! – gritei fechando os punhos enquanto olhava nos olhos escuros no espelho. Senti a raiva rasgar minha garganta. Respirei fundo.

– Está vendo – ela sorriu. – Você não é tão diferente de mim, somos mais parecidos do que você imagina. Espero que aprenda com isso, querido. Você tem que ir lá e forçar a vida a ser como você deseja, assim como eu fiz.

Ela certamente tornou minha infância interessante. Naqueles dias, o castelo estava sempre repleto de soldados de armadura com espinhos e criaturas que corriam pelas sombras e sibilavam para ela. O tempo em família com mamãe incluíra sentar em seu colo enquanto ela se reunia com seus generais e concebia planos para matar, conquistar e governar, ou passar horas na oficina da masmorra, tossindo com a fumaça e ajudando a mãe a fazer poções tóxicas e feitiços malignos.

– Então está pronto para o seu Ano do Legado? Pronto para assinar o Livro das Lendas e se comprometer a seguir meus passos? Você deveria estar ansioso. Seu legado é de poder, controle e comando! Pense só, você poderia ter nascido como uma desses príncipes patéticos que têm que ficar resgatando princesas sentadas em uma torre. Ou pior ainda, ser uma dessas princesas – A rainha soltou uma bela gargalhada. – Esta é sua chance de mostrar aquele povinho “do bem” do que você é feito!

– A Senhora não muda, não mesmo? - disse após um pequeno sorriso.

– Não! Você deveria saber disso. Estou tão orgulhosa! Oh, sinto sua falta, meu bebezinho lindo – minha mãe ergueu a mão, pressionando-a contra o espelho como se estivesse apenas do outro lado de uma janela – Deixe-me tocá-lo, mesmo que seja apenas através do vidro.

– Mãe! Eu não vou tocar no espelho. Eu te amo, mas não vou ajudá-la a escapar.

Os olhos da rainha se estreitaram e a mão caiu. – Hunf. Se fosse tão mal quanto o criei para ser, você não hesitaria. Devo dizer Raven Queen, estou desapontada com você. Não importa. Vou observar com interesse para ver o que vai realizar. Você herdou uma capacidade infinita para a verdadeira maldade e poder de tirar o fôlego. Não os desperdice.

Nosso tempo acabou, e o espelho se desligou. Em vez do rosto da mãe, voltei a ver meu próprio rosto. Era notável, realmente, o quanto nos assemelhávamos.

Enquanto fazia o caminho inverso uma última vez naquele inverno, eu me preocupava com o significado deste ano. Com o Dia do Legado ao virar da esquina, o destino é o que eu não queria seguir. Desde que era um garotinho, eu odiava como minha mãe e a sua equipe me empurravam para o mal, com o qual eu nunca poderia me identificar. Mostrei a língua para as sombras e escorreguei pelo corrimão da escadaria como fazia quando era criança. Eu prefiro o castelo quase vazio. Caminhei pelo enorme Saguão Principal, sentindo-me como se tivesse sido engolido por uma baleia.

– Tenho mesmo que ir? – disse assim que vi meu pai.

– Sim, você sabe, seguir os passos da sua mãe, continuar a nossa história... Mas antes de você eu tenho algo para te dar, na realidade é um presente dá sua mãe para você, ele está na família dela a geração – ele me entregou um espelho de mão com um quadro dourado adornado com gemas roxas – É o que restou de seu espelho mágico, ele foi colocado em um espelho de mão, ele irá ajudá-lo na maioria das coisas.

Abracei meu pai uma última vez e entrei no espelho de viagem na sala da frente e cai de um espelho de viagem em uma varanda alta de. Afastei-me do chão, minha cabeça está doendo, meus membros tremendo. Agarrei um corrimão para não cair de novo. A sensação de viajar por espelho é como ser enrolado em um cobertor e jogado em um banho frio. Mas quando sua casa é um castelo distante se apegando a um precipício escarpado sobre um mar sacudido pelo vento, nenhuma opção de viagem é conveniente.

Daqui de cima dá para ver a escola. Ever After High é localizada em uma colina no centro de um vale, suas bandeiras em forma de torre tremulam ao vento como chamas de vela de aniversário. Abaixo eu podia ver a Aldeia do Fim do Livro, e, além disso, o Grande Lago, a Floresta Encantada, pastagens e montanhas variavam para todos os reinos dos contos de fadas. Eu estou pronto para o meu primeiro dia e também um pouco nervoso. Todos vão pensar que eu sou estranho porque eu sou a próxima Rainha Má? Gostaria de ter um amigo para me dizer para tomar uma poção fria ou algo assim.

Comentários

Há 1 comentários.

Por edward em 2017-02-05 16:50:14
Muito interessante. Vou acompanhar