01x05 - A FESTA DOS URSOS

Conto de escritor.sincero como (Seguir)

Parte da série AMOR DE PESO

Pai e mãe,

Hoje eu tive um encontro, pelo menos parecia um. A gente almoçou, riu e fomos para uma exposição. Apesar de tudo ainda sinto falta do Zedu, mas nos últimos dias ele tem sido um verdadeiro babaca. Realmente não sei o que pensar, ou fazer.

Chegamos cedo na exposição de fotografia, alguns convidados já haviam chegado e o clima parecia ser muito agradável. Diogo me apresentou alguns amigos, todos pareciam ser mais velhos que eles, muito mais velhos. Mas isso não impediu o fato de que aquele lugar passava uma sensação de segurança. E as fotografias, nossa, elas eram lindas.

Diogo: - Gostou?

Yuri: - Demais.

George: - Boa tarde. (abraçando e beijando Diogo no rosto) – Então…

Diogo: - Está lindo, parabéns. Ah, Yuri… esse é George, ele é o fotografo da exposição.

Yuri: (apertando a mão de George) – Prazer. Nossa… as fotografias estão maravilhosas. Você tem um olhar muito apurado.

Hélder – Olá, viados. (abraçando Diogo e George)

Diogo: - A senhora veio. Parabéns.

Yuri: - (sorrindo)

Hélder: - E quem é esse Chubby lindo? (abraçando Yuri)

Diogo: - É meu. Tipo… meu amigo. (ficando nervoso)

George: - Vocês até parecem um casal. Ficam lindos juntos.

Yuri: - Er… somos apenas colegas de escola…

George: - Mas parecem um casal. Posso tirar uma foto? (apontando a câmera para Yuri e Diogo)

Yuri: - Er,,, (olhando para Diogo)

Diogo: - Pode. Pode sim. (abraçando Yuri e sorrindo)

George: (fazendo vários cliques e olhando o resultado) - Ficaram lindos. (mostrando para Diogo e Yuri)

Yuri: - Realmente. Obrigado.

Duas horas e cinquenta minutos. Esse foi o tempo que levou para o Carlos começar a se desesperar. Até o momento eles não receberam nenhum sinal de ajuda externa. O estagiário tentou sair pela parte de cima do elevador, mas era impossível.

Olivia: - Cadê a pessoa que estava me pedindo calma? (em tom irônico)

Carlos: (nervoso) – Eu estou calmo. Eu estou. (andando no espaço minusculo) – Mas porquê eles estão demorando tanto? Porquê? (tirando o paleto)

Olivia: - Você tá bem?

Carlos: - Estou ótimo. (afrouxando a gravata) – Tá quente aqui né?!

Olivia: (levantando) – Carlos. Carlos. Para. (segurando a cabeça do colega e olhando em seus olhos) – Senta. (fazendo Carlos ficar sentado) – Agora respira. (abrindo a camisa de Carlos que estava com uma camiseta por baixo) – Nossa, por isso que você tá passando mal. Tantas roupas. (pegando uma pasta e abanando Carlos)

Carlos: - Eu sou patético né?

Olivia: - Jamais. Ter medo não faz ninguém ser patético. Eu estava com medo mais cedo e quem me ajudou?

Carlos: - Mas não estou ajudando agora. Não queria pagar de ridículo na sua frente… aposto que o juiz não passaria mal.

Olivia: - Vai começar?!

Carlos: - Desculpa. (olhando para o outro lado)

Olivia: - Ei. (virando o rosto de Carlos delicadamente) – Não precisa se desculpar. Você é um cara maravilhoso.

Carlos: (olhando para Olivia e a beijando)

Olivia: (resiste ao beijo no primeiro momento, mas não consegue)

Do nada, o elevador começa a funcionar e os dois se levantam assustados. A porta abre e várias pessoas da empresa ficam olhando. A minha tia está com a blusa desabotoada, o Carlos sem paletó e a blusa toda suada. Um dos coordenadores vai em direção aos dois e pede desculpa pelo inconveniente. Os dois são liberados do trabalho por causa do susto.

Eu estava adorando aquele grupo, apesar de mais velhos eles tinham um ótimo papo. A gente esticou para o apartamento do George que era casado com outro homem, um gordinho, chamado Jonas. Eles estavam juntos há sete anos e pareciam felizes juntos.

Jonas: - E me conta Yuri. Como está sendo a adaptação em Manaus?

Yuri: - Ótima. Melhor do que eu esperava. O calor a gente consegue driblar.

George: - Eu também amo essa terra. Apesar de não ser daqui, sou do Rio Grande do Sul.

Yuri: - Nossa. E como você aguentou durante todo esse tempo?

George: (abraçando Jonas) – Eu achei alguém que valesse a pena. (beijando Jonas)

Hélder: - Credo. Casais apaixonados. Bichas melhorem!!!

Yuri: - E vocês moram os três aqui?

George: - Sim. Um apartamento no Centro de Manaus não é barato.

Hélder: - Na verdade, eu já conhecia a bicha ali. (apontando para Jonas) – Depois as duas se uniram e eu virei seguradora de vela oficial. (rindo)

Yuri: - E como vocês se conheceram? (olhando para Diogo)

Diogo: - Fiz um curso de fotografia com o George e nos tornamos amigos.

George: - Sim. O Diogo me ajudou na produção de vários ensaios. Aprendeu muito rápido.

Yuri: - Que legal. E você ainda faz cursos?

George: - Agora não. Comecei a trabalhar em um jornal e está consumindo todo o meu tempo. Hoje pedi folga para fazer a exposição.

Jonas: - E graças a Deus que lotou. Conseguimos vender cinco quadros.

Hélder: - Graças a Deus. O aluguel está pago. (levantando as mãos para o céu)

Diogo: - (rindo) – Ei. A festa tá de pé?

George: - Ah é verdade. Está sim. Conseguimos fechar uma festa no Parque 10.

Yuri: - Olha. Eu moro lá.

George: (pegando um convite dentro de uma gaveta) – Então, está convidado.

Yuri: - Ah bacana. Vou falar com a minha tia.

Diogo: (animado) – Você vai?!

Yuri: - Vou falar com a minha tia.

Sim, adorei o encontro. Eles eram um grupo muito legal e que combinavam comigo. Diogo me deixou em casa e seguiu para a casa dele. Quando cheguei a minha tia já estava na sala, até me assustei.

Olivia: - Se divertiu?

Yuri: (sentando no sofá) – Sim. Bastante. (tirando uma fotografia da mochila) – Até comprei isso pra colocar na sala.

Olivia: (pegando a foto) – Nossa que linda. George Keller.

Yuri: - Porquê a senhora chegou cedo hoje?

Olivia: - Acredita que fiquei presa no elevador hoje?

Yuri: - Sério? Que horrível.

Olivia: - Aí, o chefe liberou a gente.

Yuri: - Além de você, outras pessoas ficaram presas?

Olivia: - Eu e o Carlos.

Yuri: - Carlos, eu gosto dele. Ele é gente boa. Ajudou bastante a gente no dia do seu aniversário.

Olivia: - Sério? Ele é mesmo muito legal.

Zedu também teve um encontro naquela tarde. Ele e Alicia foram ao cinema. O filme não era o preferido do Zedu, mas assim mesmo ele foi. Após a sessão, o casal decidiu jantar na praça de alimentação.

Alicia: - Zedu. Vamos tirar uma foto para eu colocar no Instagram. (pegando o celular e fazendo o click) – Credo. Você não sorri.

Zedu: - Vamos comer?

Garçonete: - Está aqui os suco. (deixando cair um dos copos perto de Alicia)

Alicia: (levantando) – Olha o que você fez! Idiota! O que esperar de uma pessoa que não sabe o plural correto?

Garçonete: - Desculpa moça… vou pegar outro suco.

Zedu: (levantando) – Tudo bem. Pode pegar outro. Eu limpo aqui. (pegando panos de papel)

Alicia: - Droga. A minha blusa nova. Que ridícula. Esperar o que de uma emprega?!

Zedu: - Alicia, chega. Foi sem querer.

Alicia: - Mulher burra. (dando um gritinho de raiva) – Droga.

Zedu: - Estou falando sério. Chega. (olhando com uma cara de bravo para Alicia) – Você está fazendo um papel ridículo.

Alicia: - Aff. Vou ao banheiro.

Eita. A Alicia era realmente chata, o tipo patricinha e mimada. Ela acha que o mundo gira ao seu redor, mas as coisas não são bem assim. A Letícia estava gostando da vida de modelo, ela escolheu as roupas para o comercial e ganhou até uma transformação no salão.

Ramona: - Nossa. Amiga que linda!

Letícia: - Gostou?!

Ramona: - Amei. Esse corte valorizou mais o formato do seu rosto.

Letícia: - Amiga. Na sexta-feira gravo o comercial e faço as fotos promocionais.

Ramona: - Imagina o seu rosto em cartazes, revistas e na televisão?! (pulando)

Letícia: - As meninas na escola vão morrer de inveja, principalmente a recalcada da Alicia.

Ramona: - Quem vai sofrer é o Zedu. (rindo) – Vem. Vamos tirar uma selfie, mas não se preocupa, não vou publicar agora. (pegando o celular e tirando uma selfie)

Letícia: - Miga, você tem que ir comigo e minha mãe no dia do comercial. Ia pedir para o Yuri ir também, mas isso é coisa de menina.

Ramona: - Claro que eu vou.

Letícia: - Vamos lacrar!

Ramona: - Mais uma selfie!

A noite recebi uma mensagem do Zedu, na verdade era o emoji de uma pomba branca. Sorri ao lembrar daquele rosto lindo e também pelo gesto fofo.

Zedu: (mensagem de texto) – Sabe o que significa essa pomba branca?

Yuri: (mensagem de texto) – Paz.

Zedu: (mensagem de texto) – Sim. Então, deixa eu entrar na tua casa?

Yuri: (mensagem de texto) – Está aí na frente?!

Zedu: (mensagem de texto) – Sim. Preciso conversar com você.

Ai lasqueira! Como diria minha avó. O que será que o Zedu quer comigo?! Fui correndo para abrir e porta. Ele estava segurando um jogo novo para o X-Box e uma sacola cheia de comida. A gente jogou um pouco, comemos e fomos para o meu quarto ouvir música. O Zedu mexeu em alguns CD's e DVD's.

Zedu: - Teu gosto musical é bem peculiar.

Yuri: - Você acha? Não vejo nada de peculiar em Oasis, The Keane e The Beatles, apenas que todas são bandas inglesas.

Zedu: - Entendi. (sentando perto de mim) – Ei. Quero te pedir desculpa pela forma como venho agido com você. Sei que tenho te deixado de escanteio por causa da Alicia.

Yuri: - Relaxa. Ela é tua namorada, e outra, eu também estou fazendo novas amizades. Não esquento.

Zedu: - Vocês são alguns dos poucos amigos que eu tenho.

Yuri: - Eu sei, mas cada um tem seu grupo de amigos, então é justo que eu faça o meu. O Diogo não é um cara ruim, vocês apenas não deram a chance de conhecer quem realmente ele é.

Zedu: - Eu entendo.

Yuri: - Olha. Eu te considero o meu melhor amigo aqui em Manaus. Gosto muito da turma, mas com você é diferente. Sinto que posso ser eu. E não quero mudar nada disso.

Zedu: - Eu me sinto da mesma forma.

Yuri: - Agora me conta? Você não até aqui apenas para dizer que me ama.

Zedu: - Besta. (rindo)

Minha irmã também fez uma nova amiga na escola, a Giovanna era uma pessoa difícil, mas tinha um bom coração. A noite a minha tia decidiu levar a gente para lanchar. A noite foi agradável, fazia um tempinho que não nos reuníamos assim. Eu sou muito família, principalmente quando se trata da minha.

Yuri: - Tia. É o seguinte… vai ter uma festa no final de semana… um aniversário na verdade e vai ser aqui no bairro…

Olivia: - É de algum amigo seu?

Yuri: - É de um amigo de um colega meu da escola.

Olivia: - Entendi.

Yuri: - Tá aqui o convite. (entregando o convite)

Giovanna: - A gente pode ir?! (tentando ver o convite)

Richard: - Eu também quero. Quero esmagar todos na hora do balão surpresa.

Yuri: - Não é uma festa de criança.

Olivia: - Tudo bem, mas eu vou te deixar e pegar.

Yuri: - Tia. Não é mesmo necessário. Eu posso ir de táxi e…

Olivia: - Sem mais. Vou te deixar e pegar.

Yuri: - Tá bom.

Richard: - Parece um crianção. Precisa que a titia deixe ele na festinha. (fazendo careta pra Yuri)

Giovanna: - Que mico hein! (rindo de forma irônica)

Na escola ainda estava conhecendo a rotina e os professores, alguns passaram trabalhos pequenos, mas nada demais. Até que o professor de história teve a ideia de fazer um trabalho em duplas.

Letícia: - Miga. Vou fazer com você. (pegando em Ramona)

João: - (gritando do outro lado da sala) – Ei! Brutus! É nóis!!

Brutus: - Beleza!

Yuri: (olhando para Zedu)

Diogo: (pegando no ombro de Yuri) – Podemos fazer juntos?!

Yuri: - Cla...claro. (sorrindo)

Alicia: (abraçando Zedu) – Vamos ser nós dois.

Zedu: - Claro. Vamos.

O tema era: personalidades brasileiras. Deveríamos pesquisar sobre a vida de pessoas importantes para a história do Brasil e fazer um trabalho interativo. Eu e Diogo nos reunimos na hora do intervalo, no nosso lugar, como a gente gostava de falar. Depois de muito debater optamos por contar a vida de Chiquinha Gonzaga. Fiquei muito animado, mas ainda teríamos que decidir a forma de apresentar o projeto. Fui tomar água e encontrei Zedu no bebedouro.

Zedu: - E esse trabalho?

Yuri: - Nem me fala, eu e o Di já decidimos o que vamos fazer. Quer dizer parcialmente. (risos)

Zedu: - Sério? Trabalham rápido. Gostei.

Yuri: - E você e a Alicia?

Zedu: - Aquela ali? Pensar? (rindo em tom irônico)

Yuri: - Tadinha dela. Se precisar de ajuda…

Zedu: - Pode deixar.

A minha tia não era uma dona de casa muito exemplar, ela até tentava fazer algumas coisas de casa, mas sempre acabava em confusão ou sobrando para mim. Ela decidiu capinar a frente de casa, com um terçado. Sim. A louca parecia uma espartana cega tentando furar os inimigos com uma espada.

Joyce: - Tá precisando de ajuda? (segurando uma vassoura)

Olivia: - Ah, não, obrigada. Estou pegando o jeito.

Joyce: - Sou nova no bairro. O meu marido é militar e o exército alugou uma casa para nós.

Olivia: - E vocês são de onde?

Joyce: - Rio Grande do Sul.

Olivia: - Nossa. Sério? Que longe.

Joyce: - Menina. Foi uma aventura para chegarmos aqui.

Olivia: - Eu sei. Sou do Rio de Janeiro. Chegamos há quase dois meses. Ainda não conseguimos nos adaptar.

Joyce: - Puxa. Deve ser difícil mesmo, eu já estou acostumada, mas meus filhos ainda tem um pouco de dificuldade, principalmente os menores.

Olivia: - Ah! Como sou esquecida. Me chamo Olivia. (apertando a mão de Joyce)

Joyce: - Sou Joyce. Espero que nos tornemos amigas.

Olivia: - Estou precisando. (rindo)

Joyce: - Deixa eu te ajudar mulher.

Educação física. Como eu odeio essa matéria, principalmente quando o professor que nos ensina é aquele tipo fitness. Ele gosta de fazer a gente correr em círculos, graças a Deus, que ele deixa cada um ir no seu ritmo e o Diogo me acompanhou todo trajeto. Zedu por outro lado era a estrela da escola, o Brutus nem preciso falar.

Professor Beto: - É o seguinte. Ainda temos um tempinho. Que tal a gente jogar um pouco de futebol?!

Yuri: - O que?! (passando a mão no rosto)

Professor Beto: - Zedu e Brutos. Vocês serão os capitães dos times. Escolham.

Não sei se foi por pena ou amizade, mas o Brutus me escolheu primeiro. Fique ao seu lado. Então, ele e Zedu começaram a escolher realmente quem era bom. O Diogo sobrou e ficou na equipe do Zedu. Ótimo. Até as meninas foram no meio, Alicia ficou com raiva por que ficou no time de Brutus. Eram 14 contra 15, imaginem a bagunça que virou aqueça quadra.

Ramona: - Migs, fica comigo. A Letícia tá acostumada. Vamos fingir que estamos correndo atrás da bola.

Yuri: - Que horror. Não fui feito pra jogar bola.

João: - Por que tú é a bola.

Diogo: (empurrando João) – Repete. Repete se você for homem.

Yuri: (segurando Diogo) – Calma. Ele fez uma piada.

Professor Beto: - Que bagunça é essa?! Eu quero todo mundo jogando!!! (apitando)

Zedu: (olhando perplexo para Diogo)

João: - Foi mal Yuri.

Diogo: - Não pode deixar esses caras fazerem piada com você.

Ramona: - Ele mandou bem. Se ele não fizesse, eu faria. (olhando para o Yuri) – Vamos a bola tá pro outro lado.

Zedu era muito lindo jogando, o jeito que a camisa dele ficava colada no corpo por causa do suor. Nossa. Ele e Brutus disputavam a bola, até que o Zedu conseguiu se livrar dele e chutou pra trave e seria um belo gol, se não fosse um problema: eu. Ramona e eu passávamos em frente a trave quando o meu amigo chutou o mais forte que pode. A bola pegaria nela, se eu não a empurrasse e recebesse uma bela bolada no rosto.

Yuri: (caindo no chão)

Diogo: - Yuri. (correndo pra perto de Yuri e ficando de joelho no chão)

Zedu: - Yuri. (correndo em direção a Yuri)

Letícia: (ajudando Ramona a levantar) – Migs sua louca. Você tá bem?

Alicia: (rindo) – Que bizarro.

Letícia: - Cala a boca garota.

Zedu: - Yuri. Tá bem?! (pegando no rosto vermelho de Yuri)

Diogo: - Sai daqui babaca. Você já fez demais. (empurrando Zedu) – Tá saindo muito sangue do nariz dele.

Zedu: - Caindo sentado no chão. Foi sem querer.

Professor Beto: (entregando um pano para Diogo) – Estanca com esse lenço. (olhando para Zedu) – Sacanagem cara. Logo você!

Zedu: - Foi sem querer.

Alicia: - (levantando Zedu) – A culpa nem foi tua Zedu. A orca que ficou na frente.

Zedu: - Idiota. (empurrando Alicia)

Alicia: - Não precisa ficar nervoso.

Diogo: (ajudando Yuri a levantar) – Vem. Vamos sair de perto desses babacas.

Yuri: (desorientado) – O que aconteceu?

Zedu: - Desculpa, Yuri. Realmente desculpa. (saindo da quadra)

Meu nariz quase quebrou na sexta-feira. O Zedu ainda não falou comigo, o Diogo que ficou ao meu lado durante todo o processo, ele a Letícia, Ramona e o Brutus. Fui a um pronto socorro que fica na mesma rua da escola, eles não tem enfermaria, mas estou bem. Apenas meu nariz que tá roxo.

Gelo e muito gelo. Eu tinha um aniversário para ir no final de semana e não poderia ir com o nariz inchado. O Diogo foi um fofinho me ajudando naquela tarde, além do nariz dolorido a minha cabeça estava me matando. Ele ajudou a esquentar o almoço dos meus irmãos e a limpar a casa.

Giovanna: - Nossa. Tá muito feio. (pegando o celular e tirando uma selfie com Yuri. Rindo de forma sarcástica) – Vai bombar na internet.

Richard: - Naquele dia que bati na cara do Bruno nem ficou dessa cor. (ficando chateado) – Lembra qual foi a velocidade que a bola te acertou?

Yuri: (com a voz anasalada) – Claro. Foi a primeira coisa que eu pensei enquanto estava ensaguentado no chão. (fazendo aspas com os dedos) – Gente, qual foi a velocidade que a bola me bateu.

Giovanna, Richard e Diogo: (rindo)

Yuri: - O que foi?

Giovanna: (gravando um vídeo)

Yuri: - Vocês estão rindo do que?! Para de filmar garota! Até tú Diogo?!

Diogo: (parando de rir)

Yuri: - Vocês dois… subam para tomar banho.

Richard: - Credo. Ei, Yuri. Será que o Zedu me dá um autógrafo? Ele fez uma obra-prima no teu rosto. (rindo).

Yuri: - Vai tomar banho agora!!

Richard: A tua voz tá estranha. (subindo correndo)

Giovanna: (se filmando com o celular) – E esse é mais um dia comum no circo que eu chamo carinhosamente de casa. (saindo)

Diogo: (rindo) – Desculpa, mas os teus irmãos são engraçados.

(alguém batendo na porta)

Yuri: (tentando levantar)

Diogo: - Eu vou. Fica ai. (indo em direção a porta)

Yuri: (encostando a cabeça no sofá e fechando os olhos)

Zedu: (esperando na porta com chocolates e um urso jogador de futebol)

Diogo: (abrindo a porta, saindo e fechando a porta) – Oi?

Zedu: - O Yuri… o Yuri tá ai?

Diogo: - Sim, mas ele tá descansando agora.

Zedu: (tentando passar)

Diogo: (ficando na frente da porta) – José, acho melhor….

Zedu: - (irritado) – É Zedu.

Diogo: - José. Acho melhor você voltar outra hora. O Yuri tá muito chateado, ele tinha em você a figura de um amigo.

Zedu: - Mas ele é meu amigo. Olha, Diogo, eu não devo satisfação a você. O Yuri é como um irmão para mim.

Diogo: - E você trata seus irmãos assim? Humilha eles em frente a turma? Escuta só cara… o Yuri é um garoto sensível e você sabe disso. Acho que o melhor que você faz agora é se afastar dele e evitar sofrimento.

Zedu: - Enfim. (entregando os presentes para Diogo) – Diz pra ele que eu passei aqui. (saindo)

Diogo: (entrando na casa de Yuri)

Yuri: - Quem era?

Diogo: - O José.

Yuri: - Que José?

Diogo: - O Zedu, mas o chamo de José por que esse apelido não tem nada haver. (entregando os presentes para Yuri)

Yuri: - Ele trouxe isso? Mas porquê ele não entrou? (olhando o ursinho)

Diogo: - Culpa, talvez. Não sei. (sentando ao lado de Yuri) – Eu também ficaria muito culpado se alguma coisa acontecesse a você. (passando a mão na perna de Yuri)

Yuri: - Ei. Obrigado pela força.

Diogo: - De nada. Estou fazendo com prazer. (pegando na mão de Yuri que sorri)

No trabalho, a tia Olivia recebeu a inesperada visita de Orlando. O juiz a convidou para um jantar romântico. A minha tia ficou dividida entre o juiz e seu estagiário. Titia era a pessoa mais racional que eu conhecia, mas era realmente difícil escolher entre duas pessoas.

Orlando: - Você parece um pouco aérea hoje?

Olivia: - Oi?

Orlando: - (risos) – Você está distante. Aconteceu alguma coisa?

Olivia: - Não. Bem… na verdade sim. Olha… você é um cara muito legal, mas…

Orlando: - Vai me dar um pé na bunda?

Olivia: - Não. Não. É que eu mudei recentemente com meus sobrinhos para Manaus e ainda estou me acostumando com tudo e….

Orlando: - E tá me dando o pé na bunda.

Olivia: - Não, Orlando. (pegando na mão do juiz) – Eu só quero um tempo para pensar.

Orlando: - Então, aceite o jantar. E eu prometo que deixo você em paz.

Olivia: - Tudo bem. Eu aceito.

Orlando: - Te pego às 20h.

Olivia: - Tudo bem.

Carlos: (entrando) – Dona Olivia. Estão aqui os documentos da venda das ações. (entregando os papéis para Olivia)

Olivia: - Obrigada.

Orlando: - Não derrube nada em mim. (olhando para Carlos e rindo) – Não se fazem mais estagiários como antigamente.

Olivia: - Pois é.

Carlos: - Não se preocupe. (saindo da sala)

Orlando: - Então? Onde paramos? Jantar.

Olivia: - Isso. Você vai me pegar às 20h.

Orlando: - Perfeito. Deixa eu ir. (se aproximando de Olivia e beijando sua boca)

Brutus e Zedu foram montar o set do slakline na quadra de areia do CSU. Eles começaram a ensinar algumas crianças que apareceram. O Zedu usou no esporte toda a frustração que sentia. O meu amigo estava chateado, mas não sabia oque fazer. Brutus percebeu a chateação dele.

Brutus: - Calma. A corda vai arrebentar desse jeito.

Zedu: (caindo no chão)

Brutus: - Eita. (correndo para ajudar Zedu)

Zedu: - (levantando) – Você me acha um idiota?

Brutus: - Em algum ponto todos somos, né?

Zedu: - O que eu fiz com o Yuri hoje não foi legal. Tentei me desculpar, mas o Diogo tava lá e….

Brutus: - Não foi legal, mas também não foi sua culpa. O Diogo? O Yuri vai realmente ficar amigo dele?

Zedu: - Brutus. Não não somos exemplos de amigos. Como o Yuri me disse, a gente já tem as nossas tribos, e ele precisa encontrar a dele.

Brutus: - Verdade. O grandão também não pode depender apenas da gente.

Zedu: - Fui me desculpar, mas ele não quis falar comigo.

Brutus: - Deixa ele quieto, ele vai pensar direito. (olhando para o céu) – Acho que vai chover. Vamos tirar as fitas?!

A minha tia chegou em casa e se assustou quando viu o meu nariz. Falei que não era nada demais e que ficaria bem. Ela falou que ia sair para jantar, mas se fosse necessário era cancelava. Eu a tranquilizei e disse que tudo ficaria bem.

Olivia: - Yuri. Eu ainda me sinto mal em te deixar sozinho.

Yuri: - Tia. Eu me viro. Não está doendo, apenas vermelho. E preciso melhorar até a festa amanhã.

Olivia: - Yuri. Acho melhor você cancelar.

Yuri: - Tia… estou bem. O nariz só tá vermelho, mas não foi nada demais. O Zedu trouxe até presente. (mostrando o ursinho)

Olivia: - Tadinho dele. Do jeito que vocês são amigos ele deve tá se culpando muito.

Yuri: - É. (olhando para o ursinho e sorrindo)

Olivia: - Vou me arrumar. (saindo do quarto do Yuri)

Diogo decidiu ajudar George nos preparativos do aniversário. Eles foram pegar as bebidas na distribuidora. George não era muito afim de festa, mas aquela era uma ocasião especial, afinal ele pediria o namorado em casamento.

George: - E se ele falar não? (enquanto dirige)

Diogo: - O Jonas te ama. Ele nunca negaria um pedido desse.

George: - E o Yuri?

Diogo: - O que tem ele?

George: - Percebi que você olhava pra ele de um jeito diferente.

Diogo: - Ele… ele é apenas um amigo e… e… bom… o foco da conversa é o seu relacionamento com o Jonas.

George: - Diogo. Te conheço. Sei que fica todo bobo quando gosta de alguém.

Diogo: - Mas tem outro cara na jogada. Ele é bonito, atlético e acho que corresponde, mas tem medo.

George: - Então deveria se aproveitar desse medo. Olha. O Yuri é um gordinho lindo e não ficará solteiro por muito tempo.

Diogo: - E se ele achar que estou apressando as coisas? O conheço a uma semana.

George: - Pode ser arriscado, mas se o outro chegar primeiro?

Após a minha tia sair com o Orlando decidi lavar as louças da janta. Meus irmãos em dia de semana dormem cedo, Graças a Deus. Fiquei pensando na vida quando começou a chover. Admirei da janela as gotas de água caindo sob as plantas do quintal. Recebi uma mensagem do Zedu. Ele estava do lado de fora de casa. Abri a porta e ele estava todo molhado. O chamei para dentro e fomos até o meu quarto. A chuva estava mais forte e com vários relâmpagos no céu.

Zedu: (com os braços cruzados por causa do frio) – Acho melhor eu ir.

Yuri: - Cê tá louco? Pode pegar um resfriado. Tira a roupa. (entregando uma toalha para Zedu)

Zedu: - Não quero incomodar.

Yuri: - José. (olhando para Zedu) – Pega essa toalha, tira essa roupa e me dá que vou colocar na secadora.

É engraçado como o clima de Manaus é confuso e geralmente quando chove é muito forte. Não seria louco de mandar o menino embora naquele temporal. A minha tia e Orlando ficaram presos no trânsito, assim como toda cidade grande, a capital do Amazonas para quando chove.

Orlando: - Eita. (com dificuldade de enxergar o trânsito)

Olivia: - Acho melhor a gente parar.

Orlando: - Vamos parar em uma parte alta. Essa rua costuma alagar. Ainda mais aqui no Centro.

Olivia: - Nossa. (se assustando com um trovão)

Orlando: - Vai se acostumando. Essa ainda é uma chuva fraca.

Olivia: - Só espero que os meninos estejam bem em casa.

Orlando: - Você é uma tia muito zelosa. Eles tem sorte de ter você.

Olivia: - Eu é que tenho sorte. Aprendo muito com eles. Acho que sou uma pessoa melhor por causa deles. Não é uma tarefa fácil, ainda mais com a Giovanna que é tão geniosa.

Orlando: - Poderíamos fazer um programa todos juntos.

Olivia: - Quem sabe.

Em casa, eu e o Yuri ficamos assistindo a um programa de televisão. Era uma competição de doces, sempre gostei desse tipo de programa. Ele ficou quieto, mas percebi que ele queria dizer algo. Passei uma pomada para que meu nariz não ficasse tão vermelho. Fui até o espelho para ver se tinha passado direito, quando voltei o Zedu estava em pé na minha frente.

Yuri: - Zedu?

Zedu: - Yuri. Eu… eu…

Yuri: (pegando no ombro de Zedu)

Quando encostei no ombro dele pude sentir a vibração de seu coração. Estava rápido e frequente. Do nada, o Zedu me abraçou, pela primeira vez não fugi e o abracei novamente. O meu amigo começou a chorar e ficamos abraçamos por quase cinco minutos, queria dizer algo, mas nada saia da minha boca. Depois nos afastamos.

Zedu: - Eu não quis fazer isso.

Yuri: - Foi um acidente, essas coisas acontecem. Não chora.

Zedu: - O pessoal… o pessoal na escola… eles… eles gostaram do que eu fiz. Todos riram e pensaram que eu fiz de propósito, mas não foi…

Yuri: - Ei. (pegando no rosto de Zedu) – Eu sei. Você nunca me machucaria. É o meu melhor amigo. Confio muito em você.

Zedu: - Estou parecendo um idiota, né?

Yuri: - Não. Está parecendo um humano. (se assustando um trovão)

Zedu: - Não se assusta. Estou aqui. Te protejo.

Yuri: - Claro. O meu segurança usa apenas uma toalha enrolada no corpo. (rindo)

A minha tia teve uma noite agradável com Orlando, mas precisava conversar com ele sobre um assunto muito delicado. Ela tentou durante várias vezes falar, mas sempre acontecia algo e não conseguia.

Olivia: - Orlando. Espera. Precisamos conversar.

Orlando: - Pensei que estávamos.

Olivia: - Estamos… olha. É o seguinte… eu transei com outra pessoa. (chamando a atenção dos outros clientes)

Orlando: - Bem. Isso não é algo para se conversar durante uma janta, mas... (tomando um pouco do vinho)

Olivia: - Desculpa, desculpa te falar dessa forma, mas estou tentando te avisar há um tempo e você sempre muda de assunto.

Orlando: - E você gosta dessa pessoa?

Olivia: - Não sei. É muito confuso pra minha cabeça, eu não quero machucar ninguém nessa história.

Orlando: - Tudo bem. Vou te dar o tempo necessário.

Olivia: - Eu não queria te falar dessa forma… eu… eu realmente sinto muito.

Orlando: - Olivia. Já vivi muitas coisas na minha vida. Sei ter paciência.

Olivia: - Obrigada. Isso é importante para mim.

Quando a chuva passou emprestei um guarda-chuva para Zedu e ele foi pra casa. Subi para o quarto e não demorei para dormir. Nem vi o horário que a minha tia chegou em casa. No dia seguinte, o meu nariz continuava doendo, mas não estava tão vermelho. Liguei para Letícia e pedi para ela passar em casa, afinal não queria ir parecendo o bozo para a festa.

Yuri: - Bom dia.

Olivia: - Bom dia. (pegando no rosto de Yuri e verificando o nariz) – Melhorou mais.

Yuri: - Sim. Ainda tá doendo muito, mas estou melhorando.

Olivia: - Você não vai pra festa né?

Yuri: - Ah tia. Por favor.

Olivia: - Tá bom, mas nada de beber, usar drogas ou fazer sexo, não quero menina grávida aqui na porta de casa. (parando e fazendo uma careta) – Credo. Pareço a mamãe.

Yuri: (rindo) – Parece mesmo. Até me assustei. (indo para a sala)

Letícia, sua mãe e Ramona chegaram cedo ao estúdio de gravação. A minha amiga precisou se maquiar e trocar de roupas. Ao todo, seriam dois comerciais para a televisão e uma sessão de fotos. Um produtor chegou e entregou as falas de Letícia, a minha amiga leu tudo com atenção e decorou fala por fala.

Keila: - Você está linda, filha.

Ramona: - Verdade amiga.

Letícia: - Obrigada gente. Estou preparada, quero arrasar. (entregando os papéis para sua mãe)

Keila: - Lembra que você tá linda. Nada vai te deter.

Letícia: - Pode dei… (esbarrando em Arthur)

Arthur: (segurando Letícia) – Tudo bem?

Letícia: - Estou ótima. (olhando para Arthur com cara de boba)

Arthur: - Não vi você chegando.

Inácio: - Filho. Não vai derrubar a nossa estrela.

Ramona: (falando baixo) – É mais fácil ela o derrubar. (rindo)

Keila: - As gravações vão começar Inácio?

Inácio: - Sim. Filho, você pode levar nossas convidadas para a sala de espera. Acho melhor para a Letícia se concentrar.

Arthur: - Claro, pai. Vamos moças?

Ramona: - Arrasa Lê!

Keila: - Estaremos te esperando filha.

Um arraso. As gravações e fotos foram um sucesso. A minha amiga chamou a atenção de todos, mas principalmente de Arthur, o filho de um dos diretores. O jovem ficou bobo quando viu a beleza de Letícia. Depois do trabalho, eles trocaram telefone e a minha amiga ganhou seu cachê. Alegre, ela decidiu pagar um lanche para sua mãe e Ramona.

Fomos fazer compras para abastecer a dispensa. Eu era responsável por fazer o inventário, mas sempre acrescentava uns docinhos a mais. A minha irmã era mais ligada em produtos de beleza e o Richard em produtos químicos. Cheguei em casa morto. Deitei e dormi toda tarde, quando acordei olhei para o celular e umas 20 mensagens do Diogo.

Yuri: (mensagem de texto) – Desculpa, dormi. Não vou furar. Chego às 21h.

Havia comprado uma roupa nova para a ocasião. As meninas chegaram em casa para me ajudar na maquiagem, de acordo com a Ramona a cor da maquiagem certa para o meu tom de pele é branco papel, ela estava brincando é claro. Finalmente as minhas amigas deram um jeito no meu nariz, mas precisaram passar quase 1kg de maquiagem no meu rosto. A minha tia me levou até a casa onde estava acontecendo a festa.

Olivia: - É esse endereço?

Yuri: - Sim. Obrigado. (beijando a tia)

Olivia: - Yuri. Quando quiser voltar me liga. Cuidado. Não aceita bebida de estranho ou qualquer tipo de coisa.

Yuri: - Tia vou ficar bem. (saindo no carro) – Te amo.

O lugar estava bem ornamentado, na entrada encontrei uma dragqueen que tinha o dobro do meu tamanho, confesso que fiquei assustado. O Diogo estava me esperando na entrada. Ele me levou para a parte de dentro e me apresentou alguns amigos. Nossa. Que lugar era aquele, a maioria dos convidados era gordinho. Estava me sentindo em casa.

Diogo: - Você tá muito bonito. (falando alto por causa da música)

Yuri: - Você também.

George: - Yuri. (abraçando Yuri) – Que bom. Não aguentava mais o Diogo falando de você. (rindo)

Jonas: - Amigo. (beijando Yuri no rosto) – Que bom. Aproveita. Tem bebida, comida e até piscina. (rindo) – Vamos dançar. (levando George para a pista de dança)

Diogo: - Vamos? (pegando Yuri pela mão e o levando até a pista)

Yuri: - (indo com Diogo)

A gente dançou e riu bastante. Do lado de fora, Vando e alguns amigos passavam de moto. Eles perceberam que a festa era para o público gay. Ele então teve uma de suas ideias geniais, claro que vindo do Vando boa coisa não devia ser. Lá dentro, eu parecia estar em outra realidade. As pessoas eram iguais a mim e pareciam não se importar com seus pesos ou medidas. Fomos todos para uma parte mais afastada da festa para conversar e alguns fumar.

George: - Então, Yuri. Gostou? (tragando um cigarro)

Yuri: - Demais. A primeira vez que eu vou para uma festa.

Hélder: - Olha quem chegou?! (gritando) – A diva que vocês querem copiar!! (descendo até o chão)

Yuri, Diogo, George e Jonas: (rindo e aplaudindo)

Jonas: - Espera até ir a uma boate Yuri. Principalmente as de ursos. Infelizmente não existe esse tipo de evento aqui. A única parte ruim de morar em Manaus.

Hélder: - Nós gordinhos sofremos. É uó.

A minha tia tentou uma atividade em família com Richard e Giovanna, mas as coisas não deram muito certo. Ela decidiu ir para o quarto dormir, mas Carlos a ligou. No início ela tentou despistar, mas não conseguiu.

Carlos: - Eu vou pedir demissão. Vou fazer isso na segunda-feira.

Olivia: - Carlos. Não faça isso. O estágio é importante para a tua faculdade.

Carlos: - Eu prefiro seguir o meu coração. E ele diz para escolher você.

Olivia: - Vamos esperar. Eu não quero que tome atitudes precipitadas. Por favor.

Carlos: - Tudo bem. Eu só queria te beijar.

Olivia: - Carlos. Eu preciso ir. (desligando) – Senhor. Esse quarto está quente. (sentando na cama)

A festa continuou bombando. A gente cantou parabéns e comemos o bolo. Voltamos para a pista de dança e começou a tocar uma música romântica. Fiquei perto do Diogo, um pouco sem graça, ele colocou a mão em volta da minha cintura e eu nos ombros dele.

Yuri: - (riso abafado)

Diogo: - O que foi?

Yuri: - Nunca dancei assim. Tão…

Diogo: - Tão perto? (beijando Yuri)

Yuri: - (empurrando Diogo)

Diogo: - O que foi?!

Yuri: - As pessoas vão olhar.

Diogo: (puxando Yuri para perto) – Yuri. Só tem gay aqui. (beijando Yuri)

Yuri: (retribuindo o beijo)

Sim. Beijei muito o Diogo. Ele era um fofo, um cavalheiro. Infelizmente começou a ficar tarde e decidi ir embora, não queria incomodar a minha tia e o Hélder ia me levar em casa. Ele só pediu para se despedir de uns amigos. Eu e o Diogo ficamos esperando na calçada, haviam outros casais gays também.

Diogo: - Você gostou? (abraçando Yuri)

Yuri: - Sim. (fazendo carinho no rosto de Diogo e o beijando intensamente)

Diogo: (ficando sem ar) – Nossa. Você é tão lindo.

Yuri: - E como você vai pra casa?

Diogo: - O George vai me levar. Sem problemas. Só queria que você não fosse embora. (beijando Yuri)

Yuri: - Minha tia. Nem sei como ela ainda não ligou. (beijando Diogo)

O momento era mágico. O Diogo estava me conquistando aos poucos. Estava perfeito até que sinto uma coisa molhada atrás de mim. Era o Vando e sua turma jogando balões de água em todo mundo. Ele pediu para uma amiga dele gravar e vibrou quando me viu beijando o Diogo.

Vando: - Olha só. Além de gordo é viado. Teus amigos sabem disso?

Yuri: (assustado)

Diogo: (ficando na frente de Yuri)

Vando: - Olha só rolha de poço. Tem até um vídeo teu. (rindo alto) – Obrigado. Vamos. (carro saindo cantando pneu)

Hélder: (no chão) – Homofóbicos filhos da puta.

George: - Gente, o que aconteceu? (pegando Hélder do chão)

Jonas: - Isso é tinta? Meu Deus.

Diogo: - Você tá bem? (tirando um balão que ficou preso no cabelo de Yuri)

Yuri: - Eu preciso ir pra casa. (ainda em choque e se afastando de Diogo)

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