01x02 - CONHECENDO MAIS A TURMA

Conto de escritor.sincero como (Seguir)

Parte da série AMOR DE PESO

Papai e Mamãe,

Sai do Rio de Janeiro para morrer em um assalto no Amazonas. Isso não era justo. Ainda tinha tantas coisas para fazer, como pegar o Zedu, perder 30 quilos e talvez ganhar um prêmio nobel da paz. O que vai ser dos meus irmãos? E da tia? Não podia ser verdade. Não!

Yuri: - (com as mãos para cima) – Leva o que você quiser, mas não me mate.

Uns garotos saíram de uma parte escura da rua, todos rindo alto. Um deles era Vando, um cara sem noção que morava nas redondezas. Ele estava filmando tudo.

Vando: - Pensei que um cara desse tamanho fosse mais valente. Olha quase fez xixi na calça.

Renato: - Eu pensei que ele fosse desmaiar.

Vando: - Precisa ser mais valente rolha de poço. (rindo alto e mostrando o vídeo para Yuri) – Olha. (rindo)

Yuri: - Idiota. (pegando minha mochila no chão e indo para casa)

Nilton: (chegando na moto) – E aí? O baleia se assustou?

Renato: - Quase mijou nas calças. Vai ser divertido ter mais um para brincar.

Vando: - Esse é meu, hein, já aviso logo. (colocando o vídeo para rodar mais uma vez) – Que imbecil. (rindo junto aos amigos)

Idiota. Babaca. Cara desprezível. Tudo de ruim que existe dentro de mim parecia querer sair. Cheguei em casa e o pessoal não estava. Abri um pacote de biscoito e fiz quatro sanduíches, a comida me confortava de algum jeito. Era um alívio. Vou para o meu quarto, abro o computador e a Ramona havia mandado algumas fotos no meu e-mail. Selecionei algumas para imprimir. Fiquei admirando o Zedu por algum tempo, ele era realmente lindo. Dormi com o notebook em cima da cama.

Acordei cedo para preparar o café dos meus irmãos, o Richard é intolerante a lactose, então era preciso ter cuidado com a alimentação dele. Geralmente eram coisas mais naturais. A minha tia já se preocupava com tanta coisa, deixei essa responsabilidade para mim. Infelizmente, o Richard não cooperava, sempre que eu achava uma receita nova, ele praticamente cuspia na minha cara.

Richard: - Essa banana tá gostosa.

Yuri: - O que você aprontou?

Richard: - Nada….

Yuri: - O que você fez? (olhando bem nos olhos de Richard) – Quebrou algo? Matou algum animal inocente? Bateu em alguém? Envenenou a água do bairro?

Richard: - Não. Na verdade… eu queria ir lá na quadra do Parque. O Zedu disse que eles vão treinar lá.

Yuri: - Você? Perto de outras crianças? (riso alto) – Nem pensar. (balançando a cabeça negativamente)

Richard: - Qual é! Só hoje!

Giovanna: (entrando com uma toalha na cabeça e um roupão rosa choque) - O que houve?

Yuri: - Teu irmão quer jogar futebol.

Giovanna: - Nem pensar! Lembra o que aconteceu da última vez que a gente deixou ele praticar algum tipo de esporte?

RIO DE JANEIRO – MESES ANTES

Richard: (afogando um outro garoto na água) – Fala… fala de novo….

Treinador: (correndo) – Pelo amor de Deus. Richard… solta o Jorge!!!! Solta o Jorge!!!

MANAUS – ATUALMENTE

Yuri: - Pobre Jorge. Acho que a família dele até mudou de cidade.

Giovanna: - No dia seguinte.

Richard: - Eu vou!!!! (batendo com as duas mãos na mesa)

Yuri e Giovanna: (se olham assustados)

Yuri: - Tá bom. Mas a gente vai com você. E se você pensar em aprontar qualquer coisa… eu faço a titia te colocar 11 anos de castigo.

Giovanna: - E só vamos depois que eu secar meu cabelo e fizer minhas unhas. (saindo da cozinha)

Yuri: (olhando para Richard) – Você é do mal, garoto. (saindo da cozinha) – E não mexa no faqueiro!!!!

Escolhi uma bermuda e uma camiseta mais leve para usar naquela tarde. Pela primeira vez o calor de Manaus deu um tempo e não sofreria por causa da alta temperatura. Chegamos no Parque e a turma já estava lá, para a minha surpresa o Vando também. A Giovanna levou uma cadeira de praia e ficou lendo um livro. O Richard era o mais animado, logo pediu para experimentar o Slackline, um esporte onde se coloca uma fita elástica entre dois pontos e pode fazer manobras, fiquei preocupado, mas descobri que o Brutus e Zedu eram campeões da modalidade.

Zedu: - Quer experimentar, Yuri?

Yuri: - Acho melhor não!

Me imaginei subindo naquela corda e quebrando tudo. Era difícil para mim, com todo aquele peso praticar qualquer tipo de atividade física, na verdade a maior parte era preguiça mesmo.

Brutus: - Vamos lá. (me estendendo a mão) – Levanta daí e vamos experimentar.

Vando: - A corda vai é quebrar com tanto peso. (rindo)

Brutus: - Pirou Vando?

Zedu: - Se não quer ajudar, também não atrapalha. Ok.

Yuri: - Deixa quieto gente. Vou ver como a Giovanna tá. (saindo de perto dos meninos)

Richard: (pulando da corda em cima de Vando)

Vando: (caindo no chão) – Porra.

Richard: - Desculpa. Foi sem querer.

Graças a Deus que apesar de tudo, o meu irmão ficou comportado. Imaginei ele aprontando muitas coisas, mas ele ficou concentrado em aprender mais sobre como manter o equilíbrio. Depois de um tempo chegaram Ramona e Letícia, as duas também eram fera no slackline. Deram um show nos professores.

Zedu: - Elas aprenderam tudo o que a gente sabe. (sentando ao lado de Yuri)

Ramona: - É tão bom quando as alunas superam os mestres.

Letícia: (descendo da corda) - Ah gente. Hoje meus pais não estarão em casa. Vamos assistir a um filme?

Richard: - Eba. Quero assistir o Massacre da Foice Sangrenta parte 4 – Os comedores de tripas.

Todos: (olhando para Richard)

Vando: - Esse menino não é normal. (saindo)

Letícia: - Ainda bem que ele foi embora. (olhando para Richard) – E não. Esse filme não tem muito sangue.

Richard: - Eu desconfiava disso. A segunda parte é melhor. Tem aquela cena que o bebê recém-nascido arranca os olhos da mãe dele.

Letícia: - Adoro esse filme.

Yuri: - Oi?! Gente. Eu preciso levar eles pra casa. A minha tia deve tá chegando em casa.

Fiz a janta dos meus irmãos e avisei a minha tia que assistiria a um filme na casa da Letícia. Antes de sair fiquei preocupado com o Vando, mas a Letícia disse que ele era acostumado a fazer isso, tanto que era proibido de ir na casa dela.

Yuri: (batendo na porta) – Letícia?! Sou eu.

Leonardo: (abrindo a porta) – Olá?

Yuri: (paralisado e pensando: Que Deus grego é esse?!)

Leonardo: - Oi?

Yuri: - A… a …. Letícia está?

Leonardo: - Está sim. Pode entrar.

Leonardo era o irmão da Letícia que estava na faculdade. Ele era lindo. A beleza era de família. Ele era alto, branco, cabelo curto e um tanquinho que dava inveja em qualquer garoto. Ele me levou até o quarto de Letícia e era totalmente diferente dos quartos de meninas que já entrei. As cores eram neutras e haviam fotografias espalhadas em toda parede. A maioria era com a turma.

Yuri: (sentando na cama)

Letícia: (saindo do banheiro apenas de sutiã e calcinha) – Oi, amigo. Chegou cedo! Bom que me ajuda a preparar uns petiscos. Tem pipoca, pão de queijo e acho que farofa de calabresa. (colocando um short e uma blusa bem folgada) – Vamos.

Yuri: (sem graça) – Sim. Vamos.

Essas pessoas magras e bonitas são tão destemidas. Nunca que eu ficaria assim tão à vontade com pouca roupa. E por causa do calor da cidade, os magros podiam andar descamisados a qualquer momento do dia. Eu olhei para um grande espelho que havia na sala da casa de Letícia e me imaginei com muitos quilos a menos. Era um sonho impossível, ainda teria que trabalhar muitos problemas internos. Eu tinha consciência disso, mas não tinha coragem de começar.

Letícia: - Yuri. Coloca os sucos em jarras, por favor. Elas estão na prateleira amarela.

Yuri: - Claro.

- Campainha tocando -

Letícia: - Deixa eu ir atender por que o folgado do Leonardo não vai. (saindo)

Estava com dificuldades para pegar as jarras. De repente sinto alguém me pegando por trás. Era o Leonardo, na hora tenho uma ereção. Ele me ajudou a pegar as jarras, mas ficou um tempo extra se esfregando em mim. Eu não acreditava que aquilo realmente estava acontecendo. Infelizmente durou pouco. O Leonardo se afastou quando o pessoal entrou.

Yuri: (segurando as jarras) – O…. oi. Oi.

Ramona: - O que foi? Parece que viu um fantasma.

Zedu: - Oi?!

Brutos: - E aí gigante!

Ramona: - Trouxe umas bebidinhas que o papai estava guardando. (abrindo a bolsa e tirando várias garrafinhas)

Yuri: - (colocando o suco nas jarras) – Letícia. Coloco na geladeira?!

Letícia: - Sim. Vou ver os DVD's vocês podem fazer a pipoca?

Ramona: - Eu faço. É capaz desse povo queimar tudo.

Brutus: (pegando uma garrafa de wisky) – Vamos começar os trabalhos?

Zedu: - Um copo pequeno e você Yuri?

Yuri: - Ah… o mesmo que você. (saindo da cozinha) – Letícia?!

Letícia: (olhando vários DVDs na sala) – Oi?

Yuri: - Posso ir ao banheiro?!

Letícia: - Claro. É lá em cima. Primeira porta a direita.

Yuri: - Valeu. (subindo as escadas)

Era a primeira vez que eu beberia álcool. Estava nervoso, principalmente pelo que aconteceu antes com o irmão da Letícia. Entrei no banheiro e sentei no vaso. Respirei fundo e fui até a pia para lavar o meu rosto. Olhei no espelho e respirei fundo novamente. Ao sair do banheiro esbarrei com o Leonardo.

Leonardo: - Você é gostoso. Não sabia que minha irmã tinha amigos gordinhos. Eu me amarro em gordinhos. Qual sua idade?

Yuri: - 16… eu… eu tenho 16.

Leonardo: - Tenho 18. Não é muita diferença é? (pegando na minha mão e me levando para o seu quarto)

Meu coração disparou. O Leonardo me sentou em sua cama e ficou em pé na minha frente. Era a primeira vez que eu veria um pau na minha frente. Ele baixou a bermuda e lá estava. Um lindo pênis, branco, veiudo e com a cabeça vermelha. Ele balançou e o seu pau começou a crescer.

Leonardo: - Já levou 19 centímetros?!

Yuri: - Não. Eu…. Ainda não… sou….

Leonardo: (colocando a mão de Yuri em seu pênis) – Olha como é grosso. Pode pegar.

Sim. Eu estava pegando em um pau pela primeira vez. Era grosso, quente e estava bem perto da minha boca. Nunca em todos os meus sonhos eu imaginaria uma coisa daquelas, quanto mais faria. O Leonardo pediu para eu chupar, ou cair de boca. No início hesitei um pouco, mas logo coloquei o pau dele dentro de mim. Tinha um gosto salgado, mas nada ruim. Ele deixou eu brincar um pouco. Até que:

Letícia: - Yuri!!!! Desce logo!!! Vamos começar.

Leonardo: - Acho melhor você ir. (colocando a bermuda) – Ei. Se você contar pra alguém, eu acabo com você.

E essa foi a minha primeira experiência homossexual. Chupei um pau. E recebi uma ameaça também. Desci e todos já estavam sentados. Fiquei entre a Letícia e o Zedu. Brutus e Ramona ficaram nas almofadas colocadas no chão. Assistimos 'A noite dos mortos vivos', de 1967.

Brutus: - Mulher burra! Corre!!

Ramona: - Você sabe que isso é um filme né? E que ela não tá te ouvindo?

Zedu: (riso abafado)

Brutus: - Ela é burra de qualquer jeito.

Zedu: - Yuri. Quero me esticar. (pegando uma almofada e colocando no meu colo) – Vou deitar um pouco.

Yuri: - (Tendo uma ereção). Tá. Pode encostar sim, mas depois cobro R$ 10.

Zedu: - Valeu. Aceita cartão de crédito?! (rindo)

Letícia: (colocando a cabeça no ombro de Yuri) – Gente. Que horror. A filha comendo a própria mãe.

Brutus: - Quem mandou ser burra. Poderia ter escapado sem ser mordida. Foi abrir a porta.

Ramona: - Santo Deus. Gente é um filme.

Zedu: (olhando para Yuri)

Yuri: (olha para Zedu e sorri)

Zedu: (disfarça e olha para a televisão)

Depois que o filme terminou, Ramona trouxe as bebidas e colocou em copos totalmente errados para a ocasião. A gente bebeu bastante, a primeira vez que ingeri álcool na vida. Fiquei um pouco zonzo e decidi parar. Ficamos conversando e cada um foi para sua casa.

No dia seguinte, acordei com uma forte dor de cabeça e tomei um remédio para aliviar. Fiz o café dos meus irmãos e voltei a dormir. Acordei para fazer o almoço e dormi novamente. Além de dores, a bebida também me deixava mais sonolento. Sonhei que fazia sexo com o Leonardo. Acordei melado.

Yuri: - Que droga. (indo até o banheiro e tirando a cueca) – Vou ter que lavar você agora. Se a titia pegar isso. Estou morto.

A titia estava trabalhando muito. Na empresa, ela precisava lhe dar com pessoas muitos influentes, então sempre estava preocupada com alguma coisa. A firma pagava e bem, mas ela decidiu dar uma notícia nada agradável para nós naquela noite.

Olivia: - Meus amores. Quero conversar com vocês. Sentem aqui

Giovanna:- Vamos voltar para o Rio de Janeiro? (toda alegre)

Olivia: - Infelizmente não. É algo sobre o ano letivo que vai começar em poucas semanas.

Yuri: - A senhora já escolheu a escola? Eu vi alguns panfletos e existem algumas ótimas, como o La Salle, Martha Falcão, Latu Sensu e Santa Doroteia. São bem localizadas e oferecem uma grade de atividades melhor que as das outras escolas.

Giovanna: - Tendo balé e coral podem me colocar em qualquer uma das três.

Richard: - Quero fazer capoeira!!!! (levantando os braços)

Olivia, Giovanna e Yuri: - Não!!!

Richard: - Tá bom. Escolha qualquer uma então.

Olivia: - Então, como vocês sabem... esse é um ano atípico para nós. Novo emprego e uma cidade onde não conhecemos nada. Estou tendo gastos além do esperado, como comprar novos moveis, por exemplo, e também teve o carro… a gente precisa se locomover de alguma forma….

Giovanna: - Titia… onde a senhora quer chegar com esse discurso?

Olivia: - Conversei com os pais dos amiguinhos de vocês… e eles me indicaram a escola onde eles estudam e….

Giovanna: - Tá… qual delas? La Salle? Latu Senso? Martha Falcão?

Olivia: - É uma escola pública…. (fechando os olhos)

Yuri, Giovanna e Richard se olham.

Olivia: - Então?

Giovanna: - A senhora ficou maluca?! Nunca estudei em uma escola pública. (levantando e andando de um lado para o outro) – A minha vida está arruinada. Escola pública?

Yuri: - Gio. (pegando nos ombros da irmã) – Se acalma.

Giovanna: (chorando) – Me acalmar?! Me acalmar?! O mundo está desabando sobre a minha cabeça e você pede para eu me acalmar?!!! E o dinheiro dos nossos pais? (virando para Olivia)

Olivia: - São para os gastos com a faculdade.

Giovanna: - Vou entrar em uma universidade federal e se eu estudar em escola pública nunca vou conseguir. Quero estudar em uma escola particular. Não sou obrigada a ficar no mesmo lugar que pessoas comuns. Titia, eu fui a melhor da classe em todas as matérias, eu faço balé e canto coral. Eu preciso disso. Eu preciso!!!!! (saindo da cozinha)

Yuri: - Ok. Foi menos pior do que eu imaginei.

Giovanna: (voltando) – Você!!! (empurrando Yuri) – Sabia desde o início né? Concordou com a maluquice dela!

Yuri: - Giovanna chega! Não fale nada que vá se arrepender.

Giovanna: - Quer saber… façam o que vocês quiserem. É apenas o meu futuro que está em jogo. (saindo da cozinha pela segunda vez)

Olivia: - (com as mãos nos ouvidos)

Giovanna: (Bate a porta do quarto com força)

Olivia: - Foi melhor que a reação de quando ela soube da mudança para o Amazonas.

Yuri: (olhando para Richard) – E você? Não vai fazer nada?!

Richard: - (sorriso malandro)

Yuri: - É com esse menino que devemos ficar preocupados. Talvez ele comece uma gangue na escola.

Olivia: - Será que fiz a coisa certa?

Yuri: (abraçando a tia) – Ei. A senhora faz as melhores decisões do mundo. A Giovanna vai esquecer. Ela é uma pré-adolescente. Qual reação a senhora esperava?

Olivia: - Valeu por ficar do meu lado. Sei que isso não te agradou também.

Yuri: - Tia. Não gostei, mas não sou burro. Sei que vivemos em um momento de crise e as coisas não são mais como eram antes. Vou sobreviver.

Encontrei meus amigos, nossa falei amigos? É tão legal fazer parte de uma turma. Ainda estou me localizando e eles contam histórias antigas que eu fico sem entender. Um dia teremos nossas próprias histórias para rir. Eles me levaram para conhecer o Teatro Amazonas. Um lugar completamente encantador, mas para a minha surpresa o único que conhecia o teatro era o Brutus.

Brutus: - Eu também sou cultura.

Letícia: - É realmente encantador. Imagina. (sentando na poltrona que estava localizada na entrada) – Aquelas madames de época. (cruzando as pernas)

Yuri: - Você ia ficar linda em um belo vestido.

Zedu: - E a gente de smoking. Nesse calor dos infernos. (fazendo reverência para Letícia)

Ramona: - Olhem esses detalhes. Quanto trabalho que tudo isso deu? (pegando o celular) – Vamos tirar uma selfie. Venham. (tirando várias fotos)

Depois ficamos em uma praça que integra o espaço do Teatro Amazonas, o Largo de São Sebastião. Pedimos pizza e ficamos conversando sobre vários assuntos paralelos. Eles fizeram perguntas sobre a minha vida e eu questionei eles também. Descobri que a Letícia já quebrou um braço, o Zedu odeia dormir no escuro, a Ramona é fã da turma da Mônica e o Brutus sabe tocar piano.

Yuri: - Gente. E sobre a escola de vocês? Falem um pouco sobre lá.

Zedu: - Ela é bem perto daqui. Você tá afim de passar pela frente?

Nossa. O nome da escola era Dom Pedro 2 e ficava em frente a uma bela praça. O prédio era imponente lembrava algumas escolas lá do Rio de Janeiro. Havia uma quadra bem ao lado e parecia um pouco velha, mas de acordo com a turma era considerada uma das melhores escolas. Eu consegui uma vaga graças ao pai da Ramona, mas precisei fazer uma avaliação. Claro que passei. Os assuntos já havia revisado na escola antiga.

Cheguei em casa e havia começado a terceira guerra mundial. Minha tia não aguentou a teimosia de Giovanna e elas brigaram.

Olivia: - Eu não sei mais o que fazer….

Yuri: - Tia. Eu estava pensando. Eu estou no segundo ano e a gente sabe que é mais caro. Podemos pesquisar escolas mais baratas para os meus irmãos. Eu faço isso.

Giovanna: (sentada na escada ouvindo a conversa)

Olivia: - Yuri. (abraçando o sobrinho) - Você lembra tanto os seus pais.

Yuri: - Sei que o orçamento vai continuar apertado, mas podemos dar um jeito. Eu ainda tenho um dinheiro guardado. Posso ajudar nas despesas da casa e….

Olivia: – Não amor. Você não precisa se preocupar a esse ponto. Vamos ficar bem. Vou ver uma escola para….

Yuri: - Eu já vi. (entregando um papel para a tia) – Essa escola é muito boa e o valor não é tão caro. Se a senhora quiser mexer na minha parte do dinheiro.

Olivia: - Infelizmente. Vou precisar mexer, mas reponho aos poucos.

Yuri: - Vou marcar uma reunião amanhã e peço pro Zedu me levar lá. Vai dar tudo certo. Vou ver como está a fera indomável.

Giovanna: (subindo as escadas e entrando no quarto)

A Tia Olivia estava tentando, eu percebia, mas, ao mesmo tempo, era visível que ela não parecia bem. Acho que ela precisava de um namorado ou amigos pelo menos. Era apenas do trabalho para casa. Torcia para que ela conquistasse também sorte no amor. O trabalho da minha tia ficava razoavelmente próximo de casa. Ela era advogada de uma grande empresa.

Carlos: - Boa tarde, Olivia? (entregando alguns papéis)

Olivia: - Olá, Carlos?

Carlos: - Então… hoje vamos ter um happy hour após o expediente. Quer ir?

Olivia: - Não sei. Meus sobrinhos estão em casa e….

Carlos: - Eles não podem ficar com a mãe deles?

Olivia: - Ela faleceu. (com cara de poucos amigos)

Carlos: (com cara de idiota) – Er… nossa… eu…. Desculpa. (saindo)

Olivia: (tirando os óculos e rindo) – Ele nunca vai querer nada quando eu contar que sou 'mãe' de três crianças.

Sim. Infelizmente a minha tia estava gostando de alguém, mas nós eramos um empecilho para suas conquistas pessoais. Ela em nenhum momento se questionou sobre suas atitudes. Simplesmente nos abraçou como filhos. Por isso, sempre tentava apaziguar qualquer discussão entre ela e meus irmãos.

Olivia: - (olhando a foto da família de Yuri) – Meu irmão. (chorando) – Estou tentando, eu juro. Eles são tão especiais. Será que eu dou conta? Será?

As férias estão acabando. Consegui matricular os meus irmãos em uma escola particular, claro que olhei a grade de atividades. Eles estarão em boas mãos. Prometo que vou cuidar deles.

Yuri: (batendo panelas)

Giovanna: (descendo as escadas) – O que houve?

Richard: (com as mãos nos ouvidos) – Eu quero dormir.

Yuri: - Atenção galera. (olhando para Giovanna e se assustando) – Credo. O que é isso verde no teu rosto?

Giovanna: - Creme de abacate com uvas verdes. Agora posso saber porquê me acordou tão cedo? Não dormi oito horas.

Yuri: - Richard acorda.

Richard: (com o rosto na bancada de mármore resmunga alguma coisa)

Yuri: - Então. O aniversário da Tia Olivia é nessa quinta-feira.

Giovanna: - Ebaaa. (em tom irônico) - Posso voltar a dormir?!

Yuri: - Pensei que vocês fossem mais bem-agradecidos. A tia Olivia é a única razão de não terem nos mandado para o orfanato.

Giovanna: - Também não precisa pegar tão pesado. Tá bom. Qual é a ideia?

Richard: (resmungando)

Yuri: - Ela está sobrecarregada, então vamos comprar para ela um dia no SPA e depois fazer uma festa surpresa.

Giovanna: - Claro. E com qual dinheiro vamos fazer isso?

Yuri: - Boa pergunta minha querida irmã. (tirando alguns objetos de uma caixa) – Precisamos de R$ 350.

Giovanna: (dando um gritinho) – Jamais. (pegando um mp4) – Não vamos vender nossas coisas.

Yuri: - Você nem usa mais isso. Agora só ouve música no seu Ipad.

Giovanna: - Tem um valor sentimental.

Yuri: - Não viaja. O Brutus conhece uma pessoa que compra tudo isso por um preço bem legal. E com ele conseguiremos bancar o presente e a festa surpresa.

Richard: - (resmungando)

Yuri: - Os convidados?! Serão nossos amigos da rua e vou ver se ela tem amigos no trabalho.

Giovanna: - Ela é velha. Não ia conseguir fazer amizades em três semanas.

Yuri: - (virando os olhos)

Giovanna: - Olha o derrame irmãozinho.

Yuri: - Vamos lá. Eu fico com o presente e a comida.

Giovanna: - Novidade.

Yuri: - E você fica de organizar a festa. Te passo a lista de convidados até hoje a noite.

Falei para o Zedu o nome da empresa onde a minha tia trabalhava e seguimos para lá. Era um prédio enorme e achar o setor jurídico foi complicado. Falei com uma das coordenadoras e expliquei o que estava acontecendo. Ela me direcionou até o Carlos. Nossa e que gato. Ele era o estagiário do setor jurídico.

Giovanna: - Você não é muito velho para ser estagiário? Pensei que os estagiários fossem mais novos.

Yuri: - Giovanna. (apertando o braço da irmã) – Desculpa Carlos. Ela bateu a cabeça quando era pequena.

Carlos: - Tudo bem. Crianças são crianças né? (pegando na cabeça de Giovanna e piscando) – Então. Vocês são os famosos sobrinhos da Olivia.

Zedu: - Eles são. Sou apenas amigo da família.

Yuri: - Então, Carlos. Eu sei que a minha tia trabalha a pouco tempo aqui, mas queria convidar algumas pessoas da empresa para celebrarem o aniversário dela.

Carlos: - Puxa que legal. Vou ficar de olho nas pessoas que ela mais fica em contato. Me passa o teu whatsapp.

Enquanto isso, a minha tia estava em frente a um juiz defendendo a empresa de um caso trabalhista. Ela argumentou tão bem que conseguiu livrar o seu chefe de pagar uma bela quantia em dinheiro. Após as apresentações, a minha tia foi surpreendida pelo juiz.

Orlando: - Boa tarde.

Olivia: - Senhor. Boa tarde. Gostaria de algo?

Orlando: - Tomar um café. Você aceita?

Olivia: - Não acho que isso é….

Orlando: - Vai desacatar a ordem de um juiz?! Tem certeza? (rindo)

Olivia: - Um café. Acho que tenho tempo. (rindo)

Sim. Minha tia decidiu dar uma chance ao juiz. Afinal, não era todo dia que ela era chamada para tomar um café. Nesse meio tempo, o Brutus tentava vender alguns pertences nossos. Ele era muito bom em negociar, porque conseguiu a quantia de R$ 550. Dava para pagar o presente e a festa. Quase dei um beijo na boca dele, mas ficou apenas na minha cabeça.

No grande dia, acordei cedo e preparei um café caprichado para a titia. Ela ficou muito feliz quando viu a mesa preparada e tudo o que ela mais gostava de comer.

Yuri: - Espero que a senhora goste.

Olivia: - Puxa. Está tudo tão bonito. Você caprichou hein.

Yuri: - A senhora merece tia.

Olivia: - Por falar em merecer, vou comprar um bolo quando estiver voltando e…

Yuri: - Sobre isso… er…. Tipo…. A gente vai assistir a um filme na casa da Letícia, os pais delas pediram para convidar a Giovanna e o Richard. Eu tinha esquecido do seu aniversário e…

Olivia: - Ah, tudo bem. Um amigo tinha me convidado para ir a um café. Prometo que chego antes das 22h. E vocês, por favor, 21h já em casa.

Yuri: - Pode deixar tia.

Faz tempo que não comemorávamos o aniversário da Tia Olivia. De tarde fomos comprar balões e materiais para a decoração da festa. Ramona e Letícia me ajudaram bastante nessa parte, porque convenhamos, eu não entendo nada de aniversário. Zedu e Brutus foram até o SPA que ficava no bairro vizinho. Nossa como ter amigos facilitava a minha vida. Se eu soubesse que era tão bom, não teria perdido oportunidades de fazer amizade antes.

Na escola, eu sempre era motivo de piada entre os meus colegas, gordo e gay. Nunca fui muito religioso, mas acreditava que Deus não gostava tanto de mim. Eu não me sentia normal em nenhuma área da minha vida, então descontava na comida. Depois de um tempo, os apelidos começaram a não me afetar mais.

Brutus: (encostando no balcão) – Oi, gatinha?! Tudo bem?

Zedu: - Boa tarde. A gente queria fazer uma reserva.

Atendente: - Em nome de que?

Brutus: - Xi, esqueci o nome da tia dele. Deixa eu mandar um zap.

Letícia: (celular vibrando) – Hum… Yuri? O Brutus mandou uma mensagem. Qual o nome da tua tia?

Yuri: - Olivia Gusmão Cervatti. Passa aqui o telefone e eu digito. (pegando o celular)

Os meninos conseguiram marcar um horário para a minha tia. Enquanto isso, continuávamos a organização. Giovanna cuidou da mesa dos doces, e o Richard, bem, a gente deixou meu irmão trancado no quarto. Claro que colocamos água e uns pedaços de pão. Compramos bolo, salgadinhos e tortas, convidamos poucas pessoas, acho que ao todo éramos 30.

Giovanna: - Acabei. Nossa. Sabia que aquela aula de decoração serviria. (limpando as mãos)

Letícia: - Nossa. Você fez isso sozinha?

Ramona: - Olha. Eu não faria melhor. (aplaudindo)

Giovanna: - Yuri!!!! Acabei!!!! (gritando)

Yuri: - (entrando, carregando o bolo) – Poderia ter ficado melhor. A titia não gosta de rosa.

Giovanna: - Contente-se com isso. (saindo)

Letícia: - Caramba. Pegou pesado com ela.

Yuri: (colocando o bolo na mesa) – Não inflem o ego dela. Da última vez deu uma pequena confusão.

RIO DE JANERO – QUATRO ANOS ANTES

Giovanna: (quebrando o projeto de ciências)

Professora: - O que foi?!

Giovanna: - A senhora disse que eu ia ganhar, que meu projeto estava bom.

Professora: - Calma. (segurando Giovanna)

Giovanna: - (chorando) – Você disse que estava bem feito. Eu fiz uma porcaria.

MANAUS – ATUALIDADE

No trabalho, a minha tia revisou um documento e se preparou para ir para casa. Carlos me liga e avisa que ela já estava de saída. Ele convidou algumas pessoas do escritório para ir até minha casa, afinal quem não resiste a uma boca livre?! Só não imaginava que fossem tantas pessoas. Além deles também participaram meus amigos, seus pais e alguns colegas dos meus irmãos. Na verdade, não conhecia nem 50% daquelas pessoas.

Olivia: (tentando abrir a porta do carro)

Orlando: - Precisa de ajuda?

Olivia: - Nossa. Que susto. O que o senhor faz aqui?!

Orlando: - Senhor? Acho que temos quase a mesma idade. Eu estava esperando aquele café. Como você demorou quis vir pessoalmente.

Olivia: - Que gentileza, mas…

Orlando: - Por favor.

Minha tia decidiu aceitar o convite e eles seguiram para um elegante café. Depois, ela contou para Orlando que era seu aniversário e que precisava comprar um bolo para levar. Eles foram em um supermercado, compraram o bolo e algumas bebidas.

Orlando: - Passar o aniversário bebendo em um estacionamento de supermercado em um copinho plástico deve ter sido a melhor festa que você teve.

Olivia: - Confesso que já tive outras mais badaladas, mas de longe a companhia era boa.

Orlando: - Pontos para mim. (beijando Olivia que corresponde ao beijo)

Olivia: - Meus sobrinhos ainda não estão em casa. Eles chegam uma 21h.

Em casa, eu já estava ficando nervosa com a demora de titia. Giovanna entra saltitante falando que o carro da titia havia estacionado e apagamos todas as luzes. Titia e Orlando entram em casa se beijando, ele tira o terno e ela desabotoa a blusa ao mesmo tempo Zedu liga a luz e começamos todos a cantar parabéns.

Ao perceber o que realmente estava acontecendo todos param de cantar. E um clima horrível se instaura naquele lugar. Minha tia fica visivelmente transtornada e Orlando deu um sorriso amarelo para todos.

Giovanna: (olhando para Yuri) – Surpresa.

Yuri: (olhando para a Tia) – Er…. Supresa tia. Feliz aniversário.

Eu queria morrer. Poderiam ter me matado naquele momento e me jogado em qualquer terreno baldio da cidade. Se para mim, o sentimento era aquele para a tia Olivia deveria ser muito pior. Depois do climão, a turma puxou novamente os parabéns, afinal o que é um pouco de merda para quem já tá todo cagado né? Essas foram as palavras de Brutus em uma outra conversa que tivemos sobre o assunto.

Carlos: (abraçando a minha tia) – Parabéns. Felicidades.

Olivia: - Olha. Sobre o que aconteceu eu….

Carlos: - Tudo bem. Sou apenas seu estagiário. Sei como as coisas funcionam. (saindo)

Olivia: - Carlos, espera…

Shirley: (abraçando titia) – Amiga. Arrasou. Tem meninas que querem pegar o Juiz Orlando há séculos e em três semanas você conseguiu. É nossa heroína. Amanhã no almoço você senta conosco. Queremos todos os detalhes.

Yuri: (conversando com os amigos na frente de sua casa) – Gente. Quero agradecer. Vocês me ajudaram muito hoje.

Brutus: - Para com isso gigante. (batendo no ombro de Yuri) – Foi um prazer. Ei… a tua tia… não gosta de garotos de 16 anos?

Zedu: - Cala a boca otário.

Letícia: - Idiota. Parece o Vando falando.

Brutus: - Foi brincadeira. Cruzes. Desculpa grandão.

Yuri: - Relaxa. Bem. Deixa eu ver qual vai ser o tamanho da bronca que vou levar. Tchau.

Entrei em casa no modo furtivo. Nenhum sinal da titia. Encontrei meus irmãos limpando a cozinha. A gente fez tudo rápido para nem olhar para nossa tia.

Giovanna: - A culpa é tua Yuri.

Richard: - É verdade. Me trancou o dia todo no quarto e acabou que eu não precisei fazer nada.

Yuri: - Agora eu tenho que ter uma bola de cristal?

Giovanna: - É verdade. Onde que eu ia acreditar que a Tia Olivia entraria em casa se agarrando com um boy magia daqueles.

Olivia: (entrando e assustando os três) – Estou vendo pouca arrumação e pouca conversa.

Yuri: - Crianças. Subam. Eu arrumo tudo aqui. Vão tomar banho e escovar os dentes.

Giovanna e Richard: - (saindo da cozinha)

Yuri: - Eu disse escovar os dentes Richard. Vou cheirar tua boca!

Richard: (gritando do quarto) – Tá!!!

Olivia: (abrindo uma garrafa de whisk e colocando um copo na mesa) – Foi horrível.

Yuri: (amarrando uma sacola de lixo) – Nem tanto. O pessoal nem comentou ou….

Olivia: (deitando a cabeça na mesa) – Eu quero morrer!!!

Yuri: - Tia. Para de drama. Acontece.

Olivia: - Envergonhei vocês na frente dos pais dos amiguinhos de vocês. A gente se mudou recentemente… eu cuido de vocês… o que eles vão pensar?

Yuri: - Eles não vão pensar nada. A senhora é adulta e tem sua vida. Quando eu chegava em casa chorando porque os outros me chamavam de baleia, orca ou rolha de poço, o que a senhora dizia?

Olivia: - Para você não ligar ou revidar.

Yuri: - Então.

Olivia: - O que eu faria sem você? (abraçando Yuri) – Aceita um copo de whisky?

Yuri: - Tenho certeza que em algum lugar, um adolescente de 16 anos pode ingerir álcool, mas esse lugar não é o Brasil tia. Vou jogar o lixo lá fora.

Olivia: - Vou dormir. Depois desse mico quero acordar só quando todos vocês tiverem 18 anos. (levando a garrafa para o quarto)

Enquanto jogava o lixo, o Leonardo, irmão da Letícia, me abordou. Ele disse que estava passando quando me viu e pediu para entrar. Subimos para o meu quarto. E ele pediu para eu o chupar novamente, fiquei com medo, mas aceitei. O Leo baixou as calças e colocou para fora aquele pau incrível. Era muito gostoso de chupar.

Leonardo: - Tá gostando?

Yuri: - Sim, mas faz menos barulho. O pessoal pode ouvir.

Leonardo: - Chupa… viadinho.

Não demorou muito para ele gozar na minha boca. Ele perguntou se eu tinha alguma camisinha em casa, falei que não. O Leo parecia meio desapontado, então ele pediu para eu baixar as calças. Fiquei muito nervoso, nunca tinha ficado pelado na frente de ninguém. Meu coração acelerou, orei para aquilo terminar logo, quando fui salvo pela Giovanna.

Giovanna: (batendo na porta) – Preciso falar com você agora.

Yuri: (levantando da cama) – Fudeu.

Leonardo: - O que eu faço?! (sussurrando)

Yuri: - Vai pra dentro do armário. É grande e ainda não tem roupa. (abrindo as portas do armário e colocando Leo dentro)

Leonardo: - Que tesão.

Yuri: - Cala a boca. (fechando a porta)

Giovanna: - Yuri!!!

Yuri: - Calma. (abrindo a porta) – Calma. O que foi?

Giovanna: - O que a titia disse?!

Yuri: - Que ficou arrependida.

Giovanna: - E quem era o gato?

Yuri: - Giovanna. Eu tô cansado, tive um dia péssimo e quero dormir. Amanhã conversamos. (fechando a porta na cara de Giovanna)

Giovanna: - Grosso. (indo para o quarto)

Depois que consegui tirar o Leonardo da minha casa fiquei imaginando a cena dele pelado no meu quarto durante toda a noite. Nem preciso dizer que me masturbei mais de cinco vezes. Nossa. Ele era muito gostoso, Manaus era sem dúvidas o melhor lugar para se viver. No dia seguinte, acordei tarde e preparei um café básico para os meus irmãos. Giovanna mostrou o facebook e vi que a Ramona havia colocado algumas fotos do aniversário. Realmente, o namorado da tia Olivia era um gato.

Giovanna: - A Letícia tá lá na porta.

Yuri: - Pede para ela entrar.

Letícia: (entrando na cozinha) – Com licença.

Yuri: - Oi. (abraçando a amiga)

Letícia: - Vamos para a piscina. Quer ir? O meu irmão Leo vai nos levar.

Yuri: - Posso levar as criaturinhas comigo?

Letícia: - Claro. A turma já tá lá.

Yuri: - Crianças! Dois minutos para pegarem sunga e biquíni. Vamos para a piscina! (gritando) – Volto em um minuto.

Giovanna: - Dois minutos? Dois minutos? Preciso ver qual vai ser a cor do biquíni para combinar com a canga e a minha….

Yuri: - Falta um minuto e meio!!! Rápido!!!!

Giovanna: - (voltando com vários biquínis na mão) – Credo. Essa contagem parece a do Master Chef.

Yuri: - (voltando do quarto com uma mochila) – … mãos pra cima!

Letícia: - Vocês são engraçados.

Giovanna: - Já escolhi.

Yuri: - Podemos parar em uma farmácia?! Preciso comprar protetor solar?

Letícia: - Claro. Vamos? O Leo está esperando.

Chegamos na casa da tia de Letícia antes do meio dia, ou seja, o Sol estava imponente em toda sua glória. Passei protetor nos meus irmãos e fui até o banheiro trocar de roupa. Usei uma bermuda azul, aquelas estilo surfista. Gostava dela, pois, não mostrava o meu cofrinho. Voltei para a área da piscina e o pessoal já estava lá.

Brutus: - Vai lá grandão. Pula com tudo.

Zedu: - Vem cara!

Nossa. Zedu… Zedu…. Podia passar o dia te beijando. Mas eu apostaria naquela tarde em alguém que eu teria chances reais de beijar, o Leonardo. Ele estava uma delicia também. Usava uma sunga vermelha que destacava sua pele branca. E que peitoral era aquele. Entrei na piscina e fiquei conversando com ele.

As meninas decidiram pegar sol, meu irmão e o Brutus ficaram praticando slackline. Zedu me viu conversando com Leo e se aproximou. Naquele momento o meu pau estava muito duro, imaginava uma transa entre nós três. Seria uma delicia.

Zedu: (jogando água em Yuri)

Yuri: - Bobo.

Leonardo: - E aí, Zedu? Ainda tá namorando a Alicia?

Zedu: - Terminamos quando a aula acabou.

Leonardo: - Devem voltar quando as aulas voltarem.

Yuri: - Você tem namorada?! (pensando: Merda) – Que bom. Legal.

Leonardo: - Ei, Yuri. Vou tomar alguma coisa. Me acompanha?! (saindo)

Yuri: - Claro. (saindo e olhando para Zedu) – Já volto.

Fomos até um quarto vazio. O Leonardo tirou uma camisinha de uma mochila. O abracei e o beijei com toda força. Como estávamos suados, a sensação de pegação ficou mais gostosa. Ele ficou pelado e eu comecei a chupá-lo. O Leo olhou para mim com a maior cara de safado e perguntou.

Leonardo: - Quer me sentir dentro de você?!

Yuri: - Eu…. Eu….

Email: escrevoamor@gmail.com

Comentários

Há 1 comentários.

Por Jonhy Dellano em 2016-12-08 15:56:47
libera o tobaaaaaaa, gente, legal, você escreve de maneira muito leve. Parabéns <3 *-*