02x15 - Monstros

Conto de Fernando_kalleb como (Seguir)

Parte da série Tudo Que Eu Quero

Oee gatooos, voltei com mais um episódio, aloca vamos pro episodio...

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"A dor crescer, e faz de todos nós monstros..."

...

- C-César? Tudo bem? - Digo. Ao certo não sabia que tudo aquilo ali contido, ainda era forte,eu estava tão feliz, ele havia mudado muito, mas aquele brilho no olhar era o mesmo, aquilo me deixava contente.

- Nando, tô bem, e você? - Pergunta César, do outro lado da tela.

- Ah tô mega contente, Neto saiu da clínica, ele tá feliz. Então, também tô. Você devia ve-lo.

- Por isso que tô aqui. Ele tá aí?

- Então, não tá, mas vou chama-lo...

- Não, ainda não - Fala César, antes de eu chama-lo - Eu... eu...

- Fala? - Digo, esperando um "eu tava com saudades", mas lá no fundo eu sabia que era tolisse da minha parte, esperar um sentimento que eu não tava no direito de cobrar.

- Eu preciso saber se você, tá bem? De verdade, em relação à sua mãe, em relação... a mim - Pergunta César me olhando sério.

- Ah César, tô mais maduro, digamos. Não guardo mágoas de você, o que aconteceu, fica no passado, então, tá tudo bem, entende - Digo, sorrindo. Não estava mentindo, pois estava sendo sincero com ele, e comigo. Aquilo estava sendo um alívio.

- E quanto a sua mãe? Depois de todos esses meses? Não a perdoou? - Pergunta César com um ar de reprovação.

- Eu não sei, não nos falamos, eu não fui atrás dela, eu resolvi dar tempo ao tempo.

- Acha que isso é a coisa certa a ser feita?

- César, eu... Quero tá preparado pra escuta-lá.

- Pronto? Enquanto você não estiver pronto? Essa dor ai dentro, vai crescendo, vai te transformando em um monstro...

- César, eu não tô sentido dor alguma.

- Será mesmo? Nenhuma dor? Nem a minha falta?

- Não, você já deixou de fazer falta a um bom tempo.

César, abre a boca levemente como se eu tivesse dito uma heresia, tenta disfarçar o espanto da minha resposta, aquelas palavras soaram tão fortes, mas o fato é que, aquela era a verdade, por mais dolorosa e fria que fosse. Eu estava feliz com James, César tinha ido embora viver a sua vida em outra cidade, não tinha nexo eu sentir alguma falta dele, assim como nem ele poderia sentir a minha falta.

- Uau, você, mudou... - Fala César, mudando o tom de sua voz.

- Eu só melhorei depois de tanto baque - Respondo.

- Hum, espero que não tenha guardado nenhum rancor ou mágoa de mim.

- Nenhuma César - Respondo com um sorriso no rosto.

- Então, você tá... - César procurava as palavras, mas não saiu nada. Porém, eu já imaginava.

- Namorando? Sim, sim. Com o James.

Mais um espanto para César, seus olhos ficam arregalados, dessa vez.

- Ah, é, então, que legal - Responde César, gaguejando uma pouco.

- É, bastante.

Ficamos em silêncio durante uns segundos. Até que resolvo dar um ponto naquilo.

- Foo bom te ver. Vou chamar Neto.

- Também foi bom ve-lo. Tchau - Diz César, sem esboçar nenhuma emoção.

Olho por alguns segundos a tela do notebook. Seu rosto, cabelos, seus olhos. Fiquei a imaginar, o que havia acontecido a César durante todos esses meses, mas não, eu não podia, pois ele não significava nada mais para mim.

- Tchau, César. - Digo.

Deixo o notebook na cama, saiu atrás do Neto. Vou em direção à cozinha e ele estava lá

Neto estava na cozinha comendo, com uns amigos.

- Ferdes, meu rei, vem cá! - Exclama Neto, me puxando para um abraço.

- Neto, o Ce... - Tento falar, mas ele me interromper.

- Calma aí, tenho que falar umas palavras aqui pra ti - Disse Neto me soltando do abraço - Cara, sério. Eu fico tão alegre toda vez que lembro daquele refrigerante que derramei em você no shopping, imagine, se isso não tivesse acontecido, não íamos nos conhecer, não ia voltar a falar com Cesinha. E nossa apesar de toda treta que já houve, de todas essas idas e vindas, eu conseguir matar o monstro dentro de mim, o monstro das trevas, aquele coração puro que foi atraído, pela sedução dela. Você me ajudou tanto, que sou capaz de dizer que te amo. E só tenho a agradecer - Exclama Neto com os olhinhos vermelhos.

Nos abraçamos novamente.

- Olha, chega né - Digo, rindo e com vergonha - Tenho uma surpresa lá em cima no seu quarto, vai lá ver.

Neto sobe para o quarto. Em seguida, James vem em minha direção.

- Cadê meu beijo? - Pergunta James. Dou seu beijo.

- Pronto tá aí - Digo aos risos.

- Pra onde o Neto foi?

- Ah ele foi falar com o César pelo Skype.

- hum, você falou com ele? - Pergunta James cabisbaixo.

- Falei, mas ei - Digo segurando suas mãos - Foi uma conversa qualquer, não fica assim não.

- É que sei lá - Retruca James, em seguida respirando fundo - é que, tenho medo.

- Não precisa, já estamos juntos a quatro meses, não será o César que vai mudar isso.

James me olha e me abraça.

- Tá bem, desculpa - Jame diz.

De repente começa a tocar Cool for the summer da Demi, e Ster vem correndo na nossa direção.

- GENTE, eu amo essa música, vem vamos dançar - Disse Ster, puxando a gente em seguida para a pista, que no caso é a sala.

Começamos a dançar, não só nós três, mas o resto dos amigos do Neto também. Estávamos tão feliz, pelo fato das coisas estarem indo bem, dançamos, pulamos e gritamos no refrão:

"Don't tell your mother

Kiss one another

Die for each other

We're cool for the summer, ha

Take me down into your paradise

Don't be scared, 'cause I'm your body type

Just something that we wanna try

'Cause you and I

We're cool for the summer!!"

(NARRAÇÃO CÉSAR)

- Tchau, César. - Disse Nando.

Fernando estava tão alegre, tão irradiante, tava tão homenzinho, tive que me conter para não falar sobre mim, era como se estivéssemos voltados no tempo, num tempo que não existia nenhum monstro. Mas é isso aí, sei que está bem com James, em relação à mãe, ele irá perdoá-la, eu sei que vai.

Eu estava sentado na cama com o notebook no colo, esperando o Neto.

- César? - Aparece Neto, com um sorriso que ia de orelha a orelha, e seu cabelo tava todo desarrumado.

- Neto! PORRA - Grito no quarto.

- Nossa, só falta você aqui viado, saudades. Como você tá? E o estágio e ahh temos muito que conversar, pode começar a falar - Exclama Neto.

- Tá tudo bem amigo, mas o.foco não é eu, é você, ta tendo um festão aí, é isso mesmo? - Pergunto dando uma leve gargalhada.

- Eu nem sabia, foi minha mãe com o Ferdes que planejaram e tá bem fodaaaa, só falta você.

- Mas eu tô, no seu coração.

- Vish São Paulo te deixou mais aviadado? - Pergunta Neto dando gargalhada.

Dou um cotoco pela tela pra ele e começamos a rir.

Conversamos um pouco, falei que tava namorando, ele ficou um pouco estranho mas, depois voltou a sorrir.

- Olha, acho que já tomei bastante do seu tempo, vai lá curtir sua festa - Digo.

- Ah que isso, tá bem, mas a gente vai continuar sr falando frequentemente por aqui né?

- Claro né.

- Tá bem.

- Tchau, te cuida hein.

- Ah Cesinha antes de ir.

- Diga?

- Você não perguntou, mas vou falar mesmo assim. Ele tá bem, ele tá feliz, assim como você.

- Eu imaginei, o James tá fazendo bem a ele. Eu só quero que eles sejam felizes.

- Não sabia que você já sabia do namoro deles.

- Já sim, mas enfim, vida que segue. Vai lá parceiro. Cuidado.

- Pra você também.

Desligo a chamada por vídeo e em seguida tiro o notebook do meu colo e deito na cama.

Neto, estava feliz, Fernando também, aliás, eu também.

(NARRAÇÃO FERNANDO)

"Yeah, is it too late now to say sorry?

Cause I'm missing more than just your body

Is it too late now to say sorry?

Yeah I know that I let you down

Is it too late to say I'm sorry now?

I'm sorry, yeah

Sorry, yeah

Sorry

Yeah I know that I let you down

Is it too late to say sorry now?"

Já estava roco de tanto ficar cantando, mas eu estava feliz e estava valendo a pena. Vejo Neto no meio das pessoas e vou falar com ele.

- Falei com o César - Diz Neto.

- Como foi? - Pergunto.

- Ah foi bom, tava com saudades dele.

- Hum, também falei, quando fui ao seu quarto.

- Como foi?

- Normal.

- Sei - Diz Neto rindo - vou pegar uma bebida você quer?

- Não não, valeu.

- Sem graça.

Neto vai para a cozinha e eu volto a dançar com James e Ster. Começa a tocar Tove Lo.

" I eat my dinner in my bathtub

Then I go to sex clubs

Watching freaky people gettin' it on

It doesn't make me nervous

If anything I'm restless

Yeah, I've been around and I've seen it all"

James vem para perto de mim, e me abraça e começar a cantar em meu ouvido:

" I get home, I got the munchies

Binge on all my twinkies

Throw up in the tub

Then I go to sleep

And I drank up all my money

Dazed and kinda lonely"

E me beija ali mesmo, tacando o foda-se pra quem estava ali.

" You're gone and I gotta stay

High all the time

To keep you off my mind

Uh, uh, uh, uh

High all the time

To keep you off my mind

Uh, uh, uh, uh

Spend my days locked in a haze

Trying to forget you babe

I fall back down

Gotta stay high all my life

To forget I'm missing you

Uh, uh, uh, uh..."

(NARRAÇÃO ÁLVARO)

Ding- dong.

- Nossa, pensei que não fosse abrir - Digo.

- Álvaro o que você está fazendo aqui?! - Pergunta Miguel.

Álvaro vai logo entrando.

- Olha eu sei que faz alguns meses que não estamos mais se falando. É e por isso que eu vim aqui, te pedir desculpas. Eu sei que errei, mas sinto falta da sua amizade. E esses últimos meses pensei em tudo o que eu havia feito, as minhas atitudes, no monstro que eu estava sendo, e fui capaz de perceber que eu errei e eu tô aqui pra pedir perdão amigo. - Digo em prantos, com lágrimas caindo dos meus olhos.

- Você acha que eu acredito nesse showzinho? - Pergunta Miguel.

- Não sei se irá acreditar, mas eu estou sendo sincero. Por favor, perdão! - Digo - O que preciso fazer para acreditar em mim?

- O que precisa fazer? Sumir do meu caminho, já é um começo.

- Por favor, sinto sua falta, você é um grande amigo. Se lembra como nos conhecemos? Estavamos na praia e você estava jogando vôlei e eu estava sozinho em um banco até que um grupinho de adolescentes babacas homofóbicos vieram me provocar, até que um deles me deu um soco e outro me jogou no chão e o outro começou a me chutar na barriga, você correu e veio até eles e deu um espanto neles, e cuidou de mim, sem nem me conhecer, naquele dia eu estava com tanto medo. Quando fiz aquelas merdas com você e com Fernando eu também estava com medo. Miguel as pessoas erram, me desculpa, mas a vida não vem com instruções. Eu tô aqui, disposto a não perde-lo - Digo, limpando as lágrimas - Eu tô admitindo meus erros, me dar uma chance, por favor. Perdi James, não posso perder você.

Miguel estava apreensivo, eu via em seus olhos.

- Álvaro, essa é a última chance que eu tô te dando, se você vacilar não haverá perdão. Eu vou odiar você com todas as minhas forças - Fala Miguel.

- Te garanto que você não vai se arrepender - Digo.

Corro para abraça-lo. Começamos a conversar sobre esses últimos meses, ele contou como estava a sua vida, eu falei da minha vida, comemos, rirmos, e assistimos um filme. Já estava anoitecendo e eu tive que ir.

Nos despedimos e ele me deixou na porta. Ao sair peguei o elevador e fiz uma ligação.

- Alô? - Digo, ao atenderem - conseguir falar com Miguel, isso mesmo, fizemos as pazes, agora só falta você fazer a sua parte, tic-tac, não se esqueça, já se passaram 4 meses, o tempo tá acabando, temos que fazer isso antes do casamento, tá ok.

Desligo a chamada.

Saindo pelo portão do prédio do Miguel, o celular toca novamente, ponho no ouvido e atravesso a rua sem olhar para os lados. Ouço uma freiada e uma luz forte em meu rosto. Duas mãos em minhas costas, sinto algum me jogando contra a calçada. Ouço o som de um impacto, um pouco violento. Havia um corpo estendido do outro lado da calçada. Não reconheço de primeiro, forço minha vista e vejo que é Rafael, irmão do Miguel...

(NARRAÇÃO CÉSAR)

- César cheguei - Disse Guto ao chegar em casa - Comprei a janta.

Já estava escuro, aquela noite estava fria, eu estava no quarto estudando. Já fazia algumas horas que eu tinha falado com Neto e com o Fernando.

Guto vem para o quarto e me dar um selinho.

- Falou com o seu amigo? - Pergunta Guto.

- Falei sim - Respondo.

- Ah é, como foi?

- Foi bom, ele tava bastante contente. Na casa dele tava tendo uma festinha.

- Que bom, então, e o... - Guto tenta perguntar, trancando sua afeição

- Sim, ele estava lá, até conversamos um pouco - Digo - Nada demais, aliás, ele tá namorando. Todos ficam bem no final. Não precisar criar neurose.

Guto muda sua afeição, fica mais relaxado, dar até um sorriso.

- Desculpa, sou de escorpião - Fala Guto tentando cortar o climinha tenso. Dou uma gargalhada.

- Ok, enfim, já deu o assunto Fernando, não é mesmo - Digo.

- Por falar em DAR, cadê o J?

- João saiu com uma garota - Digo.

- Esse é o meu garoto.

- Seu garoto? Eu pensei que eu fosse seu garoto - Digo.

- Ah você também é, ciúmes? - Pergunta Guto.

- Eu me garanto, rapaz - Digo, puxando-o para um beijo.

Seguro em sua cintura, começo a joga-lo para cima da cama.

- Sério? - Pergunta Guto, rindo um pouco - Mas ontem mesmo...

- Mas hoje eu quero mais - Digo beijando seu pescoço.

Jogo-o na cama e encaixo minha cintura em suas pernas. Prendo seus pulsos com minhas mãos, começo a beijar seu maxilar, sinto seu volume dar sinal na calça e o meu também estava bombando na bermuda. Uma verdadeira luta de espadas. Apesar de estar frio, estavamos com um fogo inexplicável. Guto solta um dos seus braços, vai descendo em direção ao meu calção e põe a mão por cima e começa a acaricia-lo, ele tira a mão de cima e põe dentro do calção, não vou mentir, adorei.

Eu olhava para seu rosto e o via mordendo os lábios. Levo minhas mãos até o zíper da sua calça começo a abri-la. Tiro do seu corpo, suas vestes, eu faço o mesmo. Estavamos nu, na cama, ele fazia carinho em meu membro e eu acaricava seu belo bumbum avantajado. Guto toma o controle da situação e monta em cima de mim, começar a esfregar seu bumbum em meu pênis. Estico meu braço para pegar na gaveta da cabeceira ao lado da cama, uma camisinha e um lubrificante. Coloco o preservativo e ponho o lubricante também.

Guto começa a deslizar no meu membro, um vai e vem, gostoso, ele me dominava, gemia no meu ouvido e falava palavrão, puxava meu cabelo.

Eu ia ao delírio quando ele rebolava no meu pênis, eu me contraia de prazer, minha respiração estava acelerada. Ficamos ali um bom tempo, até meu corpo começar a contrair, eu tava sentindo que ia gozar. Puxei Guto pelo pescoço para perto de mim para beija-lo, comecei a bombar nele freneticamente, quando vejo começo a soltar jatos quentes dentro da camisinha.

Estavamos suados com a respiração ofegante, Guto se joga do meu lado na cama. Olho para a minha barriga e vejo que estou melado, Guto havia gozado, sem ter ao menos tocado em seu pênis.

Guto deita sua cabeça em meu ombro, ambos estavam cansados, tomando um ar para ir pro banheiro.

Ficamos assim, olhando para o teto, uns 10 minutos, até que resolvo cortar o silêncio.

- Foi bom? - Pergunto, eu sempre perguntava depois das nossas Transas.

- Foi maravilhoso - Responde ele, em seguida me dando um beijo.

- Vamos tomar um banho? - Pergunta Guto.

- Vamos - Respondo.

Ambos se levantam para o banheiro.

A vida é muito engraçada, alguns meses atrás estava perdidamente apaixonado por um adolescente confuso, cheio de pensamentos e dúvidas, mas hoje não. Antigamente, eu ia sentir a falta dele, mas hoje não. Eu ia querer beija-lo, mas hoje não. Eu ia querer o amor dele, mas hoje não. Eu ia imaginar uma vida a dois com Fernando, mas hoje, não...

(NARRAÇÃO FERNANDO)

Já passava das 10h e ainda havia gente na festa do Neto, a sensação que eu tinha é que aquele povo não se cansava de tanto dançar. Eu estava sentado na calçada, na frente da casa do Neto, Ster veio falar comigo.

- Cadê o James? - Pergunta Ster, sentado-se do meu lado.

- Tá dançando que nem um louco - Respondo rindo um pouco.

- Por que está aqui, sozinho?

- Meus pés, já estão cansados.

- Tem certeza que é só isso?

- Tenho? Por que não seria?

- Ah Fê, sei lá, César.

- Sabe - Digo, virando meu corpo para frente dela - Eu o vi hoje e sei lá, não vou mentir que veio uma coisinha aqui dentro, mas nossa talvez seja saudades, tudo o que eu sentia por ele, se tornou um tipo de monstro, aqueles que tem dentro do armário, aquele que tá no escuro à noite em seu quarto, aquele monstro que está debaixo da sua cama. Um monstro que todos nós temos medo, que achamos que vai atacar, que achamos que existe, sendo que não existe. Às vezes é preciso se levantar e olhar o que está debaixo da cama, para não ter medo, é preciso abrir o armário para ver que ele não está lá. É preciso ir até a parte escura e olhar bem de perto, e tocar com as mãos, para entender que esse monstro, não existe, ele só é um medo que temos que enfrentar, e quando conseguimos enfrentar, não há nada que pertube nosso sono. Então cheguei a conclusão que amores vem e vão, só é questão de se acostumar...

Ster começa a bater palmas, e logo percebo que ela estava um pouco bêbada.

Me levanto com ela.

- Vem vamos, vou coloca-la, lá no quarto do Neto - Digo, puxando- a pelo braço.

Entro na casa e vou ao quarto do Neto e a ponho na cama dele, vejo James entrando na porta.

- O que houve? - Pergunta James, um pouco bêbado também.

- Vocês dois beberam, e você, chega de beber, beleza? - Digo, fazendo vista grossa para o James.

- Tá bem, você que manda - Fala ele me puxando para um abraço.

- Olha, se quiser dormir, tenhe um colchonete no quarto da mãe dele, vou pegar pra você.

- Nãooo, tá cedo.

- Tá bem, senta aqui que eu vou pegar uma garrafinha de água pra ti.

- Ahh não deixa eu ir.

- James...

- Tá, tá, ei, eu tô bêbado, mad ainda te amo, só pra deixar bem claro - Diz James, de uma forma fofa, ficando todo vermelhinho, pois essa foi a primeira vez que ele disse aquilo.

Saiu do quarto feliz. A porta da casa do Neto estava aberta, pois algumas pessoas já estavam indo pra casa. Sinto uma mão em meu braço e é Neto me puxando para dançar, nesse momento estava tocando What's up - Non Blondes.

"And so I wake in the morning and I step outside

And I take deep breath

And I get real high

And I scream from the top of my lungs

What's going on?"

Neto me abraça, lógico que ele estava bêbado, e começa a cantar:

"And I sing, hey, yeah, yeah-eah

Hey, yeah, yeah

I said, hey! What's goin' on?

And I sing, hey, yeah, yeah-eah

Hey, yeah, yeah

I said, hey! What's going on?"

Estávamos girando um pouco, até que Neto de frente para a porta da sua casa. E começa e a ficar estranho.

- Mas que merda, esse desgraçado tá fazendo aqui?! - Exclama Neto.

- Neto você tá bem? - Pergunto puxando seu rosto para mim, ele estava meio estranho.

Neto me larga e simplemente sai correndo até a porta, eu vou atrás dele.

Neto fica no meio da rua que não estava movimentada dando voltas, olhando para todos os lados, dando voltas.

- APARECE EU O VI! - Grita Neto - QUE FOI? TÁ COM MEDO?!

- Neto? O que foi? Quem tá aqui - Digo chegando perto dele. Eu também olhava para os lados, não enchergava ninguém, só alguns carros.

Neto me continuava dando voltas procurando algo.

- Neto você bebeu? - Pergunto.

- Claro que não Ferdes, sai da clínica hoje, não posso beber, não ainda - Reponde Neto - Olha, eu só achei que tinha visto alguém, mas foi só impressão. Olha, você vai dormir aqui, ok? Já está tarde. Dorme você, James e Ster.

- Tá, mais quem era? - Pergunto.

- Um antigo amigo que furou meu olho - Fala Neto rindo.

- Você nunca soube mentir, sabia - Digo rindo um pouco dele.

- Ahhh vem vamos entrar -Neto sai me empurrando pela porta da entrada da casa dele.

(NARRAÇÃO ÁLVARO)

- O senhor está bem? - Pergunta um senhor, chegando perto de mim.

- Tô sim, me ajude a levantar por favor - Digo.

Vejo meu corpo e só ralei o braço e uma parte da minha perna.

Vou em direção ao Rafael, vejo que ele estava um pouco mais ralado que eu mas estava bem. Estava tentando sentar na calçada.

- Meninos entrem no carro, vou leva-los para o hospital - Diz um homem de 40 anos saindo do carro.

- Não precisa, eu tô bem - Responde Rafael, com um cara de dor.

- Precisa sim - Digo.

- Álvaro!

- Rafael, cala a boca! - Digo - Já está decidido, põe seu braço aqui no meu pescoço.

- Você nunca se importou comigo Álvaro - Retruca Rafael colocando o braço no meu pescoço.

- Você também nunca se importou comigo, por que me salvou do carro? - Pergunto.

- Eu faria iss...

- Tá Rafael, não quero saber, vem, entra nesse carro, logo.

- Preciso avisar para o Miguel.

- Amanhã falaremos com ele - Dou uma leve pausa, e olho para ele, vejo que ele tava bem puto e com medo - Hoje vamos ver se você quebrou alguma coisa.

- E quem disse que você vai Álvaro? - Pergunta Rafael.

- Eu vou e ponto final - Respondo.

- Da pra vocês pararem de agir como crianças! - Retruca o cara do carro.

- Moço pega seu aparelho celular - Fala o homem, que tava lá fora, me dando o celular nós já estavamos no carro.

- Obrigado - Digo agradecendo.

O carro sai e vai indo em direção ao hospital mais próximo.

As enfermeiras fizeram um curativo nos meus braços, Rafael tava sendo atendido por um médico.

Eu estava lá na recepção esperando o Rafael, eu e o homem do carro.

Se passou 30 minutos e ele.saiu lá de dentro com uma atadura no braço.

- E aí, quebrou algum osso? - Pergunto.

- So uns ferimentos leves, dá pra sobreviver - Responde Rafael.

- Ufa, então vamos.

- Vamos pra aonde Álvaro?

- Pra casa do Miguel, vou deixa-lo lá.

- Álvaro, sei como você é, é como o Miguel, manipulador, não quero você perto de mim, beleza!

- Vamos garotos - Disse o homem.

- E me desculpem de novo por esse transtorno, e . obrigado por não me processar - Diz o homem nos deixando na frente do edifício do Miguel.

O homem vai embora com o carro.

Rafael vai na minha frente e eu vou atrás.

- Rafael? - Chamo-o.

- Álvaro o que é? - Pergunta Rafael, virando-se para mim.

- Obrigado. Não tenho como agradecer seu ato de hoje

- Não tem de quer. Tchau.

- Porra Rafael, por que me odeia, não fiz nada a você.

- Eu o odeio pelo fato de sempre querer estragar a felicidades dos outros, você é um manipulador, usa os outros para seus planos patéticos.

- Por que diz isso?

- Você é amigo do Miguel. Ah sem contar que na noite do natal eu me lembro de você ter trago o Fernando pra cá, muito bêbado, eu só não imaginava para quê, mas vou descobrir. Aliás, sei que você tava brigado com Miguel, por que veio aqui? Já tá tramando algo novo?

- Claro que não!

- Eu vou descobrir Álvaro, quando descobrir... Vou te derrubar...

Chego perto do Rafael.

- Não existe nada meu querido, e outra gato só cai em pé! Boa noite Rafael - Digo.

Pego um táxi para ir pra casa.

- Que droga, esse cara vai ser um problema, mas se bem... Que ele será útil - Digo em voz baixa - Alguém vai domar um monstrinho.

(NARRAÇÃO FERNANDO)

- Hoje foi bem legal - Digo a Neto. Todos já haviam ido embora. Nós dois estavamos sentados no chão da sala.

- Foi sim - Fala Neto - Agora preciso tocar minha vida pra frente, esquecer meus monstros do passado.

- Eu sempre soube que você ia conseguir - Digo.

- Ferdes, se eu te pedir algo você fará?

- Tentarei.

- Aí já destruir meus monstros, e te garanto isso é tão aliviado. E eu sinto que você precisar fazer isso também.

- Quê? Não tô entendendo.

- Precisa matar o monstro que existe entre você e sua mãe.

Fico alguns segundos calado.

- Ela errou, e vacilou feio Neto - Digo.

- Ah Fernando, todos nós erramos, por exemplo eu, errei, paguei por esse erro, e tô aqui novamente. Você não acha que ela já pagou com esse erro?

- Ah não sei, preciso pensar.

- Ferdes, não pensa, chega de pensar, vai lá e faz. Você não é Deus, só tá machucado, vai passar quando perdoa-la. Garanto.

Penso no que ele havia dito, ele estava certo, já estava ma hora de ir falar com ela e perdoa-la, afinal não sou deus. Nesse momento estava tocando Pitty, Neto deitou no meu colo e começamos a cantar, até aquela noite assim então, terminar...

"E o tempo é só meu

E ninguém registra a cena

De repente vira um filme

Todo em câmera lenta

E eu acho que eu gosto mesmo de você

Bem do jeito que você é

Eu vou equalizar você

Numa frequência que só a gente sabe

Eu te transformei nessa canção

Pra poder te gravar em mim"

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É isso aí amores, mais um episódio, atrasei um pouco mas tudo bem, cá estou eu, fiquem bem meus gatoes...

02x16 - Equalize:

Fernando vai fala com sua mãe, Álvaro descobre algo de César e não perdi a oportunidade de irritar Fernando. César descobre algo perigoso de Guto. Neto descobre um perigo eminente...

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