Capitulo 11 - No fundo do Abismo

Parte da série Meu Namorado é um Hibrido

Eu estava pronto, ele também, eu via em seu olhar, esta tudo em câmera lenta, Nick se curva talvez uma posição de ataque. Num piscar de olhos sinto que ele esta em cima de mim, ele foi rápido, muito rápido, não estou mais ao lado de Alec, estou em cima de alguém, eu sinto o peso de Nick em cima de mim, eu só consigo segura – lo, então com minhas pernas eu o jogo para o alto e saio dali. Esta um caos, todos gritam, correm, estão desesperados, aquilo tira minha atenção pois tento localizar Alec, então sinto um forte impacto em meu rosto, e recuo cambaleando. Quando vejo Nick vindo para uma segunda tentativa, porém sou mais rápido, esquivo-me e acerto seu estomago, logo na sequencia acerto outro em seu rosto, ele parece ter ficado tonto e recua.

Não vou dar chance, vou com tudo, eu me concentro enquanto ele esta desorientado e faço com que minhas garras apareçam, rasgando parte de cima das pontas dos meu dedos, eu solto um grito de dor misturado com fúria, então entro em posição de combate, com os pés distantes, os braços abertos e caídos, e peito exposto, tudo para que ele me ataque, para que eu possa acabar com isso num só golpe. Novamente ele da o bote, então num movimento rápido eu giro meus braços fazendo com que minhas garras cheguem ao seu corpo.

Sinto meus dedos quentes, é sangue, e acho que dele, pois vejo minhas marcas em seu corpo, que agora sangram. Ele sorri, e arranca a roupa rasgada e manchada, ele vem novamente, porem dessa vez quando eu o ataco, ele da um salto e sai do meu campo de visão, então de repente sinto ele me abraçar por traz segurando meus braços juntos, ele é forte, tão forte que esta me sufocando, então ouço sua voz.

-Nick: A essa altura minha irmã já deve ter matado seus amigos, então porque ainda luta, vamos para casa, seu lugar não é aqui, você não é como eles.

Só então me dou conta de que Alec sumiu da minha visão, eu não poderia permitir que isso acontecesse, não conseguiria viver sem ele, então eu dou uma cabeçada nele, que parece surtir efeito, já que seus braços se folgam o suficiente para que eu pegue seu braço e o jogue na mesa do DJ, rapidamente procuro Alec, ele esta correndo junto com Ana, Will e Amy. Sinto um alivio, porem me dou conta que estou com uma mordida no peito, não sinto dor, apenas me pergunto quando, talvez quando ele me jogou para a pista de dança. Olho para traz, lá esta ele, se levantando, Alec já saiu, fico mais tranquilo.

-Leo: Meus amigos estão bem, já saíram, eu vi, sua irmã esta um pouco atrasada.

Nick deu uma gargalhada, voltando para a pista de dança, ele me encara, abre os braços e me encara por meio segundo, quando volta a gargalhar

- Nick: Você é meio lerdo não é mesmo, não reparou na semelhança garoto!

Eu o observei por alguns segundo enquanto ele mantinha a pose, ele parecia o tipo de cara que gostava de joguinhos, porem eu não estava gostando nada daqueles jogos, pois notei uma coisa. Ele tem cabelos cor de fogo, olhos claros e pela clara. Meu coração parecia querer sair do peito. Não podia ser verdade, ela tinha cabelos cor de fogo também, era de pela clara e tinha olhos claros.

-Leo: A... Aa... Amy?!

- Nick: Bingo, alguém traz um brinde aqui pro garoto faz favor! – Disse rindo. – Eu mesmo não acreditei como foi fácil enganar seu amiguinho, HAHAHAHA, foi só minha irmã abrir as pernas para ele e contar uma historinha triste que ele caiu feito um patinho.

Não aguentei, e parti para cima dele com toda a minha velocidade, peguei-o pelo estomago e o arrastei para a parede mais próxima, ele ficava me batendo nas costas, tentando se livrar de mim, enfim eu alcanço a parede, jogo ele com toda minha força contra ela, me aproximo rápido e começo uma sequencia de cortes com minhas garras e socos que se entrosam em seu estomago e peito, ele não reage, eu não dou brecha, porem por um segundo eu hesito e então sinto seu punho em meu estomago, ele acerta tão forte que me curvei e acabei recuando apoiando meus braços contra meu estomago.

-Nick: Sabe garoto, você é rápido, eu devo admitir, mas como você viu, eu sou forte, e devo dizer que você é um dos poucos que saíram do abraço da morte, é verdade, as cobras constritoras não tem veneno, então usam a força para sufocar suas vitimas, ou apertam tão forte que seu coração para, a força delas chega ultrapassar os 300kg. Mas dessa vez você não foge, você já era, uma pena eu não poder te matar, mas alguns ossos eu posso quebrar.

Esse cara, ele é muito forte, terei de tomar cuidado com seu abraço, senão já era mesmo. Nossa eu estou tão cansado, acho que o meu suor esta se misturando com o sangue, porem ele não da tempo, ele sempre da uma investida, já estamos assim há uns 5 minutos, o que me surpreende mais é a policia ainda não chegar. De repente fico zonzo, bastou um segundo, ele desaparece, quando apenas o sinto me apertando novamente. Acabou, não tenho força suficiente para me soltar, minha visão esta ficando turva. Não tenho outra saída, eu preciso fazer, para poder ir atrás de Alec.

-Leo: Me desculpe. – Digo reunindo todas as minhas ultimas forças

Então eu dou uma cabeçada nele, dou outra, e mais outra, sinto algo quente escorrer na minha testa e vejo seu rosto vermelho, ele frouxa um pouco o suficiente para eu poder retirar um braço e então cravo minhas garras em suas costas, ele grita e me solta, eu recuo e parto para cima, e então junto meus dedos apontando para ele, como se fosse uma lança, e perfuro seu estomago, sinto o calor interior de seu corpo, então mais uma vez peço desculpas, abro minha mão que esta dentro dele e estico meus dedos, puxo com tudo, acabo abrindo um rombo em seu estomago, há tripas e algo de aparência negra que fede muito, tudo isso misturado com sangue e outros fluidos que não sei nomear, tudo cai ao chão, e ele num ato desesperado tira do bolso de sua calça um aparelho, ele faz alguma coisa com muita angustia e diz.

-Nick: Eu... Eu... perdi. – Disse juntando forças e ar. – Leve reféns... eu...

Ele cai em sua poça do que parece ser merda sangue e outras coisas, dentre elas tripas.

A cena é forte de mais para mim, o cheiro é indescritível, eu fiquei ali parado por algum tempo, observando o que eu mesmo causei, então eu ouço a sirene da policia. Eu vou em direção para onde Alec foi, desço algumas escadas e saio em um beco, esta escuro e vejo alguém caído no chão, quando me aproximo, eu reconheço a pessoa pelo seu cheiro, é Ana, ela esta morta a pelo menos 3 ou 4 minutos. Pobre Ana, não merecia isso, a um buraco em suas costas que parece atravessar seu peito, olho mais a frente e vejo um coração, que tipo de pessoa faria isso, é tão desumano e cruel, infelizmente não posso fazer nada por ela, a não ser lamentar.

Eu sinto o cheiro de Alec, ainda é fresco, mas à medida que o cheiro se afasta do beco, ele fica mais fraco, como se um carro o tivesse levado, pra piorar o tempo parece estar se armando para a chuva, pois o céu esta nublado, sem estrelas e pode-se ouvir trovões. Isso infelizmente vai apagar qualquer rastro do cheiro de Alec, eu deveria ir atrás dele, mas para onde?

A única coisa que penso é em como eu posso ser tão inútil como qualquer humano comum, decidi em tão que não poderia deixar o corpo de Ana ali. Fiz então com que ela fosse encontrado por um cara, ele logo chamou a emergência. O que eu faço, não posso ir para casa do Alec e dizer para seu pai que ele foi sequestrado por minha culpa, eu me sinto tão vulnerável, tão inútil como nunca me senti antes, é simplesmente agonizante.

Vou fazer o que me resta então, pedir ajuda ao Dr. Nicolas, somente ele pode me ajudar a achar Alec. É isso, não tem outro jeito, vou para casa, tenho que dar a noticia.

Estou caminhando na rua, de cabeça baixa quando sou abordado.

-Becca: Leo, o que aconteceu, nos saímos por um momento para falar com meu pai que estava lá fora e de repente todos saem correndo gritando. Cadê os outros?

Mateus esta ao lado dela, eles me encaram e a única coisa que consigo fazer é lamentar o ocorrido, que merda de pessoa eu sou.

-Mateus: Fala logo cara, o que foi que houve.

-Leo: Aconteceu uma briga, foi horrível, eu não pude fazer nada para salva – lós.

Eu abaixo a cabeça e lagrimas escapam de meu rosto, é a primeira vez em anos que alguém me vê chorar, e isso é o mais próximo de um choro que deixo escapar, que foge do meu controle, então sinto o toque de duas mãos em meus ombros me puxarem e me abraçarem, é Becca.

-Becca: Calma, fica calmo e conta tudo o que aconteceu ta.

Eu segurei as lagrimas, as enxuguei e contei tudo, tudo sobre mim, tudo sobre os híbridos, o que havia acontecido na festa, contei sobre o sequestro de Alec e Will e que Amy era quem os sequestrou.

-Leo: E Ana... Infelizmente... Não houve piedade para ela.

-Becca: Não... – Disse pondo as mãos na boca com lagrimas rolando em seu pranto

- Mateus: Meu tu tem certeza, tem certeza que era ela – Disse abraçando Becca enquanto me encarava esperando minha resposta

-Leo: Sim... Eu vi o corpo, era ela.

Becca foi ao chão, aparentemente ficou em choque, e tudo que eu falava era absurdo para eles, desde o começo, minha historia e origem, até esse ataque, o sequestro e a morte de Ana. Mateus teve de pega - lá nos braços e disse que iria leva-la ao hospital, eu disse que iria até a casa de Alec, dar a noticia e pedir ajuda a um amigo, o doutor.

Eles foram, e eu segui meu caminho, eu não sabia como ia falar para o pai de Alec, eu jurei que iria cuidar dele, eu prometi e não consegui, é como se você fosse bom em somente uma coisa, mas então você começa a errar, na única coisa em que você é bom. Eu pensava, mas nada era suficiente, então eu me vi em sua rua, tudo pareceu mais lento e o que normalmente demorava alguns segundos para acontecer, aparentemente demorou séculos. Eu cheguei, bato na porta, espero um pouco e ele abre a porta.

- Pai: Leo? O que você esta fazendo aqui há essa hora, cadê o Alec.