Colegas de Classe — Capítulo 2

Conto de Vinícius99 como (Seguir)

— Oi. – respondi formalmente.

Dênis se aproximou e sentou-se ao meu lado. Ele estava um pouco suado (provavelmente por ter jogado futebol durante o intervalo, o vi junto dos outros garotos) e seu cheiro era uma mistura de perfume com sabonete fresco, era gostoso.

— Então você é o Vinícius né? – perguntou apoiando os dois braços em cima da mesa.

— Sim, sou eu, estudamos juntos no 2° ano. – respondi.

Dênis estava vestido com uma camisa branca, calça e um tênis da Nike, ele era realmente atraente, não tinha como não olhá-lo.

— Eu me lembro, não conseguimos nos falar muito. – deu uma risada sem graça.

Então paramos de conversar, era tão chato o fato de que dentre todos os alunos da classe eu fiquei com o que menos me socializava. A professora tomou palavra fazendo com que todos ficassem em quietos.

— Agora que se sentaram com seus parceiros continuarei com a atividade. – disse Lúcia explicando algumas coisas e nos dando uma pequena lista de exercícios.

Dênis e eu pegamos nossa folha e ele se ofereceu para resolver.

— Não eu ajudo, afinal, não é individual. – expliquei.

— Tudo bem, vamos fazer. – propôs o garoto.

Balancei a cabeça afirmativamente e seguimos resolvendo todas as perguntas. Não era difícil e fomos os primeiros a terminar.

— Vou levar para a professora. – falei me levantando. Mas Dênis segurou a minha mão.

— Calma aí, eu posso levar, sem problemas. – interveio. A mão dele estava quente e era macia.

Dei de ombros e deixei que levasse a lista. Percebi que o menino queria falar com a professora, passado alguns minutos ele saiu da sala. Fiquei curioso mas imaginei que tinha ido ao banheiro. Então parei de pensar sobre isso e me foquei em Karyn que estava sentada do outro lado.

Minha amiga estava concentrada na avaliação com Sarah perdidas numa conversa. Queria ter feito dupla com ela mas já era tarde demais para lamentar.

Estava começando a ficar entendiado e peguei meu celular, o escondendo com todo cuidado já que não era permitido. Abri o Facebook e perdi bons minutos ali. Não sei quando mas Dênis voltou e se sentou do meu lado de novo. Não falava nada e eu estava olhando pra tela sem piscar. Era um silêncio constrangedor.

— Notei que você não é de falar muito. – Disse o garoto com sua voz grave.

— Não muito, mas depende, com meus amigos é diferente, agora você e eu... sei lá. – Guardei o celular no bolso e olhei em sua direção.

— Somos só colegas de classe, eu sei, mas a gente pode se conhecer um pouco. – sugeriu.

Achei aquilo meio desconfortável, essa falsa simpatia dele me incomodava. Talvez era coisa da minha cabeça... será que não estava julgando demais? Decidi ser educado.

— Certo. Quantos anos você tem? – perguntei.

Ele sorriu.

— Dezessete. E você?

— Também. Cara essas atividades foram fáceis demais, achava que o conteúdo seria mais complicado. Você gosta de Bio? – falei.

— Gosto sim, quero fazer Medicina então tenho que gostar não é? – informou sorrindo.

Aquilo sim me deixou curioso. Nós dois queríamos fazer o mesmo curso.

— Sério? Eu também quero fazer. – disse.

Aquilo me animou e acabamos falando sobre nossas aspirações. Soube que Dênis queria prestar o Enem assim como eu, o que mostrou que garoto estudava bastante. Conversamos sobre isso e algumas coisas aleatórias. Ele fazia cursinho no período da tarde, não trabalhava mais. Descobri também que tínhamos muitas séries em comum o que rendeu um bom diálogo. O cara era bem legal, bem diferente da pessoa que construi na minha cabeça.

O sinal tocou.

— Na próxima aula faremos uma experiência, não faltem. - avisou a professora.

Nos levantamos e Karyn se aproximou.

— E aí? Como foi? – perguntou.

— Tudo bem. E você?

— Legal, Sarah e eu resolvemos ir ao cinema no sábado. Você quer ir? Vai estrear algum filme novo lá. – convidou minha amiga.

Aceitei seu convite e fomos embora juntos. Meu primeiro dia de aula não foi tão ruim, estava bem feliz. Me despedi de Karyn com um beijo no rosto e segui em direção a minha casa.

— Ei, você! – escutei alguém atrás de mim. Me virei e deparei com o garoto de 18 anos, o nome dele era Jorge.

— Oi? Falou comigo? – perguntei.

O menino me olhava ofegante, pareceu que tinha corrido. Estava com uma mochila nas costas e um caderno na mão.

— Isso aqui é seu? Acho que esqueceu. – disse ele mostrando o caderno. De fato era o meu, deveria ter deixado para trás quando fui ao laboratório.

Peguei e agradeci com um "obrigado". Jorge começou a me acompanhar.

— Você mora pra lá? Minha casa fica desse lado.

— É sim. – respondi.

— Essa escola é bem legal, você estuda aí faz muito tempo? – perguntou ele.

— Estudo sim. Quase a vida toda, eu gosto daqui.

— Não conheço muita gente mas o pessoal é gente boa. Você conseguiu terminar aquela tarefa de português? – disse o menino.

— Aham. Por que?

— Pode me passar? Não consegui acabar. Tem como me emprestar seu caderno?

— Não sei não cara... talvez irei precisar. – falei.

— Por favor. – insistiu sorrindo.

— Você é insistente em, tudo bem mas cuide bem dele. – disse abrindo minha mochila e entregando-lhe o caderno.

Caminhamos até uma esquina onde seguimos por trajetos diferentes. Jorge disse "Tchau" e subiu a rua. Andei sozinho em direção a minha casa.

Quando estava quase lá meu cachorrinho (amo animais) Scooby apareceu abanando o rabinho. — Oi garotão! – disse acariciando seu pêlo. — Quem deixou você sair? Vem cá. – e o peguei no colo.

Levei ele para dentro e me joguei na cama, estava com sono, fazia algum tempo em que não acordava tão cedo.

Mamãe ficava o dia todo fora trabalhando, morávamos só nós dois. Não tinha contato com o meu pai, mas minha família (tios e primos) residiam todos ali perto. Dormi um pouco e depois comi o almoço que já estava guardando na geladeira. Aquela tarde passei organizando minha rotina de estudos e fui acabar só de tardezinha. Era muita matéria.

Peguei meu celular e tinha uma mensagem do Eder: "Vem aqui em casa Vini, o Lucas (outro amigo nosso) apareceu." Fiquei contente e estava mesmo afim de sair, tomei um banho rápido, me vesti e sai em direção a casa do meu amigo.

O portão estava aberto logo quando cheguei e dois garotos jogavam futebol na varanda. Eder estava no gol enquanto Lucas chutava em sua direção. — Segura essa aqui. – informou o moreno tocando a bola direto pro gol. Ele acertou o que o fez sorrir.

Lucas era o mais novo de nós com seus 15 anos. Engraçado que era bem malhado pra idade e tinha um corpo bem bonito.

Entrei e os dois me cumprimentaram.

— Joga com a gente Vini, por favor. – Eder sabia do meu desgosto com futebol mas insistiu até eu participar.

Ficamos ali jogando e aproveitamos pra colocar a conversa em dia (não via Lucas há bastante tempo). Soube que estava fazendo curso e estudando de manhã numa escola do seu bairro.

Mais tarde, quando estávamos ensopados de suor, Eder sugeriu um banho de piscina (ele era bem financeiramente apesar de não ser metido). Aprovamos a idéia imediatamente, estava com muito calor.

Eder tirou a camisa e saltou na água. Lucas fez o mesmo, e assim que vi seu corpo foi impossível desviar o olhar. Ele tinha um baita de um tanquinho. Foquei em outra coisa. Por que estava olhando?

Nadamos bastante e jogamos uma espécie de vôlei com três pessoas. Os garotos contavam sobre a escola e coisas do dia-a-dia, falaram sobre video-games e o Eder ficou atiçando Lucas o questionando sobre garotas.

— Mas você tá pegando alguém? – perguntou meu amigo.

Olhei pro Lucas sorrindo. Ver o constrangido me divertia.

— Ah... tem uma menina da minha sala, a gente meio que tá namorando. – explicou.

— Sério? Quem diria em. – falei rindo.

Eder o bombardeou com perguntas. Foi engraçado vê-lo com vergonha. Não éramos muito abertos com esses tipos de assuntos.

Mais tarde ficamos na varanda esperando o Eder trazer algumas toalhas. Lucas se sentou na cadeira e eu fiquei em pé. Quando o baixinho chegou nos secamos e pude notar que o Lucas ficava com a toalha entre as pernas, aquilo chamou minha atenção. Por que estava fazendo isso? Sabendo o que poderia ser decidi zoá-lo.

— Lucas empresta sua toalha rapidão? – Pedi a ele.

O menino não quis entregar.

— Pra quê? – disse relutante.

Eder percebendo que algo estava errado puxou a toalha do moreno com força. Então vimos que o garoto estava excitado, seu volume no meio das pernas era totalmente visível.

Nunca ri tanto na minha vida. Lucas ficou tão vermelho! Eder deve ter zoado ele um tempão. Nosso amigo não sabia onde esconder a cara.

— Isso é normal! Relaxa, mas foi engraçado. – afirmei sorrindo.

— Vai bater uma Lucas. – Eder provocou.

— Não sou você que fica vendo porno o dia todo não. – disse irritado. Ele e Eder começaram a discutir e eu só rindo, não me lembro como mas em determinado momento acabei me metendo e decidimos "brincar de lutinha". Nem parecia que tinha 17 anos.

Lucas deu um falso mata leão no Eder, segurando o pescoço do garoto com seus braços. Corri em auxílio do meu amigo chutando Lucas por trás. Pra alguém mais novo que eu ele era rápido. Foi pra cima de mim me derrubando no chão, subiu e me segurou por trás. Aquela era uma posição estranha, conseguia sentir seu pau sendo forçando contra minha bunda. — Filha da puta. – pensei.

Nota do autor: Olá pessoal! Fico feliz pelo incentivo, não acredito que gostaram! Agradeço pela opinião de cada um. Vou continuar sim.

Abraços!

Comentários

Há 2 comentários.

Por Jeeh_alves em 2016-06-16 13:05:16
Gostei , continue 😍
Por ferchan em 2016-06-15 13:23:11
gente, você tem que continuar a escrever... estou gritandooooo rsrrsrs adorei