Impressões - Chapter 3

Conto de Cinnadia como (Seguir)

Parte da série Always

Oi oi, desculpem pela demora, estava meio ocupado, mas vou começar a postar com mais frequência.

Nickkcesar: Kkkkk que bom que está gostando, obrigado pela atenção, beijos💋

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- Oi, tudo bem ?- a voz levemente rouca fez os pelos da minha nuca arrepiarem- Sou Vinicius.

Sorri, me rosto tão almejado acabara de ganhar um nome.

- Sou Nicollas- meu coração batia descompassado- Eu acho, quer dizer, parece que você é um aluno novo, estou certo?

Oh Deus, eu tinha que encontrar algum assunto.

- Ah deu pra notar ?- falava sorrindo, o olhar muito penetrante- Este lugar é enorme. Não sei a necessidade de algo tão grande.

Choque. Isso resumia meu estado. Estava completamente chocado. Abracei minha cintura evitando os calafrios. Augustine era o colégio ideal. Essa era uma das certezas universais que tinha. Me forcei a sorrir, e disse gentilmente:

- Ás vezes demoramos para nos acostumar. Mas é um lugar bom, juro que irá gostar.

Vinicius gargalhou.

- Sim, talvez um dia.

Tentei contornar a situação.

- Bom, creio já estarmos atrasados para a aula.

- Deve ser engraçado se atrasar para a aula quando se mora no colégio.

- Realmente- ri da observação- mas acontece com mais frequência do que possa imaginar.

Comecei a caminhar e ele se pôs do meu lado, abaixei a cabeça e senti minhas bochechas formigarem.

- Então ainda há salvação.

- Perdão?

- Quero dizer que posso me divertir aqui. As regras existem para ser quebradas.

O pensamento rebelde me fez sorrir, as vezes pensava que as regras deveriam sim ser sutilmente transgredidas, não quebradas, havia um diferença naquilo, mas o momento pedia que eu relevasse.

- Então temos um rebelde?

- Ás suas ordens- disse fazendo um reverência- E você o quê é?

A pergunta parecia simples, mas era capciosa demais, tantas coisas eram possíveis. O que eu era? Aquilo me pegou de guarda baixa, eu não era nada definitivo, minha postura sempre tendia para a neutralidade, como iria me definir?

- Um observador.

A resposta pareceu pega-lo de surpresa.

- Um observador- ele parecia saborear as palavras- isso é bom.

Fiz uma reverência e disse-lhe:

- Ás suas ordens.

O complexo principal despontava no horizonte, tentei continuar a conversa.

- Aquele é o complexo principal, lá temos as aulas, teatros, e tudo relativo ao ensino.

- É lá que estudamos?

- Exato.

Eu sorria muito, e isso deve ter parecido estranho, tentei manter uma expressão neutra.

- Eu tenho que ir pegar meus materiais- disse a Vinicius- Acho que você também deveria.

- É, a primeira impressão é a que fica.

Sorri em concordância, ele despertava isso em mim, era como se meu mundo fosse acabar em sorrisos, sorrisos pra ele.

Entramos no dormitório e relutei em me separar dele.

- Qual é o seu quarto?

Ele pensou, como se tentasse lembrar.

- 60 e alguma coisa- ele procurou a chave no bolso e disse- 64.

- O meu é o 7, mas é nesse corredor aqui, quando quiser pode vir, quer dizer, quando tiver alguma dúvida.

Ele riu e respondeu:

- Acho que vai ser logo.

Entrei em meu quarto e desabei no chão, o que estava acontecendo? Eu nunca havia ficado tão nervoso diante de alguém, aquele garoto não fazia ideia do que me causava. Meus olhos ardiam, estava a beira de um choro irracional, me sentia empolgado e triste, tudo que sempre me rodeou de repente me acertava. Eu não entendia o porquê, o real motivo, só sabia que Vinicius iria ser meu. Vasculhei meu quarto e achei apostilas dentro do criado mudo, atrás da porta estava o horário das aulas, peguei as respectivas apostilas e joguei dentro da mochila. Brigava com o zíper quando escutei três batidas na minha porta. Quando abri lá estava Vinicius, com a cabeça abaixada e o braço escorado na parede, seu rosto subiu e seu olhar me fitava. Meu mundo girou, e um suspiro mudo saiu de meus lábios, aquela cena era digna de filme, ele era digno de um filme.

- Acho que quero ajuda pra descobrir a minha sala.

- Eu já está indo para o complexo principal.

- Então não incomodei.

- De forma alguma. Vamos?

Ele seguiu em frente junto a mim. Pensei em qualquer coisa que pudesse ter de semelhança entre nós, mas ele parecia ser tão diferente, mal conseguia dizer algo sobre ele, era como se estivesse fechado.

- Então- ele quebrou o silêncio- em que ano você está?

Oh, eu deveria ter pensado naquilo. A escola era o que nos unia agora.

- 1º ano.

- Eu também - ele sorriu e completou- pela segunda vez.

E novamente o choque me encheu de torpor, eu não acreditava que a pessoa que eu esperei, e idealizei, fosse assim, sempre pensara que seria alguém perfeito, sem máculas, uma pessoa ética e com princípios firmes, e em todos os instantes em minha presença Vinicius só provava ser o contrário de tudo isso. E a cada segundo eu estava mais fascinado com ele, como se mostrava diferente do que eu imaginei, isso apenas me fazia querer mais estar perto dele. Querer ele.

- Bom, é a minha primeira vez.

- Eu posso dar um jeito nisso.

Ele riu como se não houvesse controle próprio. Fiquei sem entender a graça daquilo, até que me dei conta do que havia falado. Ruborizei violentamente e disse tentando concertar meu erro:

- Não- ele continuava a rir, enfim desisti de falar e ri também- Seu bobo.

Saiu de forma tão natural, e a cena a seguir ficaria gravada na minha memória para toda a eternidade. Ele começou a parar de rir, eu também, nossos olhares se cruzaram e paramos de andar, os olhares, estáticos, pareciam se completar, nós começamos a nos aproximar, eu já sentia o calor emanar de sua pele, apesar do frio, sua mão encontrou a minha, e estava tão quente, se fechou ao redor da minha mão, como se a engolisse, e ali estava, o encaixe perfeito. Vinicius despertou de nosso transe particular, e pareceu notar que estávamos em meio ao campus, apesar de só conseguir ver duas pessoas muito distante de nós.

- Acho que vamos nos atrasar- ele disse com aquela rouquidão suave e sexy- continuamos nossa conversa depois.

E depois de deixar sua promessa pairar no ar, ele correu até o complexo principal, eu estava atônito, sentia como se o chão rodasse, e meu único ponto firme fosse ele.

Comentários

Há 2 comentários.

Por Sammy Fox em 2015-10-15 18:12:42
Awn Henry, obrigado por me indicar <3 adorei essa série, bastante detalhista e bem escrita, deu para mergulhar na estoria, gostei muito e quero continuação :) adorei a forma como os personagens estão se relacionando e se aproximando, mas espero que venha uma amizade e depois de muito chove e não molha bem construído que venha um namoro, mas só é uma sugestão, abraços e até o próximo ;)
Por Henry Thorne em 2015-10-15 01:28:27
Uau, foi intenso, inocente e belo, infelizmente ou você passou dispercebido ou te ignoraram, eu prefiro pensar que foi definitivamente a primeira alternativa, pois é perfeita a sua escrita, os detalhes, a maneira como flui, parece de um livro, um livro muito bom no caso :3 você merece sucesso e repercussão! Ansioso pelo próximo capítulo, realmente me impressionei, com sua série, uau, muito interessante, vou até falar para os meus amigos :) sucesso e até o próximo, se sentir desanimado não desanime, por favor, essa série começou e esta se desenvolvendo de forma destruidora, realmente amei, vi muita qualidade e senti imerssão.