Amor Inesperado - Chapter 4

Conto de Cinnadia como (Seguir)

Parte da série Always

Oi oi gente, postei esse capítulo com um certo atraso, mas foi porque ele é maior do que o habitual. Por favor não deixem de comentar, isso da um incentivo colosso para continuar, e fora que é sempre bom saber que nosso trabalho tem admiradores.

Henry Thorne: Uau 😱 muito obrigado mesmo por comentar, estou super motivado depois do que você escreveu. Realmente, depois de ninguém ter comentado fiquei em dúvida se estavam gostando da série, mas você tirou completamente essa dúvida, agora sempre terei em mente que alguém está ansioso para mais capítulo. Obrigado por divulgar, estou ansioso para ver os comentários de seus amigos, contudo principalmente o seu. E espero que você goste desse capítulo! Beijos 😘

___________________________________

E depois de deixar sua promessa pairar no ar, ele correu até o complexo principal, eu estava atônito, sentia como se o chão rodasse, e meu único ponto firme fosse ele.

As aulas pareciam tão longas, e o relógio zombava da minha necessidade de reencontra-lo, minha mente repetia toda a cena, e depois criava uma cena mágica onde ele volta para mim, se declarava, ou me beijava, continuações fantasiosas de nosso momento íntimo, eu me sentia diferente, era quase como se minha vida realmente tivesse uma razão, algo sólido, isso tudo em tão pouco tempo.

Quando o sino bateu para o recreio eu sai da sala rapidamente em direção ao pátio, minha procura acabara de recomeçar, todavia antes mesmo de chegar perto da cantina meus amigos já estavam junto a mim, por um segundo esqueci Vinicius, afinal estávamos a dois meses sem nos ver.

- Eu não acredito! - berrou Melissa - Nico, que saudades!

Ela me abraçou furtivamente. Melissa era a típica patricinha ética, sempre estava nos lugares mais badalados, sempre com as melhores roupas, e sempre sorrindo. Ela tinha uma aparência normal, mas era bem cuidada, e isso fazia a diferença, cabelos com as pontas platinadas e cheio de ondas, olhos castanhos e pele clara, o corpo era modelado por massagens e academia desde que a conheço. Apesar de parecer fria, ela era incrivelmente moralista, com um código ético impecável. Eu estava com muita saudade, só agora me dei conta disso.

- Ei - disse entre abraços - quanto tempo.

Vi um rosto asiático sorrindo pra mim e abri minha boca em surpresa.

- Aiko! - não me contive, ela iria se mudar no final do ano passado - Você não foi.

Ela me abraçou do jeito asiático retraído. Aiko era a tradicional oriental quieta e comedida, ainda não entendia como sua amizade com Melissa funcionava, afinal eram personalidades antagônicas, procurei o outro rosto, de Alexandre, um amigo do ano passado, mas não o encontrei.

- Cadê o Alexandre?

Melissa desatou a falar.

- Nós também não sabemos, só encontramos você até agora. Será que ele se mudou de colégio?

- Não sei - respondi com sinceridade - ele deve estar por aí.

- Ok - Melissa tomou a palavra - Preciso te contar como foi minha viagem, eu trouxe chaveiros pra vocês dois, as Bahamas são lindas! E os homens, ah, esses são pontos turísticos. Você não vai acreditar no que aconteceu, eu estava em uma baladinha monstra...

Me desliguei por um momento, onde ele estava?

- Nico? Nico! - E Melissa continuava a falar - Você não está prestando atenção!

- Eu só estou procurando alguém.

- Hmm.

- Hmm o quê?

- Hmm, ele está procurando alguém! O quê eu perdi?

Revirei meus olhos.

- Não perdeu nada. É só um aluno novo que precisa de ajuda.

- Você não se cansa de ser tão - ela parou e balançou as mãos em minha direção - filantrópico?

Não, eu não era filantrópico, não era neste caso e nem em qualquer um outro. Sempre fui reconhecido pela minha bondade, bondade essa que não existia. Eu havia aprendido aquilo, sozinho, mas tinha aprendido, tentava tanto ajudar a todos que uma hora isso começou a se tornar natural. A maioria das coisas eram assim pra mim, eu aprendia, e depois incorporava na minha rotina. A bondade não foi diferente, eu ia a todos os eventos beneficentes da cidade, a maioria deles não passava de pessoas ricas com a sensação de que algo não estava no lugar, eu tinha essa sensação também, então foi o casamento perfeito. Aprendi lições importantes, conheci pessoas maravilhosas e ainda ajudava pessoas necessitadas. Eu só consegui rir dela.

Sem entender o motivo ela disse:

- Quê foi?

- Filantrópico? Olha, uma palavra difícil, alguém andou estudando nas férias.

- Se você tivesse prestado atenção na minha história iria saber o porquê eu sei o quê filantrópico significa.

Ela fechou a cara.

- Então me diga, Senhorita Melissa, por que você sabe o quê filantrópico significa?

Ela não resistiu e voltou a falar com o mesmo entusiasmo de antes.

- Eu conheci um brasileiro no resort, e ele por acaso era muito culto na língua, posso te garantir que eu conheci muito bem a língua dele, e foi inevitável não aprender algumas coisinhas novas.

- Inevitável? - Aiko que caçoava de nossa amiga agora - Cuidado para não gastar seu vocabulário todo nessa conversa.

Melissa forçou uma risada extremamente falsa.

- Oh Deus, vocês são tão engraçados.

Eu iria rir, mas um determinado rosto me chamou a atenção.

- Eu tenho que ir agora - me despedi bruscamente delas - depois nos vemos.

Fui atrás dele, que estava na fila do lanche. Chegando perto já sentia minhas bochechas corarem.

- Hey novato.

Isso foi o tom mais descolado que consegui.

- Oi - ele se virou e sorriu, deixando-me ainda mais nervoso - decepcionado por não estarmos na mesma sala?

Tão direto. Sim Vinicius, eu estava.

- Nem reparei - tentei passar um tom casual, mas me arrependi logo após, e se ele achasse que não gostava de sua presença ? - mas então, gostou da sua sala?

- Ainda não decidi, sabe? É tudo muito novo.

- Reparei, não é aqui que pegamos o lanche - puxei-o por sua jaqueta até o outro lado da onde estava - nessa fila pegamos o lanche, naquela compramos as fichas.

- Minha graça salvadora - do jeito que ele disse isso me fez arrepiar - me poupou de passar fome.

Como eu podia reagir a aquilo? Eu deveria ter experiência em relacionamentos, afinal eu já me cansara de vê-los, mas minha mente estava em branco. Ele estava flertando comigo? Ou eu estava imaginando coisas? Vinicius pegou um lanche natural e parou para me encarar.

- Onde posso me sentar?

- Eu não sei - olhei para o refeitório lotado, nenhuma mesa disponível - talvez lá fora.

Ele concordou com a cabeça, já com a boca cheia. Andamos até os bancos que circundam o complexo principal, no caminho percebi que era mais baixo que ele, tratei de me sentar logo, e Vinicius se sentou do meu lado, com sua perna encostando na minha.

- Então - eu digo assim que o silêncio ameaçava se tornar constrangedor - você vem da onde?

- Sempre morei aqui - disse ele entre uma mordida e outra - mas mudei de colégio esse ano.

- Mas por que mudou de colégio?

- Bom, isso é uma história longa, começa quando eu reprovei de ano.

- Seu pai ficou furioso?

- Na verdade ele riu de mim - ele se levantou e imitou seu pai dizendo - É, perdeu um ano da sua vida, mas é burro. E o pior é que ele não parou de rir por algumas horas, depois de um tempo já me sentia como um palhaço.

Eu ri de sua performance, seu jeito de fazer humor, tão irreverente e descontraído, apesar do nervosismo de fazer algo de errado na sua frente, eu me sentia confortável.

- E dai você veio para Augustine.

- É, tive uma ou duas brigas, trinquei um osso da minha mão, meu pai quis uma educação mais rígida, e tchanam, aqui estou Augustine.

Meu riso escondeu uma parte de mim que se negava a acreditar em tudo aquilo, ele não devia ser uma pessoa dada a brigas, talvez só fosse uma fase, todos temos fases ruins.

- E você ? - Vinicius perguntou - Qual a sua história?

- Bom - tentei organizar meus pensamentos - como a grade escolar da Augustine começa a partir da 5ª série, eu estudei em um colégio de freiras antes de vir pra cá, desde então estou aqui.

- Só isso? - ele perguntou em um tom de surpresa - Cadê os detalhes?

- Eu ... eu - onde estavam os detalhes de minha vida - eu não sei. O quê você quer saber?

- Quem você é fora da escola?

Oh meu Deus, eu morava na escola, não existia sem a escola.

- Bom, eu viajo, faço parte do PJA, que é a Pastoral Juvenil Augustiniana, e ...

- Não, não e não - ele me interrompeu - você precisa me dizer algo de sua vida fora da escola.

- Eu moro na escola.

- É, isso complica as coisas, mas não justifica.

- Ah, você não entende, eu gosto da minha vida assim.

Eu realmente estava sendo sincero.

- Eu prometo te mostrar o mundo, Nicollas.

Senti meu peito inchar e aquecer, Vinicius era tão galante, mesmo quando insinuava que não conhecia o mundo.

- E eu prometo te mostrar o meu mundo.

Ouvi o sino tocar, tínhamos 5 minutos antes da retomada das aulas.

- Temos que ir agora?

Assenti com a cabeça.

- Vamos logo novato.

Ele sorriu e se pôs ao meu lado. E era tão óbvio, meu lugar era ao seu lado, não importa o que acontecesse, eu estaria ao seu lado.

O resto das aulas foi um martírio, eu precisava reencontra-lo, só me distrai na ultima aula, Formação Humana. O professor, Marcus, era conhecido por suas dinâmicas e por sua capacidade para filosofia e sociologia, isso, aliado a sua idade bastante jovem, o tornava um conselheiro e amigo dos alunos. Sempre soube que aquela disciplina marcava uma nova fase da vida, era ministrada apenas para o ensino médio, e ali estava eu, hipnotizado pelo discurso de Marcus.

- Bom dia alunos - ele acenou e sorriu para todos - a maioria aqui deve me conhecer, para os que não me conhecem sou o professor Marcus, e dou a matéria de Formação Humana. Vocês devem se perguntar o porque dessa matéria, no mínimo diferente, e a resposta é simples, vocês precisam aprender a ser gente.

Alguns riram e a maioria gargalhou, talvez fosse gostar dessa disciplina.

- Brincadeiras a parte, grande parte de vós ainda não percebeu a dimensão do que tem. Isso possibilita que vocês maximizem a área de vocês, sendo assim estão aqui para se tornarem os melhores - do modo como ele dizia eu percebi o quão fundamentado era seu discurso, ele começou a apontar para os alunos aleatoriamente - Você pode ser um político, mas vai ser o político que criará o plano econômico do século. E você pode ser um arquiteto, contudo será o arquiteto que projetará o edifício mais moderno do mundo. Alguns podem escolher profissões de menos renome, mas vão se destacar de forma que a profissão não fará diferença. Pode ser até um cozinheiro, todavia será um dos mais renomeados chefs das cozinhas francesas. Esse é o ponto, não importa o quê, vocês serão os melhores naquilo que irão fazer. Augustine fará isso por vocês.

Todos se entreolhavam, eu entendia a reação geral, também estava começando a me dar conta da dimensão de tudo aquilo.

- Não só a educação ajudará vocês, olhem ao seu redor, olhem para seus colegas - olhei para o meu lado e vi Erick Benevenutto, se bem me lembro seu pai tinha alguma relação com o setor automobilístico, seus olhos também focaram nos meus - vocês farão amizades, estabelecerão laços, com os filhos das pessoas mais ricas e poderosas do país. Afinal, quase todos aqui serão herdeiros de impérios.

Tudo aquilo era verdade, poderia traçar todo o meu futuro a partir daqui, estudar as coisas certas, estabelecer relações com pessoas que poderão me ajudar. Todos ali, obviamente havia exceções, estavam destinados a ser grandes, eu também estava.

Depois do discurso sua aula prosseguiu com apresentações e explicações sobre alguns filósofos importantes. Ainda estava baqueado com tudo aquilo, a verdade sempre esteve ali, mas eu não queria ver, tinha medo de ser consumido pela pressão.

As aulas passaram até 11:30, depois um tutor veio em nossa sala e disse que as eletivas, aulas que podemos escolher, começariam semana que vem, e esse ano seria obrigatório que cada aluno escolhesse pelo menos uma. Um coro de reprovação soou atrás de mim. Saí correndo até a cantina, realmente estava com fome, não havia comido nada no recreio. Peguei meu prato na fila e fui escolhendo minha comida.

A cantina do almoço e jantar era localizada no sul do complexo principal, lá havia grandes mesas para acomodar todos os alunos, confortavelmente. Minha atenção estava voltada para a multidão, procurando Vinicius, não foi necessário muita procura, ele me achou antes e se sentou do meu lado. Seu prato era gigante, repleto de comida, não conseguia entender seu apetite.

- Achei que a comida seria horrível. E isso está delicioso.

- Sim, sempre me surpreendo também.

- Sabe, já estou me acostumando com o lugar.

- Ah, nem precisou de tanto tempo.

Ele sorriu e continuou comendo, eu olhei de novo na multidão e vi Melissa junto da enfermeira de Augustine. Apontando pra mim. Eu ia me levantar e sair de perto de Vinicius, mas a enfermeira já caminha até mim com um copo de isopor branco e uma caixinha com comprimidos. Minha saúde sempre foi duvidosa, anemia profunda que gerou baixa imunidade que gerou diversas idas a hospitais. Era natural ter que tomar vários remédios, mas eu não queria passar essa impressão, não a ele, não agora que as coisas estavam indo bem.

- Senhor Petriér - disse a enfermeira polidamente - sua medicação.

Abaixei minha cabeça enquanto Vinicius olhava para mim.

Comentários

Há 5 comentários.

Por Sammy Fox em 2015-10-19 23:08:37
Chris de novo isso? Zzzzzzzzzzz! o que dizer da sua série? Que comecei a ler ainda agora e já considero pakas, não gostei nem um pouco de estarem ignorando essa maravilha, não é querer atacar ninguém mas eu e o henry vimos umas sérirs bem estranhas que fizeram sucesso instantaneo e a sua ótima parece uma book, passou despercebida, affs não aceito isso, cheua de detalhes, vocabulário rebuscado :3 ai é muito luuuuxXxo continua please estou amando
Por Henry Thorne em 2015-10-17 00:56:16
Que isso já chris? Tá me remedando de novo porque? *-* você esta super ousado hein? Eu que escrevo assim seu lindo, mais você pode me imitar o quanto quiser migo.... Mas oque que foi isso? Cinnadia, concerteza o melhor capítulo de todos, é intenso esse aparentemente primeiro amor a primeira vista, tão inocente quanto poderoso e lindo, uau, sua escrita continua tão detalhista quanto um excelente livro, por favor não perca esse vamos dizer "tato" achei sua série super linda, e esta cada vez superior, amei esse capítulo ter sido mais extenso que os anteriores, aprecio o desenvolvimento lento dos personagens, você ou vocês são umas/uma das poucas pessoas que consegue criar um desenvolvimento lento, mas que fica interessante e gostoso de ler, estou esperando o próximo com euforia. Ps1: Fiquei preocupado com o problema do Nicollas espero que ele continue estável. Ps2: Espero que o Vinicius não se assuste, e fique mais próximo do nico devido a esse problema de anemia dele, mas por preocupação devido ele corresponder os sentimentos, mas por que eu escrevi isso? Bom pois tudo pode acontecer... Ps2: Achei tão poderosaaquela parte "Eu prometo te mostrar o mundo, Nicollas" sério eu quase chorei, eu entrei no mundo desses maravilhosos personagens ;) ;) Ps3: O Nicollas é tão fofo e tão bonzinho, ótimo ver pessoas ricas estrangeiras que são seres humanos admiráveis e mostram isso, pelo menos eu compreendi que ele é uma pessoa muito boa. Ps4: A parte do Nicollas assistindo as aulas fora de encher os pensamentos, por assim dizer, linda cena, ele mergulhando "na onda" do Vinicius, lindo o jeito simples de ser abordado esse jovem amor, espero que seja correspondindo, afinal tudo pode acontecer... Ps5: Eu apreciei grandiosamente o tamanho deste capítulo, eu mergulhei ainda mais na estória, até o próximo e nunca pare de escrever :) e obrigado pela consideração mais... você/vocês merecem.
Por ChrisDiamond em 2015-10-16 21:51:35
Ah e mais uma coisa eu acompanho a sua fic só nunca dá tempo de comentar só hoje e tenho que aproveitar hihihi
Por ChrisDiamond em 2015-10-16 21:50:25
Sou amigo do Henry desculpa não ter falado antes no mesmo coment
Por ChrisDiamond em 2015-10-16 21:49:29
Como sempre impressionante e detalhista, um amor puro e jovem, realista e simples, desenvolvimento lento mesmo com algumas certezas, o que dizer? Se já está ótimo, gostei do tamanho do capítulo, ansiso pelo próximo, espere que nic não tenha uma recaída e que prejudique sua saúde, mas seria um bom plot twist dependendo da situação proposta é claro, mas é apenas uma teoria, sinto uma chama entre nic e vini, e é ótima a dinâmica entre os personagens <3 <3 muito ansiso pelo próximo, dificilmente uma série me prende assim, é muita imerssão <3