A Calmaria - Chapter 9

Conto de Cinnadia como (Seguir)

Parte da série Always

Oi oi, bom, eu quero desejar a todos um feliz Natal e feliz Ano Novo ( ambos atrasados, desculpem😞) e que 2016 seja um ano repleto de alegria para todos nós! Afinal tudo que queremos é um pouco de amor, talvez alguma outra variante também kkkk, mas em geral é isso! Hoje é um dia especial pra mim, e por isso resolvi postar o conto mais "cedo" ( sei que não posto com muita frequência ), mais espero que gostem! Deixo então, com toda minha singela expectativa, este capítulo. Apreciem!

Ps: Um spoiler leve: Vocês já ouviram o ditado " A calmaria antes da Tempestade "?

Henry Thorne: Oi😘 muitas coisas vão acontecer, e estão tomando um rumo, digamos reto, revelações e algumas mudanças bruscas, alguns já perceberam e se você percebeu também, se arrisque! Me conte suas teorias! Nicollas vai amadurecer muito ainda, de diferentes formas. E Rafael, meu doce Rafael, ele vai ser tantas coisas.

BielRock: kkkk tentei, mas estou sobre o efeito de FÉRIAS😄 e o amor de Nicollas por Vinicius é uma coisa lógica, é inebriante, não é uma coisa que qualquer pessoa consiga lidar, e isso vai corromper ele, um amor muito grande não é um presente. E sim, esse baile vai ser o ápice de quase toda história. Obrigado por sempre comentar! É muito bom ter gente disposto a palpitar todos os capítulos.

Sammy Fox: Obrigado😉 vai acontecer alguma coisa interessante no baile, eu acho kkk.

Sirferrow: Não morra! Não suportaria perder um leitor tão querido! Sim, ele está crescendo, mas até onde isso vai levar ele? Perguntinha só para atiçar sua curiosidade😁 desculpa te fazer reler tudo.

Indieboy: Obrigado☺️ que bom que gostou e espero ter matado sua ansiedade, ao menos por enquanto.

Vamos ao conto!

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Algo se agitou dentro de mim, não sabia o quê, mas sentia que algo iria acontecer naquele baile.

O restante do dia percorreu normalmente, quando podia estar com Vinicius absorvia cada gesto e movimento, sua voz rouca tentava meu imaginário, que já criava declarações que o dono da voz jamais me diria, ao seu lado eu me sentia extremamente exposto, como um cabo de alta voltagem desencapado, e também incrivelmente receptivo, como se todos os meus poros se abrissem para absorver mais dele. A cada momento junto dele eu sentia a intensidade de uma paixão, desejos, até então inerentes a mim, agora desabrochavam em meus pensamentos, onde não havia culpa ou empecilhos, apenas amor.

Cinco minutos antes da ultima aula do dia acabar um monitor me chamou.

- Senhor Petriér?

Da minha carteira olhei-o com receio. Já havia tomado os remédios, só faltavam alguns, mas não estava no horário ainda. Isso era, geralmente, o único motivo pelo qual me tiravam da sala. O que poderia ser?

- Sim?

Ele me localizou entre os alunos.

- Queira me acompanhar.

Olhei para o relógio e vi que só faltavam alguns minutos para o fim da aula, recolhi meus materiais e saí da sala. Assim que fechei a porta perguntei:

- Algo importante?

- Creio ser. Você tem uma visita.

Me tranquilizei na medida do possível, andamos até a sala de vistas, uma ambiente agradável, ao lado da sala do diretor, foi feita para receber os pais que queriam ver seus filhos. Era comum no cenário da escola alguns pais virem visitar seus filhos, sempre víamos um ou outro andando pelo campus com eles.

Quando cheguei lá o monitor deslizou a porta de vidro para que eu entrasse, e depois fechou-a, se mantendo fora do local. Andei até um dos sofás e vi minha mãe sentada imperiosamente, lendo alguma revista de moda.

- Mãe!

Seu rosto se levantou e ela sorriu, mostrando os dentes excepcionalmente brancos.

- Ah, meu anjo.

Se pôs em em pé e eu a abracei, sendo retribuído no mesmo instante.

- Tudo bem?

Ela levou sua mão até meu queixo e o ergueu, de modo que eu olhava mais para cima, diretamente em seu rosto.

- Me ligaram e disseram que você estava gripado, então resolvi vir te ver - ela parou e analisou meu rosto - Vejo que você parece abatido.

Segurei sua mão.

- Já estou melhor.

Minha mãe olhou com uma discreta descrença.

- Sim, talvez esteja. Mas não acha melhor ir para uma avaliação médica?

- Hospital não - disse com um terror mal contido na voz - Já melhorei, a gripe passou.

Ela se sentou, e sentei ao seu lado. Percebendo que estava entrando em uma situação delicada, mamãe reformulou sua proposta.

- Não é necessário ir ao hospital, Doutor Anderson pode te atender em casa. O que acha?

Uma bateria de exames me tiraria, no mínimo, um dia de Augustine. Um dia inteiro sem Vinicius.

- Não acho que seja o caso. Realmente me sinto melhor.

- Nicollas - disse ela, sua voz adquirindo um tom mais sério - Se você está passando por um mal momento de novo, precisa se poupar. Isso não significa que será impedido de frequentar a escola e ter aulas em casa.

Balancei a cabeça, afirmando que entendia tudo o que ela falava.

- Sim, mãe. Eu entendo, mas é só uma gripe passageira, não senti dor de cabeça e não me sinto cansado como antes - disse, me referindo aos dias ruins - Está tudo bem comigo.

- Certeza? - disse ela, tentando uma ultima vez - Absoluta?

- Sim. Absoluta.

Mamãe me abraçou de novo, dessa vez mais forte.

- Fico tão feliz por saber que esta tudo bem - sua voz estava mais alegre agora - E então, como está sendo o ensino médio? Gostou da nova grade de disciplinas?

- Sim, é meio diferente, mas eu gostei.

- Só isso? Nenhuma matéria em especial?

Parei para analisar, nenhuma aula fora tão envolvente quanto a de Formação Humana.

- Formação Humana é ótima - disse com sinceridade - Queria que tivesse uma turma especial.

- Ainda continuam com os esquemas de turmas especiais?

- Sim. A senhora participava de alguma?

Ela riu, o som melodioso e alegre de seus risos me remetia a sinos de vento.

- Algumas. Matemática, português, história, todas as eletivas de esporte, mas a minha favorita era artes - seus olhos adquiriram um aspecto sonhador, repleto de nostalgia, enquanto relembrava de sua época na escola - saíamos para museus, pintávamos diversas coisas, chegamos até a conhecer alguns artistas famosos daquele tempo. Foi muito bom.

Minha mente assimilava tudo com pavor, enquanto eu sonhava em participar de uma turma especial, minha mãe havia participado de, no mínimo, cinco.

- Não era muito trabalhoso? - perguntei, nervoso - Quero dizer, deve ser exaustivo estar em várias turmas especiais.

- Ah sim, eu não tinha tempo para nada. Isso mudou quando conheci seu pai, não conseguiria administrar tantas atividades com um namorado - mamãe riu de novo - ele me fez desistir de todas. Todas, exceto artes.

- Papai também conseguiu entrar em alguma turma?

- Sim, matemática e na eletiva de futebol. Ele amava o futebol, e era incrivelmente bom em matemática, foi nessa turma que nós nos conhecemos.

Oh. Eu pertencia a uma família de gênios. Estaria a altura deles? Não são só inteligentes, alertava minha mente, são extremamente influentes também. Meu pai, provavelmente, ocupou uma posição de prestígio na Mänus, tamanho era seu prestígio que me poupara de fazer os testes que os outros candidatos faziam. E tem seu avô também, minha mente desferia o golpe de misericórdia, o pilar de toda família Petriér.

- Nossa - soltei um risinho nervoso - não sabia que vocês frequentavam as turmas especiais.

Mamãe percebeu que me apavorara, agora tentava correr atrás do prejuízo.

- Mas isso foi em nossa época. Deus sabe o nível de dificuldade de entrar em uma atualmente.

- Eu tinha esperança de entrar em uma - admiti de forma singela, quase retraída, como uma criança confessando seus desejos mais insensatos a um cético.

- Mas é claro que deve ter esperanças! Você é inteligente, vai conseguir com facilidade.

Ela pronunciava aquilo de forma fatídica, tão certa de que seu filho era capaz.

- Assim espero.

Seu celular tocou e mamãe olhou a tela com uma expressão angustiada.

- Querido, tenho que ir, ainda quero ver sua irmã, mas tenho um encontro importante daqui a pouco.

- Tudo bem.

Ela me abraçou e disse:

- Se por ventura alguma coisa acontecer, qualquer coisa, me ligue.

- Sim, eu ligarei.

Seu corpo ia se virar, mas antes disso seus olhos captaram alguma coisa, que pela sua feição a surpreendia.

- Nicollas - sua mão acariciou minha bochecha - esta tudo bem?

Aturdido, respondi imediatamente.

- Sim, algo errado?

- Seus olhos - um sorriso débil brotou em seus lábios - eles brilham.

Fechei meus olhos rapidamente e abaixei a cabeça.

- Deve ser a gripe.

O sorriso se intensificou.

- Eu... - mamãe pareceu perdida por um instante - lembre-se, qualquer coisa.

Abraçou-me uma última vez, dessa vez eu sentia a condescendência me inundar. Ela percebeu. Ela sabe.

Fiquei sozinho por um momento, envergonhado demais para sequer me mover. Me deixei ficar no sofá. Será que ela sabia que minha paixão beirava a devoção? E que nem por um segundo eu sentia isso por outra, a não ser por ele? Levei ambas as mãos ao meu rosto. Meus olhos ardiam e eu me odiei. Odiei o que eu era. Amaldiçoei o que sentia. Tremi diante do meu futuro, tão incerto quanto a brisa. Eu iria infligir dor, angústia e sofrimento a quem eu mais amava, tudo para viver um amor proibido. Me senti pior ainda por não sentir remorso diante a expectativa de abandonar minha família.

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- Isso é ridículo - disse para a menina, Daniele ou o quê fosse, a minha frente, que não parava de insistir - Não vou apostar.

- Ah Michelle - tentava ela uma última vez - Vai ser divertido.

Revirei os olhos e dei um passo para trás, esbarrando em uma Beatriz assustada pela ideia de perder a aposta. A menina se prostrara atrás de mim como se eu pudesse protege-la de qualquer infortúnio. Segurei seu braço e a puxei para meu lado.

- Ninguém vai te obrigar a fazer isso.

Seu rosto era puro alívio, ela abaixou a cabeça um pouco, como se agradecesse.

- Não, não - disse Daniele triunfante - Beatriz já apostou. Está feito.

Segurei um suspiro. Ah Beatriz, o que você pensou?

- Michelle - sussurrou minha amiga, tensa novamente - por favor, se você for junto comigo não será tão ruim.

- Em que você apostou? - perguntei, avaliando a ideia de apostar também.

Beatriz corou.

- Apostei que ela iria terminar com ele.

- O que? - perguntei surpresa e brava, arrastei ela dali para podermos conversar a sós - Por que motivo você achou que Yasmin iria terminar?

Ela olhou para seus pés, embaraçada demais para se defender. Esperei até ela se recompor, e quando isso aconteceu sua voz veio embargada.

- Eu não sei. É outra traição, pensei que ela iria pensar bem e...

Ergui a mão, ela já se embolava com as palavras, nervosa, eu não queria ouvir mais nada, Beatriz parou de imediato, ela me conhecia muito bem, e sabia no que o gesto implicava.

- Ok. Não podemos desfazer isso - esclareci a situação, aceitando jogar com as cartas que me foram dadas - mas vamos contornar a situação.

Minha amiga mostrava sinais de estar mais calma, todavia longe do alívio.

Voltei até o grupo de meninas e pronunciei minha decisão.

- Vou apostar também.

Daniele deu pulinhos de contentamento.

- No que você aposta?

As palavras pesavam como chumbo em minha boca, entretanto eu as disse, a contragosto.

- Yasmin vai terminar.

O grupo riu e eu não resisti perguntar o porquê daqueles risos.

- Não entendi - fingi desentendimento para não parecer grosseira - por quê riram?

Daniele com toda sua soberba me respondeu:

- Só você e a Beatriz apostaram nisso.

É claro. Se não fosse por Beatriz eu teria apostado que ela terminaria também.

- Se a gente perder - hipotisei - o que acontece?

- Sabe o baile? - Daniele tinha desdém em seu olhar - Terão que ir com roupas de lavadeiras medievais.

Droga!

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- Não acredito - disse cético.

- É verdade - contradiz Vinicius.

- Mas, como?

- Foi uma coisa meio estranha, mas aconteceu mesmo. Acho que foi por causa da fumaça. Só sei que confundi tudo.

Ri outra vez. Quando estava com Vinicius o riso era inevitável. Estávamos sentados a beira do lago, eu inclinado em sua direção, embasbacado pelo ser belo e carismático a minha frente, ele estava sentado de qualquer maneira, mas o que me chamava atenção era sua mão, tão próxima a minha, me perguntava se ela ainda tinha a textura aveludada de que me recordava, agarrei a grama para evitar tocá-lo. O sol poente tingia o céu de um laranja avermelhado,e ali, na beira do lagocenário perfeito para um romance açucarado.

- Mas então, você não tem nenhuma história para me contar?

Calei diante de sua pergunta.

Minhas peripécias não eram, nem de longe, comparáveis as dele. Meus momentos engraçados se davam por coisas sutis, gafes maquiadas, deslizes precariamente encobertos, em geral displicências discretas e significativas.

- Creio não ter.

- Uma pessoa sem histórias. Deve ter um grande espaço vazio dentro de você - seu rosto tornara-se uma uma máscara maliciosa - Vamos preenchê-lo.

Comentários

Há 3 comentários.

Por Henry Thorne em 2016-01-05 17:55:09
Achei o capítulo bem curto e pareceu um aquecimento para o baile *-* muito conceitual, como sempre bem escrito e conseguindo passar as frustrações e delirios desse amor e como isso esta prejudicando o Nic, ele mesmo percebeu, do jeito que esta e do jeito que foi apresentado e até mesmo o que você deu a entender :3 acho que nic e vini não vão ficar juntos tão cedo, mas o que isso tem haver com o capítulo exclusivamente? Meio que tudo rsrsrs, nic tem medo e com razão para um rapaz nessa idade e circunstâncias de se assumir e nem tem experiência e ainda mais com aquele episódio do quarto e a transformação de atitude no dia posterior de vini, que é outro que deve passar pela mesma coisa, e isso esta prejudicando o nicollas, é um amor nocivo, e isso é meio angustiante, não por estar chovendo e não molhando e sim pelas atitudes tomadas pelo protagonista, pelos sentimentos dele, aparetemente só estar perto do vinicius é o suficiente pelo receio dele assumir esse amor, o que é uma atitude bastante normal mais muito auto destrutiva, espero que não demore muito para o nic colocar as cartas na mesa com o vinicius, mas algo me diz que ambos vão sofrer. Mais uma coisa o nic teve uma recaída? Só no próximo capítulo rsrsrs estou amando a historia e senti falta do Rafael, feliz ano novo ^^ que nesse ano ainda teremos a terceira temporada :3
Por indieboy em 2016-01-03 21:22:30
Ameeei, e esse baile ein? Estou ansioso! 😘❤
Por Sirferrow em 2016-01-03 16:59:00
Ótimo capítulo!!!! Apesar de sentir que foi mais curto que os anteriores. Poste com essa frequência plmdds, mto ansioso para o que vai acontecer. Adorei a mãe de Nicollas, e quero saber o que esse baile reserva para os protagonistas. E tenho uma curiosidade, VC pretende postar quantos capítulos, e se vai haver outra temporada, ou vc ainda n tem isso em mente? Enfim, não demoraaaa!!!