CP9 - Pensamentos de Clara.

Conto de Brulei como (Seguir)

Parte da série Desculpa se te quero!

*Clara*

Clara viajou o mundo todo por 9 anos. A fortuna dos pais pareciam infinitas. Era uma herança que se acumulava desde os bisavós.

Clara, ao chegar ao Brasil, compra um apartamento no centro de SP. Perto de parques, de shoppings, perto de vários lugares. Clara não vivia em rotina, seus dias eram sempre diferentes. Gostava de frequentar bares e baldas noturnas.

Clara não tinha amigos, e tampouco se interessou por alguém. Ela lembrava dos pais e dos momentos bons, mas não se arrependia momento algum sobre a morte deles.

“O que tinha que ser feito eu fiz” – dizia ela para si mesmo.

Clara decide passar na casa dos pais, olhar o apartamento e, se possível, alugar. Ao chegar lá, depara com um caminhão de mudança em frente ao condomínio. E de longe avistou uma placa de venda na janela do apartamento. “Como assim? Aquela casa é minha”. Então ela liga para o número que estava na placa.

Chamando...

- Alô? – disse a voz.

- Alô? É da corretora? – pergunta ela.

- Sim. Em que posso ajudál-la? – pergunta a voz.

- Sou Clara, filha da Doutora Laura, e vi que o nosso apartamento está em venda... Quem permitiu isso? – perguntou ela, nervosa.

- Clara?! – a voz se silenciou por alguns segundos. – Clara, eu fui um amigo do seu pai, Isaac, e essa casa não é de vocês, eu apenas emprestei para vocês. Seus pais pediu emprestada para mim até que ele resolvessem as situações, documentos e etc, aqui no Brasil.

Clara não respondeu. Ela desligou o telefone na cara do rapaz. E observou a mudança. Um jovem alegre saiu do carro para ajudar os funcionários da mudança. Clara olhou bem o seu rosto, e decorou.

“Eu amo essa casa. Minha primeira casa brasileira. A casa em que fui mais feliz, onde minha família morou. Não posso deixar que qualquer pegue ela.”

Clara retorna a ligação ao corretor amigo dos pais.

- Quero comprar a casa. – disse ela.

- Bem, creio que já foi comprada. Sinto muito. – respondeu ela.

- Mas eu cubro o preço dele – disse ela.

- Não posso. Ele comprou à vista. Fizemos um contrato com o comprador. Abaixamos o valor da casa se ele assinar esse contrato – disse ele.

- e que contrato foi esse? – perguntou Clara.

- Olha, não posso passar essas informações. Mas confio em você por ser filha do meu falecido amigo. É um contrato incomum, mas é vantajoso tanto para a corretora quanto para o comprador. É um contrato que possibilita o comprador comprar a casa com um desconto de 40%, mas caso ele falecer, a casa retornará para nós e assim venderemos novamente. – disse ele.

-Que contrato interessante – disse ela. – bem incomum mesmo. Obrigada.

E desliga.

Clara decide ir até o rapaz alegre.

- Olá, bom dia. – disse ela. – Se mudando?

O rapaz era bonito. Forte e gentil.

- Ei! Meu irmão está se mudando, rs.- disse ele – estou apenas ajudando.

- Sério? Que bom. Aqui é um condomínio muito lindo, e bem caro também. – disse ela – quem é o seu irmão?

- Aquele ali – o rapaz aponta para um outro homem que descia a escada. – ele acabou de abrir um escritório na Av. Paulista.

- Sério? Qual é o nome dele?

- Roberto.

.

.

Clara conseguiu registar o rosto de Roberto. E decidiu se aproximar dele. Mas ia esperar um tempo, talvez algumas semanas para começar sua “perseguição”. Passou uma seman, e ela decide viajar para Santos curtir uma praia.

Enquanto preparava as malas, Clara ligou a televisão e viu o psicólogo. O psicólogo que sua mãe procurou, o psicólogo que a enganou, o psicólogo que disse à sua mãe sobre o fato dela ser perigosa. Clara sentiu um calor subir, suas orelhas ficaram vermelhas e ardentes. Sentia ódio por ele. Apenas ódio. Ele dizia que iria participar de um evento, e logo informou o local e o horário. Clara anotou e decidiu “visitar” o velho amigo que a enganou a nove anos atrás.

Comentários

Há 1 comentários.

Por joão em 2016-06-16 13:10:08
Nossa, Muito interessante, gostando muito que mandou logo um próximo capítulo, ....esperando o próximo.