CP10 - Um Beijo Inesperado.

Conto de Brulei como (Seguir)

Parte da série Desculpa se te quero!

In mind: Roberto.

O dia estava confortável, o sol estava bem animado, céu limpo e uma brisa suave. Decidi abrir a janela do carro para sentir esse ar no rosto. Fechei os olhos e respirei fundo.

BIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

Acordei em um pulo. Droga! Dormi no trânsito? O que eu estou pensando que sou?

Uma van preta passa do meu lado e um senhor no volante grita:

- Ô seu trouxa! Vai ficar embaçando aí? O sinal está liberado!

- Desculpe! Desculpe.

Pé no acelerado, e lá vou eu.

A universidade nem era tão longe de casa assim, logo não tinha necessidade de chegar cedo. Mas eu sou eu, e sempre chego cedo onde quer que seja.

A universidade é bonita e clássica. Entrei pela secretária e logo avistei Mário conversando com uma secretária.

- Robertão! – disse ele, animado. E logo veio me abraçar – quanto tempo!

- Nem me fale – eu retribuo o abraço – está ficando velhão hein!

- Respeita os mais velhos, doutor. – disse ele, e rimos.

As instruções de Mário eram claras. Quando bater meio dia, eu deverei estar no auditório e compartilhar com os alunos o dia a dia de um profissional da psicologia, das aulas na faculdades e tirar as dúvidas dos alunos.

- Bem, agora os alunos estão se matriculando, e provavelmente eles receberão trotes, normal. – disse Mário.

Lembrei-me de quando eu levei um trote, foi divertido. Me jogaram na lama, rs. Mas foi um dos dias mais legais da minha vida. O prazer de ver seu nome na lista, de ver a sua turma formada em uma universidade federal é imensurável.

- Enquanto isso, que tal prepararmos o que iremos falar, hein? – perguntou ele.

Então subimos para um sala no segundo andar, e lá preparamos alguns textos que deverá ser falado. Mário me disse que decidiu ser docente integralmente, e que a vida só no escritório era tédio, e por isso que abandonou.

- Sabe, acho que é um egoísmo você acumular tanto conhecimento e experiências e não compartilhar. Claro que você é jovem ainda, deve fazer uma especialização, mestrado e etc. Mas nos últimos anos, tive uma ideia muito brilhante, decidir ser um docente. Não me arrependo de nada, Roberto. Não me arrependo de educar aqueles jovens. E o melhor é quando esses mesmo jovens usam o que aprenderam para crescer. Tive vários alunos inteligentes e bem destacados, como você. Mas acho que eles, assim como você, devem dedicar pelo menos uma pequena parte da vida para ensinar.

Já pensei em ensinar, claro que já. Mas eu ainda estava começando, e preciso de muita experiência. Preciso de uma pós e mestrado.

Passamos algumas horas escrevendo, e a fome veio. Meu café da manhã foi rápido. Vejo o relógio e percebo que faltam meia hora para meio dia. E decido fazer um fast food.

- ei, sabe que tem alguma lanchonete por aqui? – pergunto para Mário.

Ele me disse que do outro lado da rua tinha um fast food. E eu corro para lá.

Atravesso a rua e analiso o ambiente, era um pouco estranho, mas havia muitos jovens frequentando, logo entrei também. O balcão estava vazio, e sobre ele tinha aquela vitrine de vidro mostrando belas coxinhas, hummm.

- Moça, por favor, um café e uma cozinha.

Ela me atende de imediato. O café fresquinho e uma cozinha quentinha. Eu pego o café e dou aquele gole miúdo. Observo que na rua os jovens ainda estão fazendo trotes e brincando na calçada, até que alguém esbarra em mim por trás.

Droga! O café derramou todo em minha calça.

- Desculpa! Eu não te vi – disse um jovem atrás de mim – o senhor está bem?

Eu viro para tranquiliza-lo. Meu coração parou. Não acreditei

-Sim! Estou! – respondo – E você?

- Ei! Você de novo?! – disse João.

- João?! – pergunto, surpreso. - que surpresa!

Ele me olha com alegria e eu retribuo. Ainda sentia uma atração por ele, ainda mais agora que ele estava ainda mais bonito. Seu rosto parece mais limpo dos cravos e espinhas, sua barba por fazer era bastante atraente, e seu cabelo liso jogado para trás.

- Uau! O que faz aqui? – pergunta ele. – Digo, surpreso em te ver também.

- Ah, sim. Eu irei dar uma palestra aqui na universidade. Uma palestra sobre psicologia. E você o que faz aqui? – pergunto.

- Sério?! Uau. Eu ia até assistir. Eu vim fazer minha matrícula! – respondeu ele, animado.

- Você vai estudar aqui? – pergunto, espantado.

- Sim, medicina. –responde ele.

Eu fiquei ainda mais feliz. Medicina era um curso difícil de passar e de se formar. Nunca pensei que ele tinha esse desejo de cursar medicina.

- Ué, mas achei que seu pai não deixava... por causa da sua, bem... doença. – digo.

- AH, bem. Estou tratando o câncer. Ainda vou viver por uns tempos – diz ele, rindo. – mas claro, minha vida não precisa para por que tenho uma doença, eu vou fazer medicina e ser um médico bom, e aí quando a doença quiser me dominar, a minha vida para.

João tinha esse lado que nos fazia refletir. Eu jurava que se ele fizesse alguma faculdade, seria humanas. Mas era biológica, e o melhor: Medicina.

Eu lembrei do nosso primeiro beijo, e o quanto fiquei surpreso com o beijo repentino.

- Então, vou me dedicar ao máxi... – eu o interrompo com um beijo.

Ele relutava, mas no fim cedeu. Nossas línguas se encontravam e se saudavam. Era um beijo que queria dar há muito tempo. Eu estava com saudades. João me abraçou e me apertou, ele também estava com saudades.

Cof cof

A atendente fingiu (fingiu horrorosamente, sabe aquelas tosses de novela? Então quase parecido). Eu e João se olhamos e terminamos o nosso beijo. Droga.

- desculpe, eu estava precisando disso – eu digo.

João estava olhando para porta com uma expressão neutra.

Na porta da lanchonete havia um menino.

- Marcelo! – disse João.

E o jovem correu.

To be continued...

Comentários

Há 1 comentários.

Por joão em 2016-06-16 18:18:10
Hahahahaahhaha morrendo de curiosidade, ansioso para o próximo capítulo ❤️🌹🌹