* O Obsessivo *

Conto de Brulei como (Seguir)

No velório da irmã mais velha, Miguel estava sem expressão. Seu rosto era pálido e coberto pela sombra do seu chapéu. Um chapéu negro encarando um véu branco, o da falecida. Miguel olha ao redor e observa a tristeza reinando aquele lugar. “Ele vai chegar, ele vai me ver” pensou Miguel.

Os familiares da falecida estavam reunidos ao redor do caixão negro. Lágrimas molhavam o piso de mármore. O padre cantarolava as palavras divinas. “Ingênuo” pensou Miguel “Quando esse sacerdote descobrir, após a morte, que os deuses verdadeiros não são os que ele cultua, será tarde demais”.

Após o término da oração, um homem de terno branco surge pela porta principal da casa. Ele caminha até o hall e encara Miguel.

O homem é alto. Mesmo sob o terno, o seu corpo musculoso era perceptível. Seu rosto era sério e encantador. Seus olhos são acastanhados e fixos. Sua pele era cor marrom clara. E seus lábios vermelhos esboçava um sorriso malicioso.

“Até que enfim”

Miguel se retira do ciclo, e se aproxima do homem.

- Me diga o motivo de tal demora, senhor – Miguel o interroga com a voz gentil, porém irônica.

- Não me era conveniente surgir enquanto havia um falso profeta comandando esse enterro – responde o homem. A voz era grossa e grave. Seus olhos não piscam em nenhum momento. Ele estava se divertindo com a situação. – Então, pequeno jovem, onde posamos nos aventurar em nossos fluídos corporais?

Miguel o analisa beliscando os lábios. “Tudo estava pronto desde o assassinato”.

- Em meu quarto – reponde ele – me acompanhe.

Miguel vira-se para o centro da sala e anda em direção à escada. O homem acompanha seus passos. Ninguém percebeu a presença do homem, apenas reagiram à locomoção de Miguel.

- Miguel, a presença dos familiares é vital para a passagem de sua irmã – disse o Padre, interrompendo sua oração mental. – junte-se a nós.

- Padre. Preciso ficar sozinho. Prometo orar em meu quarto. – responde Miguel. Suas palavras foram convincentes ao Padre, e esse não o impediu.

Um, dois e três degraus. O caixão perdeu de vista. Miguel percebeu a presença do homem por trás, e virou.

Agarrou os ombros do homem e pressionou o peito sobre o dele. O homem sorriu e passearam as mãos pelas costas nuas de Miguel, e aí os lábios se tocaram.

Era como um sistema, cada órgão sabia exatamente o que fazer. O homem conhecia as curvas de Miguel e vice-versa. Ficaram assim por segundos, mas foram interrompidos por uma voz, ao longe, dizendo “amém”.

Miguel retoma sua posição de antes, como condutor. E guia o homem até o seu quarto.

As janelas estavam fechadas, e as cortinas cobriam toda a parede. O quarto era um perfeito quadrado. E no centro, uma cama de casal. Uma cama coberta por lençóis de linho puro. Os travesseiros eram de penas de aves. Era uma cama apropriada para outras atividades além do repouso. E Miguel já sabe quais são essas atividades.

O homem, após admirar a beleza arquitetônica do quarto, se senta, delicadamente, sobre a cama. Miguel tranca a porta e se vira. O homem já se encontrava pelado, e deitado.

- Chacal, você me mata desse jeito – disse iguel após um longo suspiro.

- E quando morrer, estarei aqui. – provocou Chacal, sarcástico.

Conforme Miguel se aproximava da cama, ele despia cada peça de roupa do seu corpo. Aos pés da cama, Miguel se encontrava nu.

Chachal, como dito antes, mostrava uma beleza física esplendorosa. Os músculos eram definidos. E o seu pênis media um tamanho formidável. Miguel o deliciou com os olhos.

Miguel passeia suas mãos sobre o abdômen definido de Chacal,e suspira. Ele sobe em seu corpo e beija aqueles lábios sedentos. A posição excitava o Chacal, e o mesmo apoderou das nádegas nuas de Miguel. Ambos estavam envoltos por um calor irresistível, e a vontade do prazer sexual era ainda mais desejada.

Miguel beija as faces, e desce para o peitoril de Chacal, e esse geme. Miguel se encontrava beijando calmamente a barriga, e desce até encontrar o membro masculino. Miguel começa pela glande, beija-o com moderação. Após salivar toda a superfície da glande, ele abre ainda mais a boca e envolve todo o pênis que já se encontrava em sua forma ereta. Devido ao tamanho, Miguel se engasgou, mas não para. Num movimento de vai e vem, Miguel exalava a satisfação de ter aquele membro ereto dentro de sua boca. Chacal afagava a cabeça de Miguel e segurava seu cabelo, e num gesto carinhoso ele incentivava Miguel a ir mais depressa.

Após se saciar com os fluídos do membro, Miguel se prepara para a penetração. Ele se levanta e olha para baixo. Os olhos do Chacal mostravam o desejo de ter aquele corpo cobrindo o seu pênis. Miguel se agacha, e conduz o pênis para a entrada do seu orifício renal. A penetração se inicia.

Os gemidos de Chacal e Miguel eram baixos mas sinceros. Eles se entregavam um ao outro. Eram dois amantes. Dois corpos se encontrando e brincando. Miguel “brincava de pula-pula” com Chacal. O movimento de sobe e desce era excitante. Chacal segurava as nádegas de Miguel auxiliando no movimento. Chacal avisou:

- O sêmen divino irá ser jorrado!

- Dentro de mim! – Ordena Miguel.

Chacal, não aguentando tamanha bombeação, gozou dentro de Miguel. O prazer aumentou ainda mais. Entre gemidos, os fluídos eram compartilhados. Ambos saboreavam o final daquele ato prazeroso. Miguel ainda se movimentava sobre o pênis e observou o rosto do parceiro que exalava prazer.

Após terminarem o sexo, eles estavam deitados na cama. Miguel se debruçava sobre Chacal.

- Vai levar ela para onde? – Perguntou Miguel.

- Quem? Sua irmã? Bem, a alma dela é muito boa, é claro que ela vai para o paraíso. Uma pena que foi assassinada. – disse Chacal,, mentindo sobre as lamentações. – o assassino é um grande cafajeste.

Miguel sorriu. Encarou o Chacal e disse:

- Não sou cafajeste, Anúbis. Não tenho culpa se me apaixonei por você. Não tenho culpa se só posso te ver em velórios de parentes. Não tenho culpa se você é um deus da morte, um deus egípcio. Não tenho culpa se você não é humano. Eu ainda farei questão de te ver sempre.

Anúbis/Chacal solta uma risada.

- O que fará então, meu pequeno psicopata? Matará todos os membros de sua família? – perguntou ele.

- Sim. Um por um. E quando não restar mais ninguém, aí partirei dessa vida. – respondeu Miguel.

- E quando você partir viverá para sempre comigo no mundo inferior – disse Anúbis e, em seguida, solta outra gargalhada.

Comentários

Há 1 comentários.

Por C.E Demetrio em 2016-07-14 13:24:25
Adoorei! Um pouco doentio, mas muito interessante!