Bruno - Capítulo 4

Conto de Bruh como (Seguir)

Parte da série Bruno

Meu coração bateu tão rápido que a minha cabeça passou a doer imediatamente. Eu fechei a página da internet e fitei meu pai, já começando a tremer de medo:

- RESPONDE!

Fiquei calado. Não consegui responder nada.

- EU FALEI PRA VOCÊ RESPONDER!!!

O tapa que ele deu no meu rosto me fez cair da cadeira giratória.

- Pai...

- ENTÃO É ISSO... ENTÃO É POR ISSO QUE VOCÊ ANDA COM AQUELE IMUNDO... PORQUE VOCÊ É QUE NEM ELE...

- Eu posso explicar – meus olhos estavam cheios de lágrimas.

Outro tapa.

- Deixa eu te explicar, pai... – comecei a chorar.

- EXPLICAR?

Ele me bateu de novo e em seguida começou a espancar as minhas costas com socos.

- PARA PAI – urrei de dor...

- O QUE É ISSO, EDSON? – minha mãe entrou desesperada no quarto.

- SEU FILHO... – ele não parava de me bater. – SEU FILHO...

- O que tem o menino, Edson? Para de bater nele...

Cada tabefe que ele me dava doía mais na minha alma que no meu corpo. Eu caí de novo no chão e ele começou a me chutar.

- Ai... – choraminguei.

- ESSE FILHO DA PUTA É VIADO... MAS EU VOU DAR O QUE ELE MERECE... ELE VAI APREDER A SER HOMEM...

- PARA, PAI, PARA PELO AMOR DE DEUS...

Edson chutou o meu estômago e eu fiquei completamente sem ar. Meu corpo estava doendo muito.

- CHEGA, EDSON, VOCÊ VAI MATÁ-LO –minha mãe foi ao meu auxílio e ficou na frente do meu pai.

- ERA O QUE EU DEVERIA FAZER... VIADO, NOJENTO, IMUNDO... SOME JÁ DA MINHA CASA...

Eu não consegui falar nada. Meu braço estava doendo tanto que era bem capaz que estivesse quebrado, mas a dor não chegava nem perto da que eu estava sentindo na barriga.

- Tá... Doendo... – eu tentei falar.

- TÁ DOENDO? TÁ DOENDO? VAI DOER MUITO MAIS...

Outro chute.

- PARA... – implorei. – PARA, PELO AMOR DE DEUS...

- VOCÊ NÃO É DE DEUS, VOCÊ É DO DEMÔNIO!!! PESSOAS DA SUA LAIA SÃO FILHOS DO DEMÔNIO!!!

- JÁ CHEGA, EDSON. SE VOCÊ CONTINUAR BATENDO NELE EU VOU TE DENUNCIAR PRA POLÍCIA!

- VAI ACOBERTAR ESSE DESGRAÇADO, FÁTIMA? É ISSO MESMO QUE VOCÊ VAI FAZER?

- NÃO VOU ACOBERTAR NINGUÉM. SÓ NÃO QUERO QUE VOCÊ BATA NO MENINO...

Senti gosto de sangue na boca e algo molhado no nariz.

- Ele está sangrando...

- QUE MORRA!

- Me ajuda... – supliquei. – Me ajuda...

Minha mãe não esboçou nenhuma reação naquele momento.

Com muita dificuldade eu fiquei de pé e comecei a andar. Eu queria sair dali o mais rápido possível.

- Deixa eu te ajudar, filho... – minha mãe começou a chorar.

- SE VOCÊ COLOCAR AS MÃOS NELE VAI PAGAR O PATO – meu pai berrou. – DEIXA ESSE DESGRAÇADO SE VIRAR SOZINHO!!!

- Mas, Edson..

- NÃO COLOQUE AS MÃOS NESSE LIXO, FÁTIMA. SE COLOCAR EU TE MATO!!!

Enquanto eu descia as escadas a dor só fez aumentar. Quando cheguei no último degrau, virei o pé e caí deitado no chão.

- LEVANTA DAÍ – meu pai ordenou. –LEVANTA E SOME DAQUI... DESAPARECE DA MINHA CASA... NÃO QUERO TE VER MAIS NENHUM SEGUNDO DEBAIXO DESSE TETO...

Eu sentei e tentei ficar de pé, mas meu tornozelo estava doendo demais e eu não consegui apoiar o pé no chão.

- EU FALEI PRA VOCÊ LEVANTAR!!!

Aquele que dizia ser meu pai me segurou com tanta força que meu corpo tombou por causa das dores.

- AI – berrei. Meu braço, meu estômago e meu pé estavam latejando ao extremo...

- DESAPARECE – ele repetiu. – EU NUNCA MAIS QUERO TE VER AQUI... VIADO NOJENTO!

- Meu pé... meu pé...

Edson abriu a porta da sala e me empurrou pra fora de casa, me levou até a rua e fechou o portão na minha cara.

- Filho... – minha mãe choramingou.

- NUNCA MAIS COLOQUE OS SEUS PÉS IMUNDOS AQUI, ENTENDEU?

Ao levantar cambaleei e me segurei no portão da casa ao lado. Se não bastassem as dores que eu estava sentindo, meus olhos estavam embaçados por causa das lágrimas e eu não estava enxergando nada direito.

- ENTRA, FÁTIMA – ele mandou.

- Mas...

- ENTRA AGORA OU VAI SOBRAR PRA VOCÊ TAMBÉM!

- Ele é seu filho, Edson...

- NÃO É PORRA NENHUMA. EU NÃO TENHO FILHO BICHA. MEU FILHO É O CAUÃ, SÓ O CAUÃ!!!

- AI – gritei quando coloquei o pé no chão.

Meu pai puxou minha mãe pelo braço e eles entraram. Meu corpo não aguentou e eu caí sentado no chão.

Estava chorando tanto que a minha camiseta já estava molhada. Era um misto de lágrimas e sangue. Eu limpei mais um pouco do sangue do meu rosto na manga direita da minha camiseta e respirei fundo e aos poucos, eu consegui ficar de pé.

Eu estava expulso de casa. Sozinho. Abandonado pela minha própria família e o pior de tudo: sem lugar pra ficar. Eu não fazia a menor idéia do que seria a minha vida dali em diante. Onde eu ia morar? Na rua? Como eu ia sobreviver? O que eu ia fazer da vida???

Infelizmente eu não tinha nenhuma resposta para aquelas perguntas. O desespero tomou conta do meu corpo. O que eu ia fazer, Deus? Nem andar eu estava conseguindo... a dor não estava me deixando pensar, mas será que tinha alguma solução? Será que existia uma luz no fim do túnel???M

eu coração bateu tão rápido que a minha cabeça passou a doer imediatamente. Eu fechei a página da internet e fitei meu pai, já começando a tremer de medo:

- RESPONDE!

Fiquei calado. Não consegui responder nada.

- EU FALEI PRA VOCÊ RESPONDER!!!

O tapa que ele deu no meu rosto me fez cair da cadeira giratória.

- Pai...

- ENTÃO É ISSO... ENTÃO É POR ISSO QUE VOCÊ ANDA COM AQUELE IMUNDO... PORQUE VOCÊ É QUE NEM ELE...

- Eu posso explicar – meus olhos estavam cheios de lágrimas.

Outro tapa.

- Deixa eu te explicar, pai... – comecei a chorar.

- EXPLICAR?

Ele me bateu de novo e em seguida começou a espancar as minhas costas com socos.

- PARA PAI – urrei de dor...

- O QUE É ISSO, EDSON? – minha mãe entrou desesperada no quarto.

- SEU FILHO... – ele não parava de me bater. – SEU FILHO...

- O que tem o menino, Edson? Para de bater nele...

Cada tabefe que ele me dava doía mais na minha alma que no meu corpo. Eu caí de novo no chão e ele começou a me chutar.

- Ai... – choraminguei.

- ESSE FILHO DA PUTA É VIADO... MAS EU VOU DAR O QUE ELE MERECE... ELE VAI APREDER A SER HOMEM...

- PARA, PAI, PARA PELO AMOR DE DEUS...

Edson chutou o meu estômago e eu fiquei completamente sem ar. Meu corpo estava doendo muito.

- CHEGA, EDSON, VOCÊ VAI MATÁ-LO –minha mãe foi ao meu auxílio e ficou na frente do meu pai.

- ERA O QUE EU DEVERIA FAZER... VIADO, NOJENTO, IMUNDO... SOME JÁ DA MINHA CASA...

Eu não consegui falar nada. Meu braço estava doendo tanto que era bem capaz que estivesse quebrado, mas a dor não chegava nem perto da que eu estava sentindo na barriga.

- Tá... Doendo... – eu tentei falar.

- TÁ DOENDO? TÁ DOENDO? VAI DOER MUITO MAIS...

Outro chute.

- PARA... – implorei. – PARA, PELO AMOR DE DEUS...

- VOCÊ NÃO É DE DEUS, VOCÊ É DO DEMÔNIO!!! PESSOAS DA SUA LAIA SÃO FILHOS DO DEMÔNIO!!!

- JÁ CHEGA, EDSON. SE VOCÊ CONTINUAR BATENDO NELE EU VOU TE DENUNCIAR PRA POLÍCIA!

- VAI ACOBERTAR ESSE DESGRAÇADO, FÁTIMA? É ISSO MESMO QUE VOCÊ VAI FAZER?

- NÃO VOU ACOBERTAR NINGUÉM. SÓ NÃO QUERO QUE VOCÊ BATA NO MENINO...

Senti gosto de sangue na boca e algo molhado no nariz.

- Ele está sangrando...

- QUE MORRA!

- Me ajuda... – supliquei. – Me ajuda...

Minha mãe não esboçou nenhuma reação naquele momento.

Com muita dificuldade eu fiquei de pé e comecei a andar. Eu queria sair dali o mais rápido possível.

- Deixa eu te ajudar, filho... – minha mãe começou a chorar.

- SE VOCÊ COLOCAR AS MÃOS NELE VAI PAGAR O PATO – meu pai berrou. – DEIXA ESSE DESGRAÇADO SE VIRAR SOZINHO!!!

- Mas, Edson..

- NÃO COLOQUE AS MÃOS NESSE LIXO, FÁTIMA. SE COLOCAR EU TE MATO!!!

Enquanto eu descia as escadas a dor só fez aumentar. Quando cheguei no último degrau, virei o pé e caí deitado no chão.

- LEVANTA DAÍ – meu pai ordenou. –LEVANTA E SOME DAQUI... DESAPARECE DA MINHA CASA... NÃO QUERO TE VER MAIS NENHUM SEGUNDO DEBAIXO DESSE TETO...

Eu sentei e tentei ficar de pé, mas meu tornozelo estava doendo demais e eu não consegui apoiar o pé no chão.

- EU FALEI PRA VOCÊ LEVANTAR!!!

Aquele que dizia ser meu pai me segurou com tanta força que meu corpo tombou por causa das dores.

- AI – berrei. Meu braço, meu estômago e meu pé estavam latejando ao extremo...

- DESAPARECE – ele repetiu. – EU NUNCA MAIS QUERO TE VER AQUI... VIADO NOJENTO!

- Meu pé... meu pé...

Edson abriu a porta da sala e me empurrou pra fora de casa, me levou até a rua e fechou o portão na minha cara.

- Filho... – minha mãe choramingou.

- NUNCA MAIS COLOQUE OS SEUS PÉS IMUNDOS AQUI, ENTENDEU?

Ao levantar cambaleei e me segurei no portão da casa ao lado. Se não bastassem as dores que eu estava sentindo, meus olhos estavam embaçados por causa das lágrimas e eu não estava enxergando nada direito.

- ENTRA, FÁTIMA – ele mandou.

- Mas...

- ENTRA AGORA OU VAI SOBRAR PRA VOCÊ TAMBÉM!

- Ele é seu filho, Edson...

- NÃO É PORRA NENHUMA. EU NÃO TENHO FILHO BICHA. MEU FILHO É O CAUÃ, SÓ O CAUÃ!!!

- AI – gritei quando coloquei o pé no chão.

Meu pai puxou minha mãe pelo braço e eles entraram. Meu corpo não aguentou e eu caí sentado no chão.

Estava chorando tanto que a minha camiseta já estava molhada. Era um misto de lágrimas e sangue. Eu limpei mais um pouco do sangue do meu rosto na manga direita da minha camiseta e respirei fundo e aos poucos, eu consegui ficar de pé.

Eu estava expulso de casa. Sozinho. Abandonado pela minha própria família e o pior de tudo: sem lugar pra ficar. Eu não fazia a menor idéia do que seria a minha vida dali em diante. Onde eu ia morar? Na rua? Como eu ia sobreviver? O que eu ia fazer da vida???

Infelizmente eu não tinha nenhuma resposta para aquelas perguntas. O desespero tomou conta do meu corpo. O que eu ia fazer, Deus? Nem andar eu estava conseguindo... a dor não estava me deixando pensar, mas será que tinha alguma solução? Será que existia uma luz no fim do túnel???

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