01 - Acidente

Parte da série Aquamarine

Por ler séries como "Um amor de Infância" e "O Garoto da Mesa 09", eu me inspirei e escrevi essa.

Um tanto clichê e curto, mas eu gostei de escrever.

*

"Eu só queria acordar no meu quarto, na minha casa, com os meus amigos"

Meu nome é Vitor, tenho 17 anos, olhos castanhos, pele clara, cabelos escuros, e um rosto com expressão de felicidade que quase sempre está presente, se não fosse essas férias.

Os meus pais literalmente me obrigaram a vir pra casa dos meus avós aqui na Baía da Viúva, que apesar do nome, tem uma praia de tirar o fôlego, com areias douradas, águas esverdeadas e um calçadão perfeito. Não sou o cara que gosta de ar livre, e acho que por isso que os meus pais me mandaram pra cá. Antes de vir pra Baía da Viúva, eu saia pra baladas, ia no shopping com os meus amigos, e agora nem saio da casa dos meus avós. Implorei pra alguém vir pra cá junto comigo, mas até o meu melhor amigo Arthur preferiu ficar em São José, minha cidade natal.

-Sério Arthur, tu precisa vir comigo. Vai ser legal, eu prometo.- eu disse fazendo biquinho e cara de cachorro pidão, com ar cômico.

-Olha Vitor, eu realmente acho que seria muito legal ir nessas férias contigo, mas eu não posso. Tu sabe que ano que vem a gente tem vestibular, e eu preciso estudar pra caramba, to um pouco perdido nos assuntos e esse ano eu relaxei nos estudos. Foi mal Mano, tu sabe melhor que qualquer um que eu ia adorar passar as férias contigo.-

respondeu, um pouco triste percebi.

-Deixa pra lá. Como eu te quero comigo ano que vem, eu prefiro que tu estude mesmo.- eu disse um pouco triste e um sorriso amarelo,me virando pra saída.

Logo que eu virei ele segurou o meu ombro. Eu me virou e ele me abraçou. Um abraço sincero, apertado. Ele disse bem baixinho no meu ouvido: Desculpa. Como eu queria ficar contigo as férias inteiras.

Eu não sei direito o que eu sinto pelo Arthur, ele é tão bom comigo. Já me salvou várias vezes do tédio de ficar sozinho em casa( meus pais trabalham muito), já me levou pra casa bêbado depois de muitas festas. Ele tinha um cabelo lindo, meio grande e bagunçado, que caia nos olhos verdes dele. Tem um corpo definido, braços fortes e músculos que pulam pra fora e manga. E naquele momento eu pude sentir cada músculo dos braços e do peitoral dele. Mas não posso arriscar perder a amizade dele por não saber o que eu sinto.

*

Eu estava meio sentado meio deitado no sofá, vendo TV.

-Meu filho, acho que você deveria sair mais de casa. Que tal você dar uma volta no calçadão? Isso com certeza vai te fazer melhorar dessa "depressão".- disse a dona Fátima, a melhor avó do mundo, rindo e cortando cenouras pro jantar.

-Não sei não vó, não to nem um pouco afim e nem no clima pra isso.- eu disse largado o sofá, triste e um pouco feliz pela minha conversa com o Arthur na escola.

- Meu filho, se você não sair agora, te prometo que não vou largar do seu pé o resto dessas férias.

-Tudo bem, tudo bem, eu saio.- respondi sem saco pra ter a minha vo no meu pé o dia todo, e sem forças pra continuar discutindo. Acho que ela tinha razão, eu precisava sair um pouco.

A casa dos meus avós é distante umas duas quadras do calçadão. Vi pouca movimentação nas ruas. Ignorei. A lua estava linda, enorme no céu. Parti e logo estava caminhando pelo calçadão. Sentei e Fiquei olhando a praia, que parecia iluminada artificialmente, e lembrei que já estava um pouco tarde e então andei até a areia, e andei pela água. Olhei rapidamente pra rua e me preocupei um pouco mais, não tinha ninguém na rua. Comecei a caminhar de volta pra casa, olhando pra lua.

Depois de poucos passos eu escuto uma voz, mas como estava muito fraca eu ignorei. Mas logo ia ficando bem forte e olhei pra frente, e vi um garoto vindo muito rápido na minha direção, mas como estávamos já bem perto, não deu em outra. Em um instante nos encontrávamos, no outro já estávamos rolando a pequena descida de areia ao lado do calçadão, e em outro eu já me encontrava no chão, cheio de areia embaixo da camisa e bermuda, tentando lembrar o que tinha acontecido. Olho pro lado e o vejo, deitado de bruços na areia. Não deu pra não perceber as curvas dele, um cabelo loiro lindo. Eu tinha o cutucado várias vezes, sem resposta até que eu me toquei. Ele estava desacordado.

*

Foi muito legal escrever esse capítulo, e depois de muitas tentativas, ele ficou bem legal, espero que tenham gostado.