Capítulo 2 - Ajudante do Papai Noel?

Parte da série O sobrinho do Papai Noel

Despertei e imediatamente procurei me sentar, ainda zonzo. Pus o telefone no gancho enquanto constatava que o dia já estava raiando. Hoje é Natal. E eu não tinha certeza do que havia acontecido durante a noite anterior, e que tipo de surpresa me aguardava na sala, sob a minha árvore de Natal.

Cuidadosamente, espiei pelo corredor. Caminhei em direção à sala devagar, incrédulo. O assaltante estava exatamente como eu o havia deixado, exceto por um detalhe muito estranho. Ele estava completamente nu. Peladinho da Silva!!!

E era um homem grande. Um corpo másculo, braços e pernas grossas. Naquela posição, que estendia vários grupos musculares, e comprimia outros, ficavam bem visíveis várias horas de musculação. Não me pareceu durante a noite que aquela roupa de Papai Noel estava escondendo tudo aquilo. Por falar nisso, chequei os nós e eles pareciam bem presos. Como ele teria conseguido tirar a roupa?

A pele dele era bem clara, algo como um dinamarquês, ou finlandês, sei lá. O cabelo também era bem clarinho, com um tom castanho. Ele era um pouquinho peludo, principalmente próximo das mãos e dos pés, e como estes estavam bem próximos, a característica chamava a atenção. Mas era incompreensível: Ele parecia completamente inconsciente. Como poderia ter tirado a roupa assim?

Meus olhos se desviaram das mãos grandes e bem modeladas para a bunda dele. Bem carnuda, e levemente rosada, assim como outras partes. O corpo de pele tão alva, parecia ser de um enorme bebê, exceto pela curta e rala pelagem castanha. Óbvio que era uma visão bastante excitante, e por um instante, pensei na possibilidade de eu ter tido um ataque de sonambulismo e tirado a roupa dele... Tudo bem, tavez eu esteja a perigo, mas não tanto assim!

Notei que abaixo da cabeleira castanha, havia uma ferida coagulada, provavelmente onde o atingi ontem. Olhei o rosto dele. Tez clara, bigode e barba curtos e castanhos. Ele tem uma cara de bobo. Mas talvez a esdrúxula situação dele estivesse me fazendo ter essa impressão. Cara, como esse invasor poderia ter entrado em um apartamento trancado no quinto andar de um prédio? Definitivamente, ele era grande demais para dar uma de homem-aranha...

Estava ali, observando seu lento respirar, tentando compreender o insondável mistério de sua nudez, com as luzes do pisca-pisca divertindo-se acima das nádegas, quando repentinamente, ele inspirou ruidosamente e piscou os olhos, despertando.

Ele contraiu levemente o rosto, parecendo sentir o local da pancada, e logo em seguida pareceu ter consciência de sua situação: - Essa não... - gemeu, e tentou olhar para mim. Cristalinos olhos azuis de cachorro sem dono.

- Fica quieto, desgraçado!!! A polícia já está a caminho! - tentei mostrar alguma tranquilidade, mas estava bem nervoso. Caminhei de costas pelo corredor para não perdê-lo de vista. Ele começou a se agitar, forçando os nós, os olhos arregalados. - Polícia, não!!! - ouvi-o gritar. Sinta medo mesmo, canalha!!!

Peguei o telefone no quarto e comecei a discar, com a agilidade que o stress produz, e enquanto esperava alguma resposta, ele gritou novamente, com uma voz firme e um pouco rouca, de tanta tensão: - O que você vai dizer pra polícia??? EU vou dizer que você é louco, que me sequestrou na rua me batendo na cabeça, tirou a minha roupa, e me deixou amarrado a noite toda!!!

Uma voz do outro lado da linha começou a perguntar o meu nome. Fiquei em silêncio, tentando pensar. Ele tinha razão. Agora, a versão dele parecia bem mais verossímil do que qualquer explicação que eu pudesse dar, e quem poderia parar na cadeia era EU!!! Cara, fiquei puto.

Voltei para a sala, notei que ele havia virado de lado no chão, ficando de frente para mim, trazendo as pernas o máximo possível na frente do corpo, timidamente tentando esconder sua genitália. Não me deixei intimidar: - Não posso chamar a polícia, mas vou te por prá fora da minha casa!!!

Arranquei a tomada da parede, e enquanto eu tentava encaixar as mãos nas axilas dele, ele gritou desesperado: - NÃO!!! Eu tô pelado, não faz isso!!! Eu posso explicar, não é o que voce tá pensando!!!

Será que havia explicação racional para aquilo? Fiquei curioso. Ele estava arfando, tenso, as pernas dobradas sobre o abdômen se relaxaram devagar, enquanto ele me contava a estória mais absurda que eu já havia ouvido.

Disse que era sobrinho neto do Papai Noel. E que na véspera do Natal, o ajudava a entregar presentes há anos. Ganhava o uniforme e "poderes" especiais para poder entrar e sair das casas, mas tudo funcionava somente naquela noite, desaparecendo por completo ao raiar do dia.

Comentários

Há 1 comentários.

Por em 2012-12-02 20:44:05
Sugiro que continue